“Não te
maravilhes de eu te dizer:
É-vos necessário
nascer de novo.”
(Jesus, Jo:3:7)
Por
Jorge Luiz (*)
As
evidências científicas alcançadas nas últimas décadas, no que diz respeito à
reencarnação, já são suficientes para atestá-la como lei natural. O dogmatismo de cientistas materialistas vem sendo o
grande óbice para a validação desse paradigma.
Indubitavelmente,
o mundo de regeneração, como didaticamente classificou Allan Kardec o estágio para
as transformações esperadas na Terra, exigirá novas crenças e valores para a
Humanidade, radicalmente diferenciada das existentes e que somente a
reencarnação poderá ofertar, em face da explosiva diversidade e complexidade da
sociedade do mundo inteiro.
O
professor, filósofo, jornalista, escritor espírita, J. Herculano Pires, em sua
magistral obra O Espírito e o Tempo,
assim se pronuncia sobre a questão:
“A
axiologia (1) espírita não é antropológica. Sua escala de valores
não funciona em relação ao homem, mas à realidade universal.”
Kardec,
na questão nº 100 de O Livro dos
Espíritos, elabora de forma também didática a escala espírita, considerando
o grau de desenvolvimento, as qualidades morais adquiridas e as imperfeições
ainda não superadas dos Espíritos. São três categorias principais, contemplando
dez classes.
O
processo dialógico resultante do meio, admitida a reencarnação como lei
biológica, promoverá uma revolução conceitual, estrutural e ética daquilo que
hoje se classifica como ordem social, estabelecendo a moral cristã que o mundo
de regeneração exige.
A vida
Partindo-se
da pré-existência do Espírito, o Espiritismo é preciso na conceituação da vida
desde o momento da fecundação. São desmascaradas todas as conjecturas do
direito do Ser em fase embrionária,
já que herdeiro de experiências transatas guarda em si a individualidade,
promovente das características físicas em constituição. Desse modo, aborto,
eutanásia e pena de morte deixam de ser temas polêmicos na sociedade.
Por
sua vez a clonagem, a partir das técnicas de células-tronco de embriões,
fundamenta-se acompanhando a mesma lógica do aborto, em decorrência da
influência do Ser reencarnante em
toda a sua constituição extrafísica.
A morte
Reconceituando a
vida, necessariamente a morte assume nova feição. O Espiritismo assume de vez
para a Humanidade, a condição de Consolador Prometido”, afirmada por Jesus. A
morte perde a sua dramaticidade e assume a sua condição de fenômeno natural na
trajetória evolutiva do Espírito. Não mais o sofrimento da “perda”, mas a
saudade amparada na certeza da imortalidade e na esperança do reencontro no
porvir. A vida espírita é estuante, como explicam os Espíritos Reveladores no
Capítulo VI, do Livro II, de O Livro dos
Espíritos – Vida Espírita –, e traz
luz a temas como eutanásia, morte assistida, aborto e morte cerebral.
O
intercâmbio entre os dois mundos será objeto de validação científica, já em
germe nas pesquisas da Transcomunicação Instrumental – TCI, referendando as
leis universais que regem a continuidade da vida em todas as suas expressões.
Educação
“Aprender
é recordar”, como no Mênon de Platão, em que a anamnese (2) é
a tônica do aprendizado, afloram os conhecimentos adquiridos em vidas passadas.
A educação centrada em virtudes dará mais importância às condições morais e
espirituais do indivíduo, considerando que essas características são
prevalecentes para nova ordem social-espiritual no mundo de regeneração. A
massificação do processo educacional do individual desaparecerá para serem
priorizadas as tendências naturais do educando, consistindo na arte de formar
caracteres, já que a educação do Espírito é adquirida pelo conjunto de hábitos,
como bem elabora Allan Kardec na questão nº 685 “a”, de O Livro dos Espíritos.
A reencarnação tem na
tolerância sua virtude por excelência, uma vez que explica racionalmente a
diversidade humana. Kardec a insere juntamente com o trabalho e a solidariedade
em sua bandeira.
Os
ambientes escolar e familiar são espaços privilegiados para o cultivo da
tolerância, favorecendo a construção e o desenvolvimento das personalidades
individuais, das descobertas, do respeito pelo outro, que embora ocupe espaço,
tenha direitos e deveres, como eu, mas, em sua essência, é diferente de mim.
Por isso e em função disso, Jesus ensinou: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo”.
Voltaire (1694-1778), escritor, ensaísta,
filósofo iluminista francês, assim se expressa: “O que é tolerância? É o apanágio da humanidade. Somos todos feitos
de fraquezas e de erros, perdoemo-nos reciprocamente nossas tolices, é esta a
primeira lei da natureza.”
A educação para a
morte, que não deixa de ser educação para a vida, estará obrigatoriamente na grade curricular das instituições de ensino.
Saúde
Allan Kardec considera
que o reconhecimento do perispírito, como modelador do corpo físico, estando
nele gravadas todas as tendências boas ou más trazidas de outras existências, a
ciência encontrará a cura de inúmeras patologias de ordem física e psicológica.
É necessária, portanto, uma medicina proativa, centrada no equilíbrio da mente
e do corpo, com resultante dos quesitos morais do indivíduo, determinantes para
a saúde integral, exigências das existências futuras. A hierarquia
fisiopatológica passará a ter uma relação entre causa e efeito, exigindo a
adequação de novas técnicas terapêuticas, agora centradas nas relações éticas
dos indivíduos, valorizando os conceitos holísticos do homem.
A
sexualidade será enobrecida com a benção da reencarnação, luarizada pelas
expressões sublimes do amor.
A paz
Dr. Ian Stevenson (1918-2007), cientista e professor de Psiquiatria da Universidade
de Virgínia, fundador da moderna ciência da pesquisa sobre a reencarnação, em
entrevista a Tom Shroder, jornalista e redator do jornal The Washington Post, que resultou na edição do livro Almas Antigas, afirmou que a sua
determinação em comprovar cientificamente a reencarnação, era de que, através
dela, o homem alcançará a paz no mundo. Stevenson era convicto que ao se
eliminar o medo da morte, o mundo conseguiria um equilíbrio maior, não havendo
mais motivos para a guerra. Ele conseguiu isso, coletando testemunho de
crianças, com idades entre 2 e 4 anos, que têm lembranças nítidas de vivências
pretéritas. Em boa parte desses casos, Stevenson associou marcas de nascença
que se relacionam com ferimentos em vidas passadas.
O
Espiritismo, no seu tríplice aspecto – ciência, filosofia e moral –, não só vem
atualizando as religiões, mas também as ciências, pela comprovação da
imortalidade da alma, tendo no Espírito, ser circunscrito, centelha divina e
viajor na esteira do tempo através das experiências múltiplas, a Verdade que
liberta, propiciando à Humanidade regenerada as possibilidades de progresso em
todas as dimensões da vida física e espiritual.
(1)
padrão
dominante de valores em determinada sociedade.
(2) do grego ana (trazer) + mnesis (memória);
(*) blogueiro e expositor espírita.
Referências
IANDOLI JR, Décio. Reencarnação como lei biológica. São Paulo: Fé, 2005.
KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. São Paulo: Lake, 2004.
PIRES, J. Herculano. O Espírito e o tempo. Sobradinho: Edicel, 2001.
SHRODER, Tom. Almas antigas. Rio de Janeiro: Sextante, 2001.
Indubitavelmente a Reencarnação é instrumento de ampliação da vida instalando na percepção dos seres a real dimensão do significado da vida. Parabéns amigo Jorge Luiz pela forma das ideias, quando crescer quero escrever desse jeito. Roberto Caldas
ResponderExcluirCaro amigo!
ResponderExcluirExagerado! Exagerado! (rs)
Valeu!
Abração!
Vou imitar o Roberto Caldas, deixe ver só quando eu crescer! Muito bom Jorge, continue pesquisando e escrevendo, você tem futuro rapaz! Parabéns! Francisco Castro
ResponderExcluirProgresso é isso.
ResponderExcluirParabéns pelas jóias deixadas aqui. São presentes suas inspirações de luz.
Obrigado!