“...Era
tão evoluído em sabedoria e amor, que os
Invisíveis
o qualificavam de Apóstolo da Fé,
Pontífice
da Luz, Lúcido Apóstolo de Jesus.”
(Zeus Wantuil e Francisco Thiesen)
Por Jorge Luiz (*)
- Eis-te à frente do apóstolo da fé, que sob
a égide do Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo de
conhecimento...
Com
essa saudação, as Vozes do Céu apresentam o Espírito Hipolyte Léon Denizard
Rivail, a uma assembleia de Espíritos comprometidos com o progresso moral da
Terra. O dia: 31 de dezembro de 1799. Local: no coração da latinidade. Um
magnífico espetáculo da Espiritualidade Superior! Motivo: a reencarnação de
Hipolyte Léon Denizard Rivail, que termina ocorrendo no dia 03 de outubro de
1804.
Espíritos
sábios e benevolentes se fizeram presentes. Não só latinos, mas gregos,
israelitas, franceses. Encarnados e desencarnados. O Espírito Napoleão,
desprendido do corpo físico, era destaque naquela assembleia. A narrativa é do
Espírito Irmão X, pela pena mediúnica de Francisco C. Xavier, inserto na obra Cartas e Crônicas.
Nos
dias atuais, em que muitos líderes religiosos se autoproclamam apóstolos, o que
realmente define um apóstolo?
Etimologicamente,
vem do grego apostollein (apo = separação) + (stellein = equipar). Na tradução
hebraica da Bíblia – Séc. III –, apostollein é utilizado para traduzir o hebreu
sâlâh (enviar) e possui ideia de mandato. O sâlâh (enviado) tem o mesmo poder
que o mandante.
Jesus,
como está descrito no Evangelho de Mateus, 10-2, diferenciou muito bem a
condição dos doze enquanto discípulos e os alçou à condição de apóstolos. O
discipulato – iniciativa pessoal – ficou condicionado ao aprendizado da Palavra
do Evangelho, tendo como propósito maior o de enviá-los em missão, o que
caracterizará o apostolado.
Portanto,
as características relevantes de um apóstolo, quando se estuda os Evangelhos,
são: a chamada, a educação e a missão.
“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores
de homens” (Mc, 1-16:20). Com essa asserção, soa o chamado como o primeiro
ato do ministério público do Rabi Galileu.
O
processo educacional é intenso. Jesus não desperdiça nenhum momento que lhe
oportunize condição de educar os apóstolos. Depreende-se, portanto, no
Evangelho de Marcos, que Jesus após o início do seu ministério público
consagrou-se cada vez mais à instrução e educação dos doze. Leia-se: “A vós é dado saber os mistérios do Reino de
Deus, mas aos que estão de fora todas essas coisas se dizem por parábolas.”
(Mc, 4:11).
A
esse respeito, assinala o Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco C.
Xavier, na obra Fonte Viva:
“O apóstolo é o educador por excelência.
Nele residem a improvisação de trabalho e sacrifício de si mesmo para que a
mente dos discípulos se transforme e se ilumine, rumo à esfera superior.”
Jesus
os empodera espiritualmente, enviando-lhes para a missão, como está escrito em
Mc, 6:7: “Chamou a si os doze, e passou a
enviá-los de dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos imundos.” Os
apóstolos, sempre que retornavam, prestavam-lhe conta do que tinha feito e
ensinado.
No
que diz respeito ao apóstolo da fé, leia-se o que diz mensagem recebida pelo
médium, Sr., d’A..., em Ségur, 09 de agosto de 1863, inserida em Obras
Póstumas:
" Ao te escolherem, os Espíritos conheciam a
solidez das tuas
convicções e sabiam que a tua fé, qual muro de aço, resistiria
a todos os ataques.”
Rivail,
antes de entrar em contato com os fenômenos espíritas, dedicou mais da metade
da sua vida à educação, principalmente a dos jovens. E ele próprio define a
educação como obra de sua vida.
Por
outro lado, até onde alcança o conhecimento adquirido, a sua herança espiritual
é determinante para entender a sua preparação para o apostolado da fé. Rivail, foi herdeiro da educação revolucionária que recebeu de Pestalozzi. Allan
Kardec, como druida, nas Gálias antigas, pseudônimo que vai se utilizar para a
autoria das obras espíritas, bem como Jan Huss, reformador checo, atuaram em
atividades ligadas à educação.
Em
toda a Codificação espírita, enxerga-se a sua didática centrada na observação e
no ensino. Em O Livro dos Espíritos
tem-se o pilar central do edifício pedagógico kardeciano, consolidando-se em um
Manual de Educação Integral oferecido à Humanidade para a sua formação moral e
espiritual da Terra, como afirma o prof. Herculano Pires, na obra Pedagogia
Espírita.
A
missão lhe foi revelada em residência do Sr. Roustan, pela médium Srta. Japhet,
em Obras Póstumas:
“(...) Deixará de haver religião e uma
se fará, mas verdadeira, grande, bela e digna do Criador...Seus primeiros
alicerces já foram colocados... Quanto a ti, Rivail, a tua missão é aí.”
Tolerante,
sensato, humilde, judicioso, corajoso, caridoso. Além de uma fé inquebrantável,
esses são alguns traços do caráter de Rivail, revelados em suas obras e por
seus biógrafos.
Ninguém
se torna apóstolo em uma encarnação somente, principalmente para uma tarefa de
regeneração da humanidade, restauração da religião do Cristo e retificação dos
erros da História.
Kardec consolidou uma doutrina respaldada na
fé raciocinada, sem espírito de sistema e abdicando do personalismo para que
ela se fizesse grande. De acuidade filosófica, amparou-se no paradigma
científico vigente para fundar a ciência do invisível, visualizando uma
percepção do ser e do mundo além das mesas que giravam.
Hoje
discípulo. Amanhã apóstolo. É o que espera Allan Kardec dos espíritas, através
do chamado do Espírito Erasto, no Cap. XX:4, do Evangelho Segundo o Espiritismo, Missão dos Espíritas:
“Ah! Bendizei o Senhor, vós que tendes
fé na sua soberana justiça, e que, novos apóstolos da crença revelada pelas
vozes proféticas superiores, ides pregar o novo dogma da reencarnação e da
elevação dos Espíritos, segundo o bom ou mau desempenho de suas missões e a
maneira pela qual suportaram as suas provas terrenas.”
Salve
Allan Kardec, três vezes salve!
REFERÊNCIAS
Dicionário bíblico ecumênico. São Paulo:
EDITORA DIDÁTICA PAULISTA
INCONTRI, Dora. Pedagogia espírita. São
Paulo: Editora Comenius, 2004.
KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. São
Paulo: LAKE, 2004.
___________. O evangelho segundo o
Espiritismo. São Paulo: LAKE, 2004.
____________. Obras póstumas. São Paulo: FEB,
2003.
XAVIER, F. C. Cartas e crônicas. Rio de Janeiro:
FEB, 1966.
____________. Fonte viva. Rio de Janeiro:
FEB, 1997.
Jorge Luis, bela e oportuna homenagem ao Codificador da Doutrina Espírita! Que aqueles que estudam ou que apenas simpatizam com o Espiritismo possam se dedicar em conhecer melhor essa figura, cujo trabalho após mais de um século e meio vem ajudando pessoas a mudar suas histórias de vida e trabalharem para tornar, esse, em um mundo melhor para se viver. Parabéns a você também amigo. AVE KARDEC!
ResponderExcluirCaro amigo Castro!
ResponderExcluirMuito obrigado por suas palavras de incentivo.
Allan Kardec ainda é desconhecido não só no público espírita, mas principalmente entre os não espíritas. Essa é a grande verdade!
Bela homenagem. O artigo nos representa, a todos nós que não encontramos palavras para expressar gratidão pelo trabalho e renúncias do mestre.
ResponderExcluirAve, Lião! Ave, Kardec! Ave, Cristo!
Everaldo Mapurunga
Viçosa do Ceará
Fiquei emociona.
ResponderExcluirChegada de Kardec fez--se luz!!!
Ave!!!!