Por Gilberto Veras(*)
Toda realização, seja simples ou complexa,
material ou espiritual, para resultar em obra aprimorada, reconhecida e
evolutiva, requer concurso solidário, entrosado e sintonizado. Fora dessas
condições, o projeto realizador não alcança propósito pretendido,
inevitavelmente aborta e decepciona sonho alimentado por boas ou más intenções,
os exemplos se multiplicam em todas as áreas e em toda parte, não há do que
duvidar. Quantos sonhadores não interrompem ideais e desistem de obras bem
intencionadas por verem densas sombras invadirem luzes de sustentação de sua
fé? Quando o insucesso ocorre no campo das coisas pessoais, físicas e concretas
(o objeto inacabado ou defeituoso, a compra infeliz, artes inexpressivas em
trabalho inútil), o prejuízo é individual e menor é a nossa responsabilidade,
porém, se envolve outros seres a penar por incúria alheia, os cuidados devem
ser redobrados porquanto o comprometimento com leis superiores aumentam
sobremaneira, e o resgate necessário pode ser doloroso e de difícil quitação.
É bom compreender a otimização do
inter-relacionamento entre emocional e racional (coração e mente, sentimento e
intelecto), condição para ser obtida a sintonia precisa na intensificação de
luz em brilho que impele e motiva o Espírito ao avanço divino na marcha avante
em direção à felicidade.
Coração (espaço das emoções e sentimentos) e
mente (lugar dos pensamentos) pulsam sob compassos próprios da vida. O trabalho
conjunto dos dois componentes humanos, responsáveis pelo movimento das ações
(quando internalizadas acontecem por recursos emocionais, quando exteriorizadas
o recurso é intelectual), deve ser amparado por entrosamento perfeito, assegurado
pela sintonização das cadências respectivas que devem vibrar no mesmo diapasão
estabelecido pelo emocional, só assim a obra produzida terá legitimidade
evolutiva, outra opção não há. Se o campo sentimental, no íntimo, está bem
ativado e a capacidade intelectiva de exteriorização apresenta-se
subdesenvolvida, o produto, prejudicado em qualidade, carece de aproveitamento
pela massa receptora, o mesmo acontece no caso inverso de descompasso, quando a
competência intelectual é rica na divulgação externa e pobre (às vezes até
mísera) da sensibilidade nobre que se move no imo da alma.
Para avançar deveremos sempre marchar em
compassos sintonizados, emocionais e intelectuais, do contrário estagnaremos na
mesmice improdutiva.
(*) poeta e escritor espírita, autor das obras: "Extrato do Ser", "A Recompensa do Bem", "Vinte Contos Conclusivos".
Interessante texto. O difícil é sintonizar tais compassos, os emocionais e os intelectuais. Que os Benfeitores do Bem e Espíritos de Luz nos guiem.
ResponderExcluirAssim seja!