Por Roberto Caldas (*)
Tema discutido e repetido ao largo de diversos capítulos de O Livro dos
Espíritos, a obrigatoriedade da encarnação nos mundos materiais não deveria ser
colocada sob dúvidas por qualquer estudioso criterioso da Doutrina Espírita.
Definitivamente é fundamental entendermos que não há para o Espírito em sua
jornada evolutiva outra opção de progresso espiritual sem a experiência dos
renascimentos. Há quem defenda a possibilidade de evolução sem passar pelo
número necessário de incursões no corpo, mas tal conclusão é fruto da ausência
de reflexão relativa ao pensamento de Kardec, o qual se baseia completamente
nas informações dos Instrutores da Codificação.
A
estruturação doutrinária trazida por Allan Kardec, quando se refere à questão
básica da encarnação desfaz por completo a crença de destinação imposta aos
fatos da existência e torna cada vez mais importante entendermos o valor do
livre arbítrio nas escolhas das experiências que perpassam as nossas
existências.
É
certo que a permanência na erraticidade pode contribuir muito para a melhoria
da condição espiritual, mas a existência corporal é que permite serem postas em
prática as novas ideias adquiridas (LE – q. 230), sendo assim não seria
vantagem alguma permanecer-se indefinidamente no mundo espiritual antes de
alcançar-se o patamar de excelência, pois tal significaria manter-se em
condição estacionária (LE – q. 175a). O direcionamento que cada Espírito define
para a sua escalada depende das suas necessidades específicas de aprendizado e
norteiam-lhe um planejamento, antes mesmo de efetivar-se a nova existência, sem
criar inflexibilidade, visto que as ocorrências que se impõem no dia a dia têm
o poder de alterar aquele plano inicial, “...
Como um viajante que, no fundo do vale embaçado pelo nevoeiro, não vê a distância,
nem os pontos extremos de seu caminho; mas, uma vez chegado ao cume da
montanha, divisa o caminho que percorreu e o que lhe resta percorrer...”
(comentário de Kardec em LE q.266).
Reconhecida
a obrigatoriedade da encarnação, todos os detalhes podem ser planejados,
negociados e modificados, desde o tempo de permanência no mundo espiritual,
entre as existências, até os fatos que sucedem ao longo do tempo de vida que o
corpo físico nos permita, justamente pela razão de que as necessidades espirituais
se transformam à medida que decidimos diante dos problemas que se dispõem
durante a caminhada. Lógico que as nossas inclinações anteriores projetam
expectativas que dificilmente não estariam presentes na jornada, especialmente
aquelas atinentes aos hábitos arraigados do passado e que se constituem no
âmago das mudanças que precisamos fatalmente encarar se quisermos seguir em
frente com leveza.
O
ganho mais importante que a visão espírita nos concede é quanto ao aprendizado
de valoração e valorização de todas as situações trazidas pelo tempo,
especialmente aquelas que tenham entrado em nossas vidas sem uma
intencionalidade consciente, apenas aconteceram. Os dias passam a ser
diferentes, quando entendemos a significância de cada momento, tornados
oportunidades preciosas de experimentarmos a nossa capacidade de visualizar os
mundos, material e espiritual, interpenetrados em quaisquer dos nossos
comedimentos. Sabidamente a encarnação é obrigatória, mas todos os nossos
passos são opcionais dentro de uma encarnação. Que tal refletirmos
espiritualmente um pouco mais, antes de nossas ações nas experiências de cada
dia?
(¹) editorial do programa Antena Espírita de 30.11.2014.
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
O ESPÍRITISMO NASCEU E MORREU COM KARDEC - NÃO EVOLUIU NADA DEPOIS DE SUA MORTE - NÃO DEIXA DE SER UMA DOUTRINA CHEIA DE DOGMAS, APESAR DE SE APROXIMAR MAIS DA REALIDADE DO PLANO ESPIRITUAL, PORÉM, OS ESPÍRITAS TEM COMO VERDADE A QUARTA DIMENSÃO E NA VERDADE HÁ MUITAS OUTRAS DIMENSÕES A SEREM EXPLORADAS.
ResponderExcluirComentários pueris e conflitantes. Não responderei.
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