Por Roberto Caldas (*)
Ainda inspirados pela comemoração dos 157
anos do surgimento de O Livro dos Espíritos julgamos fundamental reproduzir,
com algumas alterações, o texto que serviu em 2010 para retratar o imenso
respeito que o Programa Antena Espírita alimenta pela mais expressiva obra já
escrita na nessa bibliografia especializada:
O
advento de O Livro dos Espíritos trouxe ao mundo dos encarnados um conceito
novo a ser entendido no campo da fé. Até então a fé não passava de artigo
absolutamente insondável e inquestionável, envolta que era nos mistérios de
Deus. Pretendia-se que os profitentes apenas aceitassem o que lhes fosse dito
sem qualquer cogitação ou dúvida que colocasse em xeque a autoridade eclesial
que representava o poder religioso vigente.
Pela
sua própria estrutura, a de perguntas e respostas, O Livro dos Espíritos já nascia
derrubando a falta de questionamentos que caracterizava os assuntos da fé. As
1019 questões propostas em sua edição definitiva terá sido fruto de milhares de
perguntas discutidas durante cinco anos de estudos, nos quais o Sr. Rivail
expôs os questionamentos a diversos médiuns em cidades diferentes, com a
seriedade que lhe era peculiar, até que encontrasse o principal instrumento da
credibilidade da doutrina nascente: a universalidade do ensino dos Espíritos
Superiores.
A
Doutrina dos Espíritos surgia assim para o mundo com a proposta da fé
raciocinada. Aquela que seria capaz de enfrentar os avanços da razão em
qualquer época da humanidade, ao que o codificador Allan Kardec declara como fé
inabalável. Inabalável por permitir que o homem dotado de inteligência construa
a sua concepção espiritual em completa integração aos enunciados da moderna
ciência e postulados da filosofia milenar, sem perder as oportunidades de
inserir-se nos movimentos sociais de sua época. A plena compreensão de que não
se pratica a espiritualidade nos templos quaisquer que sejam e sim em toda
ocasião de relacionamento e descoberta que a existência propicie.
Allan
Kardec percebeu claramente que se construiria uma fé inabalável na medida que
informações baseadas nas evidências da universalidade chegassem às mãos do
leitor curioso. E é por essa razão que ao O Livro dos Espíritos se sucedem O
Evangelho segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A
Gênesis, reconhecidas como o Pentateuco Kardeciano. Obrigatórias para quem se
arvore intitular-se espírita, essas obras encerram o caráter da revelação
espírita e se constituem em convite a uma avaliação sempre renovada da fé sem
sectarismo. Tratados que são da mais pura lavra dos Espíritos Superiores, cuja
maior missão é a de ensinar aos encarnados a forma mais direta de contato com
Deus, sem intermediários, ensinando que a Divindade mora dentro de cada um e
pode ser acessada a qualquer momento, em que se disponha o ser, a entrar em
contato com o Pai.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 27.04.2014.
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntario do C.E. Grão de Mostarda.
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