Por Roberto Caldas (*)
A humanidade progride
utilizando as ferramentas que a inteligência permite, ela que é o grande
diferencial entre a nossa espécie e as demais que povoam o planeta. De resto
nos sobra um organismo praticamente igual aquele que anima os seres dos outros
reinos e que compõem a nossa fauna imensa. É a inteligência aquele diferencial
genético de 1,15% que nos diferencia dos demais primatas em geral. Toda a
diferença se encontra na capacidade e dimensão do córtex cerebral, área
especial que nos permitiu a caminhada sobre dois pés e a inauguração de um
período de linguagem e com ela a comunicação que nos reúne milhões de anos
depois numa aldeia global.
Durante muitos milênios estivemos
aprendendo uma forma de nos expressar no mundo: a observação, a curiosidade, a
pesquisa, as descobertas e assim o advento da Ciência, da Filosofia, da
Religião, das Artes, ambas reproduzindo os anseios mais profundos e relativos
da espécie humana em sua romagem de aprendizados. Vertentes de uma mesma busca,
a perseguição da fagulha divina que trazemos na mais funda essência do que
somos.
Caminhando passo a passo com as
outras dimensões do crescimento humano, a Arte se dispõe como uma maneira
lúdica e exata de comunicar algo misturando habilidade, leveza e liberdade de
escolha. Multifacetada, constitui-se na expressão do que se passa dentro da
alma, por isso sofre os estados emocionais de quem a produz, razão que exige de
quem a interpreta a capacidade de selecionar a mensagem que lhe perpassa a
forma.
A
mensagem espírita enseja a confecção da Arte espiritualizada, aquela que
contextualiza a cultura da existência integral, na qual os valores humanos
incentivados são os que conduzem à produção de estados internos de paz e
valorização do bem comum na mente daqueles que a apreciam. Apesar da escalada
oportunista que produz milhares de obras que debilitam e anestesiam, sob a
falsa justificativa de entretenimento sob quaisquer pretextos, vemos crescer
iniciativas que tornam a nossa ânsia, pela adoção da beleza conseqüente no
mundo artístico, uma semente que promete gerar frutos sazonados.
A
batalha pela geração da boa informação, que nos transporte ao estado de
aprendizado e serenidade, necessariamente passa pela transcendência da Arte que
não faz senão traduzir uma realidade sob as vestes suaves de uma linguagem
poética seja visual, auditiva ou motora, em qualquer de suas expressões. Do
pincel e da tinta, a beleza da paisagem. Do movimento programado, a dança que
enobrece. Do cinzel que golpeia, a escultura que engrandece. Da palavra exalada,
a poesia e a canção que enlevam.
Antena
Espírita prestigia nessa oportunidade os germens da arte espírita que transita
em terras cearenses com a resiliência necessária para desbravando um lugar ao
sol na divulgação dessa “Doutrina de Amor e Luz, ciência, fé e consolação” como
descrito no “Hino à Doutrina Espírita”. Homenageamos aos artistas que cantam e
interpretam os ensinamentos espirituais mundo afora, com a presença do Grupo
LEMA e do Grupo AME (Arte e Música Espírita) há décadas criando arte no Ceará e
para o mundo.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 02/06/2014.
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Muito bom artigo e destaques!
ResponderExcluirEntendendo que Tarcísio Lima está implícito no Grupo AME; e que os demais trabalhadores da arte espírita cearense reconhecem nestes os vanguardeiros da tarefa, eu incluiria o Aristides Barros, com seu Teatro Riso de Deus.