Até
que ponto devemos responsabilizar as vidas passadas pelas doenças com que
nascemos ou adquirimos ao longo da vida? Uma doença que não está nos planos da
vida da pessoa no momento da reencarnação, pode ser adquirida ao longo da vida?
Resposta: As
doenças congénitas ou hereditárias são, necessariamente, frutos do nosso
passado ou da necessidade de aprendizagem, quando escolhemos um processo de
doença para o nosso trabalho de crescimento, ou pela reparação dos nossos atos
menos felizes, que criamos em encarnações passadas. Ou seja: as doenças
previamente marcadas no código genético têm uma causa anterior, como não podia
deixar de ser diante da Sabedoria e Justiça divinas. No entanto, as doenças
ocasionais, muitas delas relacionadas com o estágio evolutivo do planeta, não
estão relacionadas com o nosso passado, mas surgem pelo estado que nos
encontramos na Terra e pelas circunstâncias vivenciadas pelo orbe. Ainda,
existem outras que são o resultado da nossa invigilância, criando uma base
orgânica ou psíquica para essas moléstias, as quais são mais frequentes quando
não nos propomos a transformação pessoal e nos deixamos cair na ansiedade e
angústias do dia a dia, e pelas posturas frívolas e difíceis da vida, como é o
caso das viciações e excessos dos tempos atuais.
Sou
médica homeopata, espírita, e também terapeuta floral. Tenho sempre dúvidas,
quando preciso buscar a Doutrina Espírita para ajudar o paciente, pois não
gosto de misturar religião e profissão. O senhor podia dar-me a sua opinião
sobre o assunto?
Resposta: É
preciso sair do costume académico de ver o homem e a vida de uma forma
fragmentada. Somos seres espirituais estagiando em corpos energéticos mais ou
menos subtis. Toda doença é sinal de escassez evolutiva do ser, tendo como
origem algum dos vícios derivados do egoísmo. Assim, enquanto não cuidarmos das
verdadeiras causas, estaremos tendo atitudes paliativas. Falar-se de
transformação moral, não significa um trabalho doutrinador. Hoje, temos
diversos trabalhos científicos que demonstram a importância de se falar de
espiritualidade e que isto faz bem ao paciente (veja as publicações do Dr.
Koenig, da Universidade de Duke – EUA). No entanto, se você vê que é importante
e auxiliar utilizar-se da terapêutica espírita, procure, primeiramente, saber se
há abertura do cliente para a mesma e então, pode-se encaminhá-lo para uma casa
espírita, sem nunca transformarmos o consultório num Centro Espírita. Podemos
também fazer uma orientação de acordo com a crença do próprio cliente (por
exemplo: se cremos que ele precisa de um passe, e o mesmo é católico, podemos
sugerir uma benzeção, ou a imposição das mãos para um evangélico).
Como
é vista a medicina espírita dentro do contexto alopático?
Resposta: A
medicina tradicional não aceita a existência de uma medicina espírita ou
espiritualista qualquer. A medicina tradicional tem como princípios filosóficos
aqueles vinculados ao materialismo, portanto, nega a realidade do espírito.
Muitos dos profissionais médicos alopatas não aceitam as práticas médicas de
outras escolas tradicionais, como a homeopatia, a chinesa e a ayuvérdica, pelas
suas abordagens energéticas. Entretanto, algumas pesquisas no campo da saúde e
espiritualidade, ou envolvendo tais práticas vêm demonstrando a eficácia de
algumas de suas terapêuticas, abrindo espaço para novas abordagens.
Até
que ponto a tiróide é influenciada pela mediunidade? Qual é a função mediúnica
desta glândula e quais as alterações que pode sofrer quando da aproximação de
uma entidade desencarnada? O desequilíbrio no seu funcionamento é sempre de
caráter espiritual?
Resposta: Não
temos informações precisas na literatura espírita sobre o grau de relação entre
a mediunidade e a tiróide. O certo é que as glândulas endócrinas têm uma grande
relação com o perispírito, sendo influenciadas pela essência espiritual através
da Pineal. Na prática médica, tenho observado muitos casos de mediunidade em
desequilíbrio associada aos distúrbios tiroideanos, em especial, o
hipotiroidismo. Devemos, no entanto, fugir ao radicalismo de que toda alteração
tiroideana tenha como causa um distúrbio mediúnico ou uma disfunção energética
advinda do corpo perispiritual, entendo que as verdadeiras e profundas causas
das patologias são as ações deletérias advindas do desrespeito às leis divinas.
O
que representa, espiritualmente falando, um tumor na hipófise?
Resposta:
Sinceramente,
não sei precisar quaisquer relações espirituais com tumores de hipófise e não
existem, na literatura espírita reconhecida, informações que vinculem este tipo
de tumor como uma situação espiritual ou atitudes pretéritas específicas (Lei
de causa e efeito). O certo é que a grande maioria dos tumores é precedida de
um quadro depressivo ou vivências emocionais importantes e graves,
aparentemente não solucionadas, e estas geralmente relacionam-se diretamente
com as posturas de rebeldia do ser, ao desrespeitarem as Leis Divinas ou
Naturais.
Podia
dizer-nos algo a respeito da cura pela fé, à luz da ciência atual? E ainda
indicar-nos livros ou estudos que tratem deste assunto sob esta ótica?
Resposta: Na
atualidade, muitos pesquisadores e profissionais da área da saúde estão se
voltando para as relações entre a fé e a cura de doenças. O próprio órgão
americano vinculado à saúde vem estimulando estes estudos e a prática, com a
criação de departamentos em universidades, hospitais e clínicas de
departamentos com orientadores espirituais, para atuarem junto aos pacientes
que solicitam tal assistência. Participando de uma pesquisa na Universidade
George Washington, na Pensilvânia, pude testemunhar na recepção do hospital,
vinculado àquela instituição, a presença de inúmeros folhetos sobre o assunto,
informando a existência daquela ajuda para os pacientes que assim solicitassem.
Existem instituições científicas preocupadas com a relação fé e cura, e com
isso muitas pesquisas estão sendo patrocinadas por associações sérias e
realizadas por pesquisadores sérios. Os primeiros resultados têm sido
divulgados por órgãos oficiais e pelas principais revistas e jornais do mundo,
demonstrando a importância da fé nos processos de cura, onde os que são
religiosos têm um processo de recuperação mais rápido ou adoecem menos de
certas doenças (como a depressão e o suicídio). Um dos profissionais mais
respeitados, neste sentido no mundo, é o Dr. Harold Koenig, vinculado a
Universidade de Duke, no estado de Vírgínia, nos Estados Unidos. No site da
Associação Médico-Espírita do Brasil e na do estado de São Paulo poderão ser
encontrados várias informações, citações e links vinculados ao tema. .
O
hipotiroidismo crónico, provocado pela tiroidite de Hashimoto, tem sido dado
como incurável pelos médicos ortodoxos. Teríamos alguma orientação direta
dentro da visão médico-espírita?
Resposta: Não
temos informação sobre a terapêutica específica, inclusive no campo espiritual,
para a tiroidite de Hashimoto; contudo, a fluidoterapia, a prece, a meditação e
a transformação moral, são recursos efetivos para qualquer doente, na presença
da fé. É preciso entender que as doenças que se manifestam no corpo são apenas
reflexos da problemática moral da criatura e que a renovação espiritual do ser
é a terapêutica de profundidade para a vida. Lembramos, ainda, que as doenças
são ao mesmo tempo instrumentos de resgate e caminho de cura para a
individualidade, desde que a criatura consiga compreender qual é a lição que
aquela patologia traz para o seu espírito.
Sou
bióloga, com concentração em imunologia e microbiologia. Na atualidade,
observa-se um avanço tecnológico bastante importante, mas por vezes, não é
possível manter a qualidade de vida do paciente terminal, e não é incomum
vermos pessoas nas quais parece que toda a condição humana foi retirada,
principalmente em doenças acompanhadas de um estigma sócio-cultural, como é o
caso da SIDA. Isto é grave e doloroso, porque, além da dor física inimaginável,
há o abandono de parentes, amigos e às vezes até, de alguns maus profissionais.
Solicito opinião sobre a EUTANÁSIA. Pessoalmente, não sei até onde é que eu
resistiria, se fosse privada da dignidade e humanidade e no meio de um mar de
misérias, provocadas pela progressiva descaracterização do nosso corpo e das
suas funções.
Resposta: Diz
a lei: "não matarás" e perante a nossa dificuldade de entender os
processos divinos para o crescimento individual, é preferível agirmos de forma
respeitosa, evitando um erro de consequências maiores para os nossos seres. A
própria medicina, baseada nos princípios professados por Hipócrates, o grande
terapeuta da ilha de Cós, na Grécia Antiga, não aceita a utilização de
quaisquer técnicas ou métodos que ajam contra a manutenção da vida. Sei, porém,
que do ponto de vista médico, é necessário entender-se mais profundamente cada
situação, não no caso da indicação da eutanásia ou da distanásia, mas sim no da
morte natural assistida. Não cabe ao profissional agir para diminuir e retirar
o tempo de vida da criatura, mas ações que prolonguem o sofrimento da criatura
e que não tenham nenhum papel terapêutico deveriam ser evitadas pelo médico.
Para o movimento-espírita brasileiro, a opção é pela morte natural, com a
assistência evitando a dor e o sofrimento do paciente, evitando quaisquer
atitudes terapêuticas ineficazes.
De
que modo é que os médicos espíritas podem contribuir para que os que não são
espíritas, tenham uma visão melhor do perispírito, já que as doenças ou a sua
grande maioria, estão localizadas no naquele corpo?
Resposta:
Primeiramente, o médico espírita deve procurar ser um bom profissional,
estudioso e atualizado, de modo a que a sua linguagem possa ser reconhecida e
respeitada no meio científico; depois, deve procurar fazer pesquisas que levem
à conquista desse conhecimento, seja de forma direta ou indireta. Sem tais
propósitos, estaremos fadados ao descrédito, porque, no momento, a linguagem da
ciência envolve estudos científicos e a medicina baseada em evidências.
Gostaria
de saber qual é, segundo a Doutrina Espírita, a concepção de doença mental e
qual a proposta de tratamento deste tipo de patologia.
Resposta:
Para um grande número de estudiosos da Doutrina Espírita e pelo que se pode
deduzir do seu conteúdo, a doença mental é o mais grave comprometimento que o
espírito pode viver numa encarnação, já que são as estruturas mais subtis (do
corpo mental) as que estão comprometidas em tais casos. Segundo a tomada de
posição de alguns espíritos (entre eles, Emmanuel e André Luíz), os portadores
de transtornos mentais são espíritos que abusaram reiteradamente da
inteligência, agindo como homicidas e suicidas. O tratamento, além do
estabelecido pela Psiquiatria, consiste num trabalho de transformação moral,
sem o qual qualquer outra atuação será apenas paliativa. O movimento
médico-espírita possui diversos trabalhos que explicam tais alterações e como
tratá-las, permito-me aqui a citar algumas obras publicadas pela Associação
Médico-Espírita de Minas Gerais que falam, na maior parte de seus capítulos
sobre doenças mentais: “O Homem Sadio – Uma Nova Visão”; “Porque Adoecemos”;
“Doenças ou Transtornos Espirituais?”; “Cura e Auto-Cura” e obra editada pela
AME-Brasil: “Depressão – Uma abordagem Médico-Espírita”.
O cancro
é uma doença espiritual?
Resposta: Se
considerarmos as causas mais profundas das doenças, o cancro também seria uma
patologia de fundo moral. No entanto, a grande maioria destes
processos-resgates, são fruto da invigilância dos indivíduos com as suas vidas,
procedendo de forma desregrada e rebelde, produzindo assim esta propensão para
a doença na atual encarnação ou numa posterior, pois a grande maioria dos
cancros estão diretamente ligadas ao abuso do álcool, tabaco, alimentação
desregrada e descontroles emocionais.
Por
que é que existem doenças que aparecem e depois desaparecem sem tratamento
médico? Eu pergunto isto porque tive gota e desapareceu, tive retrocolite
ulcerativa e sarei com um tratamento de cromoterapia.
Resposta:
Existem doenças que são resgates momentâneos ou são produzidas por situações
atuais limitadas que, cessadas as necessidades daquela vivência, desaparecem
com ou sem tratamento médico convencional. No caso específico, a consulente
falou-nos da cromoterapia, que poderia ser uma terapêutica complementar
eficiente (se aplicada de forma correta), entretanto, é preciso salientar que
não existem pesquisas sérias e replicadas que comprovem a eficiência de tal
método terapêutico. É preciso salientar que quando falamos de tratamento, as terapias
devem ser entendidas como complementares e não excludentes uns dos outros. Não
se deve dispensar a avaliação médica e a orientação deste profissional para
quaisquer tratamentos.
Diz-se
que a doença é uma pausa para a meditação, para nos questionarmos, que ela é
uma lição... Quanto mais difícil, mais longa ela denota uma maior necessidade
neste processo de reflexão para o espírito. Você concorda? Se a doença é lição,
é remédio, qual é o papel do médico espírita, qual é a sua posição perante o
exercício da medicina?
Resposta:
Nada no Universo, vindo do Criador, pode deixar de ter um caráter edificante.
Também assim é com a doença. Ela não existe como instrumento de punição, como
muitos ainda preferem vê-la. Na realidade, toda patologia é um recurso de
aprendizagem, na sábia pedagogia divina, convidando-nos, não a perguntarmos
"por que é que adoecemos?", mas sim a formularmos a questão adequada:
"para que é que adoecemos?"
O facto de ser um instrumento para
aprendizagem não significa que ao assistir ao irmão em processo de dor,
tenha-se que se tornar mero espectador. Cabe ao doente, tal como aos que o
rodeiam procurar recursos para diminuir a dor e aliviar o sofrimento (a
inteligência foi-nos dada para isso).
O médico espírita deverá, além de agir como agente
aliviador e saneador, auxiliar o paciente a entender o caráter educativo da
doença que o aflige, fazendo-se facilitador para o entendimento da doença como
caminho de cura.
Gostava
de saber algo sobre a terrível doença chamada lúpus, pois tenho uma sobrinha de
12 anos cuja doença se manifestou agora. Que relação cármica teria esta doença
com os pais e a própria doente?
Resposta: Não
tenho nenhuma informação específica no campo médico-espírita, sobre as causas
espirituais do lúpus e a relação dos familiares com o processo. Na verdade, não
existe o acaso e pela gravidade do comprometimento, parece-nos visível a
situação de vidas passadas. A medicina reconhece a importância de fatores
emocionais que desencadeiam ou agravam os processos de lúpus.
Por
que é que uma pessoa, que foi muito boa nesta vida, tem uma morte tão ruim como
o cancro de pulmão, com tanto sofrimento para ela e para a família?
Resposta:
Esta pergunta questiona, na realidade, a Justiça Divina, e sabemos que na
Criação não há erros. Muitas pessoas são preservadas, por um grande espaço de
tempo, numa condição de saúde e harmonia, preparando-se para provas mais
difíceis relacionadas com posições tidas noutras encarnações, que só podem ser
totalmente compreendidas através de revelações mediúnicas. Aquilo que parece
injustiça é na realidade oportunidade de fortalecimento, para que as dores e os
sofrimentos sejam suportados com mais grandeza do espírito. O fato de se viver
um quadro patológico grave, doloroso e incurável não significa que a
Providência Divina esqueceu ou abandonou o indivíduo, mas que convida a
criatura a um maior tempo de reflexão. No caso específico do cancro pulmonar,
não pode-se esquecer que quase em sua totalidade há um abuso de tabaco
anteriormente, vício que reconhecidamente é um dos maiores fatores na etiologia
da doença, que poderia ser evitada pela criatura, que opta a se manter numa
prática adoecedora, vivendo uma realização de prazeres por vias mais fáceis.
Baseando-se
na sua experiência académica, qual seria a sua opinião para haver, nos dias
atuais, um surto tão grande de doenças que comprometem o sistema nervoso?
Resposta: São
muitos os factores que se associam para que surjam tantos transtornos no campo
psíquico, sendo estes dos mais diversos tipos. No entanto, do ponto de vista
espiritual, estamos num momento de resgate da Terra, que está a passar por um
processo de transformação, que a elevará à categoria de planeta de regeneração.
Para isto, é necessária uma mudança moral na humanidade, o que se traduz na saída
dos que teimam em ser rebeldes e no desaparecimento das chagas morais (o duelo,
a escravidão, a prostituição, a guerra e a obsessão). Contudo, a Misericórdia
Divina não faria isto sem antes dar oportunidades a todos para atenderem ao
chamamento do Amor. Deste modo, vemos cada vez mais a presença de espíritos
muito inteligentes, mas intensamente comprometidos no campo moral, e este
comprometimento suscita a possibilidade do aparecimento dos chamados
transtornos psiquiátricos, em especial, nos que teimam em manter-se vinculados
ao mal.
Qual
a visão da doutrina espírita em relação às fobias, mais especificamente à
agorafobia?
Resposta:
Esses processos patológicos são frutos de experiências traumáticas, geralmente
originadas em outras encarnações e reforçadas na vida atual. No entanto, essas
vivências podem ser muito diversas, sendo difícil especificar as causas, como
num processo de ação-reação.
O
Transtorno do Pânico (Síndrome do Pânico) e/ou o Transtorno de Ansiedade
Antecipatória, ainda não têm cura pela ciência ortodoxa, apenas controlo com
antidepressivos e ansiolíticos.
A
visão espírita, pode ser derivado de obsessão ou de desequilíbrio do corpo
perispiritual? A terapia do passe ajuda muito pouco; o que fazer com esta
doença crónica?
Resposta:
Uma
das principais causas do Transtorno de Pânico, a nosso ver, são os traumatismos
vividos pelo espírito em momentos de desencarnação ou em experiências de ver-se
preso ao corpo físico após a extinção da vida corporal. Assim, temos tido a
orientação e percepção de bons resultados com a terapia de regressão a
vivências passadas, a qual deverá ser administrada por profissionais
competentes e habilitados para tal.
O
que acha do conceito de morte cerebral e da sua relação com os transplantes?
Será que a morte cerebral indica realmente a morte completa, mesmo que o
coração da pessoa esteja batendo?
Resposta: O
tema encontra-se, de momento, em discussão, tanto no meio académico como entre
os profissionais espíritas. Existem trabalhos que têm denunciado que os critérios
para definição de morte encefálica não são válidos e que a pessoa poderia
regressar à vida normal depois de uma vivência assim. Sabemos que o processo de
desvinculação do corpo físico é bem mais demorado do que a morte física e, na
realidade, o grande problema da doação de órgãos, fora a questão da eutanásia,
é o da disponibilidade de doar-se em favor dos que necessitam. Precisamos
preparar-nos para gestos cada vez mais profundos de solidariedade e
generosidade, tal como nos dizia Jesus: "prova de amor maior não há, do
que dar a vida pelo irmão." Entretanto, o profissional de saúde e as
pessoas que visam a questão espiritual devem buscar estudar e melhor refletir
sobre a temática, para que a tomada de uma decisão como esta não seja feita sem
os cuidados necessários.
Como
é vista a Depressão na visão Espírita?
Resposta: A
depressão ou o mal do século é, na realidade, dentro de uma perspectiva mais
profunda do espírito, um processo de cunho moral, onde o indivíduo, no seu
processo de relação com o Pai, não aceita as limitações existentes, querendo
prerrogativas para si e para aqueles a quem quer bem, que ele acredita serem
justas. São manifestações doentias graves, com um grande componente genético,
deixando claro o seu aspecto cármico, ou seja, terem suas causas mais sérias
nas vivências pretéritas da criatura. No entanto, desconhecendo as causas mais
profundas das lutas da vida, intimamente, crê-se abandonado pela divindade e,
revoltado, opta por uma não vida, pois a depressão, na sua sintomatologia, é a
própria negação do viver, chegando ao extremo da negatividade - o suicídio.
É importante distinguir depressão de momentos
de tristeza. Estes últimos são naturais e têm como função convidar o indivíduo
a voltar-se para si mesmo, identificando o que lhe está a acontecer e o que é
necessário fazer ou mudar, para que a vida decorra com mais tranquilidade. Não
são e não devem ser tratados com medicamentos, os quais não fazem efeito em
tais situações.
Como
podemos diferenciar uma doença meramente física de uma doença da alma?
Resposta: Na
verdade, esta diferenciação é simplesmente didática e fruto da cultura
fragmentária do academicismo atual. Ninguém é só corpo, apenas espírito ou
mesmo somente corpos energéticos. Somos um todo, não indivisível. Todas as
nossas dimensões se interpenetram e direcionadas pela essência espiritual, esta
sim, a nossa realidade eterna. Deste modo, essa diferenciação é apenas auxiliar
na aprendizagem e toda doença é fruto da nossa condição moral, mesmo as que
estão vinculadas às condições do planeta, pois a nossa estadia aqui é o
resultado do nosso processo evolutivo.
(*) Psiquiatra, diretor clínico do Hospital
Espírita André Luíz, em Belo Horizonte (MG), vice-presidente da Associação Médico-Espírita
do Brasil (AME) e autor de vários livros
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