Q. 920. Pode o homem gozar de completa felicidade
na Terra?
Resposta: “Não, por isso que a vida lhe foi dada
como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser
tão feliz quanto possível na Terra.” Livro dos Espíritos – Allan Kardec
Por Francisco Castro (*)
Conforme a resposta dada pelos Espíritos a
Allan Kardec, na Terra o homem não pode gozar de felicidade completa,
entretanto, da resposta podemos concluir que é possível que venha a gozar de
relativa felicidade, pois só depende dele o ser tão feliz quanto possível na
Terra, o que nos leva considerar a possibilidade de se elaborar um projeto de
felicidade.
Projeto, em termos gerais, é um plano para
realização de alguma coisa. Quem deseja construir uma casa, por exemplo,
procurará um arquiteto para elaborar o projeto, um engenheiro para conduzir a
construção, e contratar os operários necessários para a realização da obra.
Em se tratando de um projeto de felicidade,
será possível se encontrar especialistas nesse tipo de trabalho? Penso que essa
é uma tarefa que compete a cada pessoa, individualmente.
Felicidade é uma sensação de bem estar e
contentamento que pode ocorrer por diversos motivos, o que levou Allan Kardec a
fazer a seguinte pergunta aos Espíritos superiores em O Livro dos Espíritos:
Q. 922. A felicidade terrestre é relativa à
posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça
de outro. Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens?
Vindo a obter como resposta dos Espíritos, o
seguinte: “Com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à
vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro.”
Percebemos aí que é preciso, de início, se
definir se desejamos a felicidade em relação à vida material, em relação à vida
moral, ou, em relação as duas ao mesmo tempo?
Com relação à vida material, imagino que
alguém que possua conhecimento em alguma área, poderá desenvolver habilidades
para a realização de algum trabalho na sua área de conhecimento. Pela
realização do seu trabalho irá auferir uma remuneração, ainda que modesta, com
a qual poderá adquirir o alimento necessário à sua manutenção pessoal e de sua
família, bem como uma moradia, ainda que modesta. Valendo dizer que, quanto
mais conhecimentos adquirir e mais habilidades desenvolver, melhor será a sua
situação em termos materiais.
Alguém que seja sincero e honesto em tudo que
faz, leal com todos aqueles com quem mantenha relações pessoais ou
profissionais, e que pratique a caridade, terá, por consequência, a consciência
tranquila. O que não significa que deva se acomodar, ou que, para melhorar cada
vez mais, seja necessário abandonar a prática dessas qualidades.
Para que se tenha fé no futuro, primeiro será
necessário compreendermos que, como espíritos encarnados que somos já tivemos
outras existências, nas quais devemos ter contraído débitos que precisam ser
resgatados.
Compreender também, que a verdadeira vida é a
espiritual, que estamos em processo de evolução, portanto, as qualidades e
virtudes que desenvolvermos nessa atual existência, será um poderoso
instrumento para o progresso espiritual, não só nessa, como também em outras
existências.
Há também que se considerar, o fato de que
esse mundo em que nos encontramos é considerado um mundo de provas e expiações,
e como diz Santo Agostinho no item 15 do capítulo III de O Evangelho Segundo O
Espiritismo, tem como característica a inclemência da natureza e a perversidade
dos homens, duplo e árduo trabalho que, simultaneamente desenvolve as
faculdades do coração e da inteligência, portanto, é aqui onde precisamos
vencer as nossas inclinações más, que muitas vezes, nos impedem de realizar o
progresso necessário e galgar mundos melhores.
Como conclusão do projeto de felicidade
iniciado, será necessário lembrarmos o que os Espíritos Superiores disseram a
Allan Kardec como resposta à questão 921 de O Livro dos Espíritos: “O homem é
quase sempre o obreiro da sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus, a
muitos males se forrará e proporcionará a si mesmo felicidade tão grande quanto
o comporte a sua existência grosseira.”
(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C. E. Grão de Mostarda.
Jorge, estou tentando compartilhar no facebook e não estou conseguindo. Apelo para sua argúcia. Castro
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