Por Roberto Caldas (*)
A maior estratégia para quem almeje uma
prática de poderio ou dominação sobre indivíduos ou grupos é a disseminação do
medo. A pessoa sob as ondas imobilizadoras do medo perde a capacidade do
raciocínio e se torna presa fácil do opositor, sem qualquer possibilidade de
resposta criativa e independente, entregue às exigências estabelecidas por mais
descabidas que possam parecer a quem se encontre avaliando o processo estando
como mero expectador. Essa fórmula tem sido utilizada desde as mais primitivas
épocas e foi responsável pelo freio que a humanidade sofreu em sua evolução
tecnológica, mercê das perseguições ao pensamento inventivo durante a Idade
Medieval.
Os
fantasmas que povoam as nossas mentes são o objeto de fixação da estratégia do
medo para se perpetuar no comando de nossas ações, quando utilizados de forma
utilitária pelos formadores de opinião que pululam em todas as modalidades de
atividade humana. Vemo-los proliferados na sociedade de todos os tempos
empunhando cetros de poder temporal e elevados à condição de comando de
instituições de diversas especialidades desde as científicas até aquelas que,
religiosas deveriam cuidar do equilíbrio mental das pessoas antes de
aproveitarem-se de suas fragilidades. As lacunas da educação deixadas desde a
infância é um dos fatores que mais contribuem para que alguém se deixe
manipular pela desonestidade psicológica dos magos da persuasão delituosa,
notadamente pelo despreparo de pais e educadores em fazerem resplandecer a
força íntima de seus pupilos.
A
Doutrina Espírita, nascida em época de transição da intolerância para a
liberdade de expressão, é importante contributo para a libertação do
pensamento, comprometida com a fidelidade à mensagem libertadora de Jesus em
sinergia com a orientação absolutamente clarificadora dos Espíritos Superiores
que vieram para desvendar a nossa realidade espiritual. Sua missão é prover o
ser encarnado da convicção de imortalidade, anuladora do receio da morte, mas
principalmente dotá-lo com a condição de responsabilidade diante de suas
práticas e atitudes. As obras que compõem o seu corpo doutrinário, e que devem
obrigatoriamente ser lidas por quem se arvore intitular-se de espírita,
descartam alarmismos, castigos, fracassos eternos, espaços territoriais de
sofrimento à feição de infernos, necessidade de promessas, orações
sacramentais, oráculos, sacrifícios aos céus, dízimos, vestimentas especiais ou
quaisquer outras orquestrações que vendam facilidades em troca práticas
meramente materiais.
O
papel do Espiritismo na mente das pessoas é permitir um clima de tranquilidade
perante as circunstâncias da vida, na certeza de que tudo passa, no momento em
que se efetiva o aprendizado necessário diante da lição a incorporar. Salienta
que a Lei de Deus se encontra gravada na consciência do homem (LE - q.621) e
que a ninguém é dado a condição de arbitrar sobre as escolhas do outro sem
incorrer em necessidade de reparação. Podemos caminhar sem medo, cabeça erguida
e confiantes no futuro, pelas estradas que a vida nos premia na atual
existência, com a bênçãos divinas.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 03.08.2014
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Caro Roberto!
ResponderExcluirOportuna reflexão!
O Espiritismo na condição do Consolador Prometido, é "a verdade que liberta", afirmativa do Meigo Nazareno.