Por Gilberto Veras (*)
A Inteligência Suprema, o Perfeito
Indefinível, através de suas leis magnânimas abarca toda a humanidade, em
imenso Hospital de Luz, disponível a todos com vistas a melhoramentos relativos
(cada qual com suas necessidades variáveis em função do adiantamento espiritual
em que se encontra). O caminho, no entanto, não é automático e muito menos
indiscriminado, depende de seleção dos instrumentos luminosos em potencial ou
modestamente ativados, os quais nos posicionam em compatibilidade com luzes
outras que nos auxiliam, em cadeia solidária, no acionamento dos potenciais de
que fomos dotados pelo Criador Absoluto. Para acendermos lâmpadas
clarificadoras, não só devemos nos esforçar para acionar interruptores próprios
na medida do possível, como, também, receber de bom grado orientação de irmãos
imediatamente mais iluminados, identificados como mentores ou amigos
espirituais. Jamais alimentar a ideia leda e inocente de que poderemos receber
auxílios diretamente de Espíritos elevados, longe de nosso alcance, e, muito
menos, óbvio, Daquele que é o Pai da Vida e comanda, em grandeza infinita,
universos imagináveis e possíveis.
Não nos iludamos, Deus está sim a nossa
disposição, porém através de seus intermediários em graus variados, não é
válido dizer ou pensar que o divino atua de modo direto em nossas vidas,
independente de nosso comportamento vivencial, nada disso, essa função é
obrigatoriedade do próximo com iluminação acessível e maior do que nossa luz
oscilante, o dever é nos melhorar ao ativar virtudes íntimas por nós mesmos ou
nos permitindo acolher subsídios dos que estão avante e com quem conseguimos
sintonizar (esse facho fraterno tem brilho à nossa abrangência e não a magia do
milagre gracioso que nada de nosso leva em conta). O Arquiteto de suprema
inteligência tudo previu ao nos criar com recursos de aperfeiçoamento, só
precisamos compreender Seu Projeto e seguir com fidelidade os passos ali
indicados, para isso utilizemos instrumentos básicos, amor incondicional e
razão saudável do esclarecimento que nos vem de fora e da consciência, não
negligenciemos a aplicação adequada de valores facultativos, em especial a
humildade que repudia a vaidade, miopia espiritual que distorce a visão da
verdade para mostrar o mal corruptor, em desserviço lamentável, opositor a paz
tranquilizadora. A alma modesta atrai com a força da simpatia aqueles em cuja
bandeira de movimento ascendente tem gravada o lema “fazer o bem sem olhar a
quem”, e os mensageiros superiores dirão assim seja, tanto na terra como no
céu.
Simples. O sucesso dos empreendimentos de
qualquer natureza não depende apenas de competência, mas, acima de tudo, da
poderosa ação humilde que, em última análise, nada mais é do que alinhar-se com
os superiores da vida de aprimoramento e a eles submeter-se confiantes.
Não é demais lembrar a coerência de
assistência análoga que deve ser adotada em relação ao irmão de retaguarda.
Nessa escada de vibração luminosa, sejamos o degrau que, acima, capta o clarão
vizinho e, abaixo, projeta o seu, trabalho de solidariedade homogênea,
alimentado pela raiz divina do amor na forma de generosidade plena e
potencialidade inesgotável.
(*) poeta e escritor espírita. Autor das obras: Extrato do Ser, A Recompensa do Bem, Vinte Contos Conclusivos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário