Por Roberto Caldas (*)
Determinou a Sabedoria Divina que o renascer
fosse a forma adotada de evolução espiritual para todos os Espíritos projetados
para povoar os milhões de mundos que circulam em torno das estrelas de variada
grandeza que cintilam universo afora. A obrigatoriedade dos renascimentos,
alcançando toda a gama de seres vivos, plenifica na espécie humana a sua
refinada estratégia evolutiva baseada na justa Lei de Causa e Efeito, aquela
que agrupa anseios complementares, e apontam para a troca de experiências
através do processo educativo.
É
nesse cenário de reciprocidades que recebemos afetos e desafetos do passado na
figura frágil da criança, que aporta aos nossos lares, produzindo em nossos
olhos o brilho diante de tão formosa aparição que emociona e enleva. Através da
candura dos seus movimentos gráceis, eis que mergulhamos os adultos, nos mais
profundos sentimentos de carinho que nos faz completamente desarmados e prontos
para o atendimento de suas mais mínimas necessidades, entre elas a de proteção.
Através
do ingresso da criança na família quis a Providência Divina que iniciássemos o
processo de regeneração da humanidade, esquecidos dos conflitos e embates
vivenciados no passado, com grandes possibilidades de iniciarem-se através dos
novos aprendizados que a singeleza da infância nos infunde, uma relação de amor
e dedicação superando todos os motivos de dor que os comportamentos de ontem
tenham produzido.
Como
resistir aquele sorriso de boca aberta sem um dente sequer, enquanto as
perninhas parecem pedalar bicicletas imaginárias? De que forma não se entregar
por completo ao ver dois bracinhos em nossa direção, a pedirem colo? De que
forma ser indiferente ao ouvirmos o seu primeiro balbucio em nossa
direção?
A
Bondade de Deus não tem reparos. Fez-nos crianças para que pudéssemos trazer
oportunidades de reencontro, mas principalmente para que exercitássemos as
nossas qualidades e experiências para, finalmente nos entregarem igualmente aos
cuidados, aqueles seres que nos permitem tornar-nos pessoas melhores enquanto
lhes ensejamos as nossas melhores energias de amor.
Exatamente
por essas e outras razões que Jesus (Mateus – XIX; 14) admoestou àqueles que
tentavam impedir as crianças de aproximarem-se dele: “Deixai vir a mim as
crianças, não as impeçais, pois o Reino dos céus pertence aos que se tornam
semelhantes a elas”.
Está
claro que a encarnação repetida é a única forma de evolução espiritual que a
Natureza dispõe. Mais claro ainda é que através do período infantil que
conquistamos a condição de afeto que precisamos para vencer as barreiras
impostas pelo passado. Ainda mais claro que é nesse período da infância que a
fraternidade e o amor podem operar os maiores milagres de renovação que um
Espírito pode ensejar. Evoquemos o nosso lado criança todos os dias para
abraçarmos as crianças que nos chegam para que nos ajudemos mutuamente a fazer
da Terra o reino dos céus.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 12.10.2014
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Que Assim Seja!
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