Por Roberto Caldas (*)
Só há uma eternidade. Aquela que faz da
existência um extenso campo de aprendizagem e provém da mecânica de Deus. De
resto, tudo se resume à mágica frase que confere esperança e força a qualquer
pessoa que se empenhe em cultivá-la: “tudo passa”.
O
planeta que um dia já retratou a atmosfera primitiva e inabitada carregada de
pesados gases em ebulição - vulcões, terremotos, maremotos – permite
generosamente a fonte de oxigênio que alimenta a vida em seu esplendor para
todos os seres vivos selecionados para esse período evolutivo que conquistou.
As civilizações que enfrentaram a barbárie, a ignorância das letras e o
nomadismo, fruto da escassez de alimentos, prosperam em áreas geograficamente
definidas na constituição de populações que buscam uma identidade. As leis que
hoje defendem a vida e as liberdades já estiveram entregues nas mãos dos
conquistadores vitoriosos que legislavam pela ânsia exclusiva de vingança e
extorsão dos povos.
Apesar
de todos os malogros que ainda prendem os passos da humanidade numa notória
luta do bem contra o mal, dominados que ainda vivemos pela ambição desenfreada
e reféns de sistemas injustos de distribuição do “bem estar” social, basta uma
passada de olhar em profundidade por toda a história do mundo para percebermos
que os tempos mudaram as regras do jogo que está posto a nossa frente.
Se
ainda há os que se julgam superiores às leis morais da convivência – e ainda
são muitos os que assim se propõem – bancando os espertos perante a paralisia
atônita da maioria, aos quais falta a astúcia malograda da desonestidade, a
evolução dos tempos já nos deram testemunhos do destino que lhes reserva o
futuro. Quantos sabichões, dominadores, hipócritas, sabotadores já foram
desmascarados pela força dos fatos e se encontram hoje execrados numa galeria
de inimigos da humanidade, parasitas sociais?
A
evolução humana tem se mostrado categórica na sua caminhada de melhoria moral e
pela busca de valores de respeito e liberdade, mesmo que não seja na velocidade
que a nossa pressa exige, mas é necessário ter cautela com a exigência de
mudança externa sem a contribuição obrigatória que nos cabe interiormente. É
fundamental ter em mente que as premências que nos atingem fazem parte dos
obstáculos que a nossa própria evolução permite. Temos e alcançamos apenas o
que precisamos para vencer as nossas más inclinações provenientes das práticas
do passado recente e remoto.
A
Doutrina Espírita nos convoca a ver o tempo como uma alavanca de apoio para as
nossas atitudes, ao afirmar que somos livres para escolher o gênero de
encarnação que pretendemos. Convém manter a mente serena diante das duras
batalhas evitando práticas que nos incluam na categoria de causadores das
dificuldades alheias. Jesus admoestou-nos (Lucas- IX: 25), “pois que adianta ao
homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se ou destruir a si mesmo?”. Tudo haverá
de passar, os ganhos e as perdas efêmeras, para quem se provar fiel aos
princípios da lei de ouro tanto quanto para aquele que resolve transgredi-la...
o tempo é que mostrará a diferença entre tais escolhas. Saibamos escolher.
(*) editorial do programa Antena Espírita de 21.09.2014.
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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