Por Roberto Caldas(*)
É possível aproveitar
melhor o tempo de vida que temos a partir do alongamento do tempo que nos é
dado viver. Partindo do princípio que passamos 1/3 da existência dormindo, nada
mais lógico que aprendamos formas que tornem essas horas mais úteis, sem subestimar
a sua importância na qualificação das funções orgânicas em especial às
cerebrais, fato que não há como negar. Dormir de forma adequada é uma das
receitas para a saúde orgânica e mental.
O livro dos Espíritos traz
importante contribuição ao tema ao tratar a respeito da emancipação da alma –
sono e sonhos – no capítulo 8 de sua segunda parte. A questão 401 esclarece que
durante o sono o ser espiritual não repousa junto com o corpo. Aproveitando do
relaxamento dos laços que lhe prendem à matéria, “ele percorre o espaço e entra
em relação mais direta com outros Espíritos.”
As imagens que trazemos ao despertar
traduzem, em parte, algumas experiências que são vivenciadas pelo Espírito
enquanto parcialmente liberto do corpo. A compreensão do papel desempenhado pelo
perispírito, para que tal fenômeno se dê, é essencial, de forma que a Doutrina
Espírita apropriando-se desse conceito conseguiu alargar as possibilidades da
existência ao demonstrar que a noite permite efetivamente a manutenção de um
programa educativo para a consecução dos nossos objetivos reencarnatórios.
Fundamental que tenhamos cuidado na
interpretação das imagens que ficam registradas na memória, ao completarmos o
despertar. Muitas dessas lembranças se apresentam muito misturadas com aquelas
que se encontram fixadas no córtex cerebral em consequências de situações
naturais da vigília, de outras vezes pela nossa incapacidade de limpidez na
filtração de algumas realidades espirituais e ainda pela necessidade de
mantermos o esquecimento de algumas vivências que poderiam ser prejudiciais ao
exercício pleno do Livre Arbítrio. Independente da clareza com que nos chegam
as experiências durante o sono, uma certeza é possível: temos a oportunidade de
vivenciar momentos que podem fazer a diferença depois de acordados e lançados
ao mundo objetivo que nos exige respostas a todo momento.
Esse conhecimento favorece o
aprendizado de uma nova prática dentro de nossas rotinas: precisamos aprender a
dormir. Começando pelo hábito de descobrirmos o tempo que o nosso corpo
necessita para um efetivo descanso, respeitado com tal atitude o limite de
vigília/repouso individual. Principalmente pela preparação mental que podemos
passar a fazer antes de conciliar o sono visando à resolução de várias
dificuldades que encontramos durante o dia. Para atingir tal finalidade fez-se
importante o emprego do relaxamento corporal e o uso de métodos que suavizem o
pensamento, entre eles a oração como um dos mais potentes.
O aproveitamento das 24 horas que um
dia nos permite é possível se incrementarmos em nossa mente a certeza de que o
ser espiritual não descansa durante o sono físico e ainda pode resolver
situações difíceis da vida de vigília pela intercessão dos amigos que nos
acompanham do outro plano e nos abraçam e aconselham enquanto aparentemente
dormimos.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 13.04.2014
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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