Por Gilberto Veras (*)
O sentido do amor não se define apenas com
sentimento (emoção íntima) ou força poderosa que domina o coração e inibe
parceiras de recurso menor na atividade harmoniosa que se desenvolve no
recôndito da alma, há engano nesse entendimento. Que é ele o motor da vida,
energia motivadora, base de sonhos e projetos renovadores, não temos do que
duvidar, mas a razão de ser não finda com esses predicados ou sensações
especiais experimentados na intimidade individual, finalidade superior do
sentimento áureo requer continuidade no mundo das relações sociais, e para isso
necessário se faz sua exteriorização representada pelo comportamento, fator não
menos importante, de caráter complementar. O verdadeiro e completo sentido do
amor, não adianta contestar, é definido não por monômio abstrato e sim pelo
binômio concreto, sentimento-comportamento, de feição perfeccional com
resultados exemplares no universo denso das reencarnações, palco de
aprendizados ascensionais.
Tal sentimento poderoso, em atividade
recolhida, é incapaz de realizar desígnios máximos do Criador Amoroso, porque
atua sozinho, em autonomia desautorizada e em desacordo com projeto da
Inteligência e do Amor Supremos, o atendimento da vontade de Deus depende de
trabalho conjunto, no qual a presença do outro é indispensável.
Quem ama deve manifestar o sentimento ao ser
amado pelo comportamento recorrente. A paciência que ouve e tolera sem o
desprezo da condenação, o carinho que dulcifica a relação, a gratidão que
reconhece a bondade, a solidariedade que participa de alegrias e tristezas
próximas, a honestidade que não alimenta ilusões ou imponderações, o
consentimento que endossa a liberdade, o elogio que incentiva o desenvolvimento
de qualidades potenciais, a fraternidade que endossa princípios de igualdade
determinado pelo Inventor da vida.
Amor sem obras atua em recinto fechado,
inacessível, circula em lucubrações inócuas e egoístas, sementes que, cedo ou
tarde, murcharão nas mãos do jardineiro improducente que, desmotivado pelos
rigores do tempo, fica a ver navios distanciarem-se abastecidos pelo
combustível solidário do binômio de inteligência empreendedora.
(*) poeta e escritor espírita.
Parabéns pelo texto Gilberto Veras.
ResponderExcluirLindas palavras sobre o amor!!
O amor bondoso, paciente e construído no fazer o bem ao próximo é verdadeiramente uma obra divina.