Por Roberto Caldas (*)
Chico Xavier e o povo |
Os conflitos deflagrados mundo afora deixam a
humanidade estarrecida diante de tantos espetáculos de dor e aflição. Não
fossem os conflitos armados, que explodem a cada momento tendo como motivo a
conquista de espaço territorial, vemos a destruição antepondo concidadãos ao
constrangimento de uma guerra doméstica que ensanguenta o asfalto das
metrópoles. A face visualizada do drama esconde a gravidade maior que se
encontra entrincheirada, portanto escondidas, nas condutas estimuladas pela
ganância humana.
Nesse
espetáculo de horrores estamos todos envolvidos e não há quem se possa eximir,
se colocadas lentes justas de avaliação. O mundo inteiro soçobra aos ventos
oportunistas do lucro a qualquer custo, mesmo naqueles espaços com acentuado
crescimento econômico e alto grau de investimento em educação formal, embora
muito mais grave naqueles que sobrepujam a importância de tais fatores.
Irmã Dulce e o povo |
A
Holanda se vê assombrada pelo avanço da prostituição, que toma as ruas de suas
cidades, desde que optou pela descriminalização do uso de drogas, decisão que
elevou exponencialmente o crescimento de delitos. Os Estados Unidos sofrem
banhos diários nas escolas, de sangue infantil, tendo na figura de adolescentes
armados os vingadores, alimentados pela postura violenta e belicosa adotado
pela política de estado que os caracteriza. O Brasil se encontra paralisado
pelo crescimento da violência urbana catalisada pelo crescente aumento do
tráfico de drogas, processo alimentado pela licenciosidade das leis em direção
à corrupção retumbante que domina a maioria dos gabinetes acarpetados, geradora
do show de impunidades que testemunhamos, cujos protagonistas desmentem sem
qualquer pudor de alimentarem a mentira.
Surge
uma questão diante dessas calamidades: O que falta para que essas condições se
alterem de forma satisfatória? A resposta é simples, conquanto complexa em sua
execução: Espiritualização. A profundidade do problema repousa na compreensão
do que está explícito em O Livro dos Espíritos (q.630): “Como se pode distinguir o bem e o mal? – O bem é tudo o que está
conforme a lei de Deus; o mal, tudo o que é contrário. Assim, fazer o bem é
proceder conforme a lei de Deus; fazer o mal é infringir essa lei”. Temos
consciência quando fazemos o bem e quando fazemos o mal, salvo quando nos
faltem as condições mentais para tanto.
Madre Tereza e o povo |
Na
visão espiritual, a Terra não se divide em territórios. Fazemos parte de uma
mesma família, com idiomas e costumes diferentes, num grau de interdependência
que ainda desconhecemos. A Doutrina Espírita alerta aos homens que não é
suficiente se dizerem bem intencionados se, na prática, acabam empenhados em
suas ideologias sem a observação de que a atitude assumida precisa contemplar o
bem de todos, mormente se nos cabe autoridade de decidir a vida dos outros. Está
na hora de percebermos a verdade do que foi dito por Jesus, e ainda ignoramos,
segundo Lucas (XII: 47-48): “Porque a
todo aquele, a quem muito foi dado, muito será pedido, e ao que muito
confiaram, mais contas lhe tomarão”. Fazer o bem, em qualquer circunstância,
faz bem primeiro àquele que o pratica. Talvez aí esteja a equação da
regeneração da humanidade.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 24.08.2014.
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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