“Descrença, corrupção e
incredulidade, eis, pois, senhores, o sumário de todos os sintomas que oferece
o país sob o tríplice ponto de vista por onde o consideramos.” Deputado Bezerra
de Menezes – 04.06.1867.
Por Francisco Castro (*)
O cenário atual do
nosso País não é muito diferente daquele denunciado por Bezerra de Menezes na
segunda metade do século XIX. Diariamente os noticiários, seja do rádio, da
televisão ou dos jornais impressos, denunciam em todos os níveis da vida do povo
brasileiro, situações de corrupção e violência em todos os setores da
sociedade, o que leva o cidadão comum a pensar em medidas extremas tais como
prisão perpétua e pena de morte.
Qual
seria a saída para esse estado de coisas? Haverá saída perguntará e dirá o mais
cético, não seria melhor se aproveitar o momento e também tratar de tirar
proveito da situação? O mundo está perdido mesmo! Ora, se o paciente está
gravemente enfermo nada nos autoriza a deixa-lo morrer sem buscar um socorro.
O
caminho mais curto é o de se atirar o peso da culpa em alguém, buscar-se
identificar um culpado, e aí são citados de imediato os políticos, nas três
esferas de governo: municipal, estadual e federal. Nessa mesma linha também não
escapam o legislativo, nem o judiciário. Também não conseguem ficar de fora os
empresários, movido pelo desejo de lucros cada vez maiores.
Haverá
algum remédio para os males citados acima? Será que encontramos alguma
explicação para esse estado de coisas? A Doutrina Espírita apontará alguma
solução para esse tipo de problema? O que é certo, seja qual for o remédio, é
que o efeito não será imediato, porque essa situação não se formou de uma hora
para outra, é o resultado do tempo, de muito tempo!
Em “O Livro Dos Espíritos”,
no capítulo I, da Parte Quarta, que trata das penas e gozos terrestres, logo na
Questão 920 Allan Kardec pergunta: Pode o homem gozar de completa felicidade na
Terra? Vejamos a resposta oferecida pelos Espíritos Codificadores: “Não, por isso que a vida lhe foi dada como
prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão
feliz quanto possível na Terra.”
Essa resposta dada pelos Espíritos,
se não for bem analisada, pode parecer desanimadora, mas, na verdade, logo de
início ela nos esclarece que a nossa situação como Espíritos encarnados que
somos, para aqui viemos por uma de duas situações: Prova ou expiação. Isso
significa que, ou estamos sendo testados e teremos que demonstrar que
aprendemos a lição; ou estamos expiando, ou seja, purgando o passado vivido em
outras existências, para que dele possamos nos livrar, e aí devemos entender a
razão de tanto sofrimento!
A parte final da resposta
coloca a solução em nossas mãos quando diz: “Dele
depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra”.
Daí ser muito importante compreendermos que, como Espíritos encarnados que
somos, já tivemos outras existências, neste ou em outros mundos, onde as nossas
ações geraram a situação que agora temos que dela nos livrarmos. Portanto, só
depender de nós agirmos de forma diferente, praticando o bem, em troca do mal
que tenhamos recebido!
Isso nos lembra aquela
historinha, em que alguns jovens resolveram testar um sábio, e colocaram entre
as mãos de um deles um pequeno pássaro, perguntando então ao filósofo: Vós que
és um sábio diz-me, o pássaro que tenho nas mãos, está vivo ou morto? O
Objetivo era muito claro, se o sábio respondesse que o pássaro estava vivo, ele
apertaria as mãos e o mataria, ao contrário, se o sábio respondesse que estava
morto, ele abriria as mãos e o pássaro voaria. O sábio percebendo a malícia
daquele jovem respondeu serenamente: a solução está em suas mãos!
Por isso, não podemos
esquecer, a solução se encontra tanto no campo da responsabilidade individual
como da coletiva. Daí ser muito importante o momento atual. O que está em jogo
é o futuro dos Estados e do País como um todo. O exercício da cidadania é
legítimo, e o seu instrumento mais importante é o voto!
A hora é de pensarmos sobre
um assunto bem atual: O das biografias. É preciso conhecer a história de vida
de quem vamos outorgar o poder de nos representar, de agirmos com a maior
responsabilidade. Não importa que seja homem ou mulher, o que importa é que
seja capaz de cumprir o que promete. Está na hora de elegermos com base no MÉRITO
e não o que tem a propaganda mais bonita, ou a promessa mais mirabolante e
impossível de ser posta em prática! O momento é de decisão. O FUTURO DO PAÍS depende
de cada um de nós!
(*) escritor, membro da AMLEF, integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Castro,
ResponderExcluirMuito oportuno! Brilhante texto!
Parabéns!
Jorge, obrigado por suas palavras de estímulo! Espero que esse texto produza os resultados esperados, que cada leitor use o direito que lhe é conferido como cidadão, através do voto livre e consciente, para eleger aqueles que realmente possam representar os anseio da maioria, especialmente, daqueles menos favorecidos. É a hora de exercermos a Cidadania Plena através do voto livre e consciente!
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