quarta-feira, 30 de julho de 2014

APAGÃO



Por Gilberto Veras (*)

Tenho saudades de bons dias de minha vida,
quando flores da prosperidade perfumavam-me a alma de motivação
e realizações aconteciam em obras do bem
com o amparo generoso de irmãos superiores,
o coração alegrava-se e a esperança agitava a mente
em planos cada vez mais ousados,
não havia fracassos,
a regra confirmava-se em patamares alcançados.
Meu alvorecer era de ouro,
semelhante ao do sol que brilha
poderoso para alimentar vidas dependentes,
e o Rei, lá de cima contempla feliz
a marcha vitoriosa dos súditos,
é muito bom ser sol na vida dos semelhantes.
Dos maus dias já não me lembro mais,
apagaram-se com a luz da sabedoria
construída no abraço harmoniosa de razão e emoção,
existe apenas a lacuna consequente
que poderia ser preenchida com ações benevolentes
para imprimir passos avante em minha alma ainda pequena.
Meu hoje,
no entanto,
não lamenta o apagão de minha vida,
toma-o como espaço recuperável,
perseverança, fé e coragem haverão de preenchê-lo
com o amor fraterno que ama inclusive os inimigos.

(*) poeta e escritor espírita.

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