Por Alkíndar de Oliveira (*)
Hoje o mundo está conturbado como talvez
nunca esteve.
A acentuada defesa de interesses próprios, a
desunião, o desamor e a maldade são vistos em quaisquer esquinas de nossas
vidas.
Duas questões instigam nossas mentes:
Se Deus é soberanamente Justo, por que deixou
que a injustiça se alastrasse desta forma?
Se Deus é soberanamente Bom por que deixou
que a maldade tomasse conta dos corações de seus filhos?
A resposta de tanta injustiça, tanta maldade
está em nós mesmos, em nossos atos, na má utilização do nosso livre arbítrio.
Quando cada lar da Terra for um exemplo prático da paz, da justiça e do amor,
toda a humanidade respirará paz, justiça e amor.
Estamos vivendo na terra um momento de
transição, um momento de aumento de responsabilidade.
Deus, com toda a sua sabedoria, está deixando
conhecer a injustiça para que valorizemos a justiça, conhecer os tentáculos
ameaçadores da maldade para que valorizemos a bondade. Séculos de aprendizagem
deixaram-nos conscientes de que o homem só valoriza a vida quando sente a
morte, só valoriza a saúde quando vem a doença.
Já disseram que Deus escreve certo por linhas
tortas.
As “linhas tortas” de nossa existência, isto
é, a injustiça (ou aparente injustiça), a maldade (ou a aparente maldade), são
meios que estão fazendo brotar em nossos corações, como nunca ocorreu antes, a
sede da justiça, a sede da bondade, a sede do amor.
Esta natural exigência da melhora da
humanidade, que nossas ponderações mais íntimas nos cobram, leva-nos à seguinte
reflexão “aí está a mão de Deus, nosso Pai, que nunca nos abandonou”.
Esta reflexão leva-nos à outra: “se Deus é a
representação máxima do amor, Ele com certeza quer que lutemos firmemente
contra a injustiça e contra a maldade. Mas as armas de nossa luta tem que ser o
amor, o perdão, a bondade e a caridade, armas que Deus, através de nosso Mestre
Jesus, depositou em nossas mãos há 2000 anos”.
O objetivo desta carta é lhe apresentar um
instrumento quem certamente ajudará (se você quiser) a melhorar ainda mais o
seu ambiente familiar e, por conseqüência, melhorar o mundo. Quero lhe
apresentar uma doutrina religiosa, filosófica e científica que, através dos
seus ensinamentos configura-se como um dos mais importantes meios para
vencermos a guerra contra a “injustiça” e contra a “maldade”.
É a doutrina “espírita”.
Se este nome perturbou-o, acalme-se. Isto
acontece com a maioria dos que ainda não conhecem o espiritismo.
As denominações “espírita”, “espiritista” ou
“espiritismo” assumiram conotações que não correspondem à real essência da
doutrina.
Outras pessoas, como você, também não
acreditavam ou tinham uma opinião deformada do espiritismo.
William Crookes, o extraordinário pai da
Física contemporânea, o homem que descobriu o tálio, a matéria radiante, a quem
se deve os pródomos da Física Nuclear da atualidade, chegou a dizer
textualmente:
- Eu era um materialista absoluto e, depois
de investigar em profundidade científica os fenômenos mediúnicos, eu afirmo que
eles já não são possíveis: eles são reais”
Também nos recordamos de que César Lombroso,
igualmente no século XIX, depois de examinar a mediunidade de Eusápia Paladino
disse estas palavras:
- Quando me lembro de que eu e meus colegas
zombávamos daqueles que acreditavam no Espiritismo, coro de vergonha, porque
hoje eu também sou espírita! A evidência dos fatos dobrou a minha convicção
negativa.
E ainda Cronwell Varley, o que lançou sobre o
mundo as linhas da telegrafia e da telefonia internacional, os cabos
transoceânicos, teve a coragem de dizer:
- Somente negam os fenômenos espíritas,
aqueles que não se deram ao trabalho de os estudar. Eu não conheço um só
exemplo de alguém que os haja estudado, que não se tenha rendido à sua
evidência.
O número de sábios e de cientistas que
concluíram pela realidade do fenômeno mediúnico, depois de examinar a Doutrina
Espírita, é muito expressivo, seja no século XIX, seja no século XX. Neste
momento, é a ciência do psiquismo, especialmente a Psiquiatria, através dos
seus maiores representantes, como os Drs. Morris e Netkerton, de San Diego, na
Califórnia, que, fazendo a terapia das vidas pregressas, demonstra que o
indivíduo viveu ontem e que várias patologias psiquiátricas do momento somente
são explicáveis através da reencarnação.
A psicóloga Dra. Edite Fiori, depois de
testar a “regressão de memória” por mais de cinco anos, escreveu uma série de
livros, comprovando-lhe a legitimidade. Ao mesmo tempo, outros investigadores,
na área dos fenômenos psicológicos, psiquiátricos e psicanalíticos, vêm
confirmando esta realidade.
Mas o que é o Espiritismo?
Espiritismo é uma doutrina revelada pelos
Espíritos Superiores, através de médiuns, e organizada (codificada) por um
educador francês, conhecido por Allan Kardec, em 1857. Surgiu, pois, na França,
há mais de um século.
Dizemos que o Espiritismo é ciência, porque
estuda, à luz da razão e dentro de critérios científicos, os fenômenos
mediúnicos, isto é, fenômenos provocados pelos espíritos e que não passam de
fatos naturais. Não existe o sobrenatural do Espiritismo: todos os fenômenos,
mesmos os mais estranhos, têm explicação científica. São, portanto, de ordem
natural.
O Espiritismo é uma filosofia porque, a
partir dos fenômenos espíritas, dá uma interpretação da vida, respondendo
questões como “de onde você veio”, “que faz no mundo”, “para onde vai após a
morte”. Toda doutrina que dá uma interpretação da vida, uma concepção própria
do mundo, é uma filosofia.
Dizemos também, que o Espiritismo é religião,
porque ele tem por fim a transformação moral do homem, retomando os
ensinamentos de Jesus Cristo, para que sejam aplicados na vida diária de cada
pessoa. Revive o Cristianismo na sua verdadeira expressão de amor e caridade.
O Espiritismo não é uma religião organizada
dentro de uma estrutura clerical. Neste sentido, ele é profundamente diferente
das religiões tradicionais. Não tem sacerdotes, nem chefes religiosos. Não tem
templos suntuosos. Não adota cerimônias de espécie alguma, como batismo, crisma,
“casamentos”, etc. Não tem rituais, nem velas, nem vestes especiais, nem
qualquer simbologia. Não adota ornamentação para cultos, gestos de reverência,
nem sinais cabalísticos, nem benzimentos, nem talismãs, nem defumadores, nem
cânticos cerimoniosos (ladainhas, danças ritualísticas, etc), nem bebida, nem
oferendas, etc.
O culto espírita é feito no próprio coração.
É o culto do sentimento puro, do amor ao semelhante, do trabalho constante em
favor do próximo. Somente o pensamento equilibrado no bem nos liga a Deus e
somente a prática das boas ações nos fazem seus verdadeiros adoradores. Assim,
o Espiritismo procura reviver os ensinamentos de Jesus, na sua simplicidade e
sinceridade, sem luxo, sem convencionalismos sociais, sem pompas, sem
grandezas, pois, como nos recomendou o Mestre de Nazaré, Deus deve ser adorado
“em espírito e verdade”.
Para informações mais completas tomo a
liberdade de lhe encaminhar um exemplar do livro “O EVANGELHO SEGUNGO O
ESPIRITISMO”, de Allan Kardec. Aconselho-o a ler, a seguir, “O LIVRO DOS
ESPÍRITOS”, do mesmo autor.
Em tempo, nosso relacionamento em nada se
turvará se você não aceitar o convite para ler o citado livro.
Não moverei uma palha, além desta carta, para
que tenha interesse pelo espiritismo, apenas tomo a liberdade de encaminhar um
livro que me fez bem a alguém a quem eu quero bem.
O espírita respeita todas as doutrinas
religiosas existentes e tem plena convicção de que um “eu'>ateu”, que tenha
bons procedimentos, é muito mais bem visto aos olhos de Deus do que um
“religioso” que tenha atitudes indignas.
É a reforma íntima que eleva o homem.
A religião apenas ajuda.
Portanto, não insistirei para que leia o
livro que ora presenteio-o, e nem tocarei neste assunto quando encontra-lo
pessoalmente.
Respeitarei seu livre-arbítrio.
No entanto das duas uma:
se você ler o livro e o aprovar, ótimo;
se você ler o livro e não o aprovar, ótimo
também, pois neste caso terá ainda mais elementos para dar mais convicção
doutrinária à crença que hoje professa.
Enfim, qualquer que seja sua opinião
pós-leitura, esta só lhe fará bem.
(*) palestrante e escritor espírita, autor das obras "Aprimoramento Espírita", "O Trabalho Voluntário na Casa Espírita", "Liderança Saudável".
(*) palestrante e escritor espírita, autor das obras "Aprimoramento Espírita", "O Trabalho Voluntário na Casa Espírita", "Liderança Saudável".
Uma boa sugestão para comemorarmos o sesquicentenário de " O Evangelho Segundo o Espiritismo."
ResponderExcluirEu também não era espírita e tinha um certo receio sobre esta religião mas foi só ler um pouco e participar das reuniões no ICE que uma verdadeira luz iluminou meu caminho e respondeu a diversas duvidas. A luz para qualquer problema, para qualquer aflição esta no Evangelho Segundo o Espiritismo.
ResponderExcluirMuita luz a todos.
Me falta ainda uma leitura mais aprofundada das obras espiritas, mas apenas em alguns belos trechos como o escrito acima, já é bastante para acalmar meu espírito.
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