Por
Gilberto Veras(*)
Em nosso planeta, recebemos influências do
bem e do mal, com maior intensidade deste do que daquele, pois, sendo de
categoria inferior nossa morada, as investidas maléficas são fartas, e todo
cuidado é pouco para nos protegermos dos disfarces e artifícios com que elas se
apresentam através dos espíritos na carne ou dos desencarnados, variadas são as
formas, seduções tentadoras, promessas desejadas e perspectivas de realizações
encantadoras representam as mais comuns.
O trabalho da malevolência é esperto e só
atua onde verifica vulnerabilidade caracterizada por vibrações similares (de
mesma natureza e gosto), aí se instala para satisfazer propósitos escusos e
nocivos. A rigor, estamos todos passíveis de investidas do mal, porque, se
assim não fosse, estaríamos em atividade em outro mundo, inacessível ao
impostor do bem. Cabe, então, indagar, se assim é como evitar companhia tão
prejudicial?
Sabemos que nossa origem é divina, somos
criações do Arquiteto Perfeito, à sua semelhança, dotados do bem em essência,
portanto não nos falta o antídoto do mal, verdade luminosa que nos assegura o
poder de aprimoramento, a preocupação repousa em outra verdade que é escura e
decorrente de erros cometidos no passar de tempo milenar, mora também em nossa
intimidade o inimigo infeliz que, ousado e pretensioso, teima contrariar leis
superiores sustentadas pelo Amor, Justiça e Caridade.
No mundo anímico, a lei de atração/rejeição
vibratórias funciona pela similitude/dessemelhança de sentimentos. Os bons se
atraem, os maus também se somam, e no encontro das duas energias assimétricas
ocorre a repelência com o mal sendo rechaçado pela força poderosa do amor.
Nosso dever com o Todo-Poderoso consiste em nos posicionar em campo benévolo
para receber por atração as benesses divinas, pois o projeto da Inteligência
Suprema em sua magnitude infinita não impede nossas escolhas enganosas, já que
nos foi concedido potencial de aperfeiçoamento e o livre-arbítrio de ação que,
direcionado conforme leis supinas, seguramente nos colocará na rota esplendente
da felicidade. Por nossas imperfeições, somos suscetíveis às investidas de
entidades malfeitoras, felizmente consola-nos de esperança saber que o mal não
é páreo para o bem. Se buscarmos sempre ativar nosso potencial benevolente,
somatório de virtudes componentes de nossa realidade espiritual, certamente
ataques malévolos serão repudiados, e o pobre antagônico perderá força por
escassez de alimento, até extinguir-se de todo e para sempre.
Não devemos subestimar o mal no seu poder de
realização, é necessário combate perseverante e incisivo para escorraçá-lo
porque o trapaceiro não se revela com clareza e muito menos com sinceridade,
veste-se ele de aparências escolhidas por pesquisas inteligentes para enganar incautos.
É preciso muita atenção e perspicácia para ativar virtudes amorosas em dose
certa e cabível, trabalho do amor racional, que homogeneíza emoção e razão. Não
é aconselhável a posição radical em que súperas virtudes são conduzidas apenas
pelo emocional sem qualquer consideração racional que viabiliza a ação, ou pela
racionalidade com ausência da emoção que identifica a natureza do sentimento
atuante.
Cuidado, amigos e amigas, muito cuidado.
Nosso irmão avançado na marcha evolutiva, emissário do Indefinível, já dizia,
com ilibada autoridade moral e intelectual, “orai e vigiai”.
(*) poeta e escritor espírita.
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