Por Roberto Caldas (*)
Todo e qualquer empenho empreendido para uma
vida livre depende de como estruturamos a nossa atitude dentro dos regulamentos
que o momento contempla. De imediato surge uma interrogação para tal assertiva:
como entender a busca de vida livre baseada em regulação?
Pois
bem! Existimos em um espaço demograficamente povoado por outras pessoas que
dividem conosco a necessidade da sobrevivência. Necessário perceber que cada
consciência traduz e interpreta os fatos da realidade com os instrumentos que
compõem a própria experiência, logo tem a sua maneira particular de ver o
mundo. O foco de cada componente desse contingente precisa ser a manutenção do
seu bem estar. Surge então a obrigatoriedade da composição de um expediente de
proteção ao bem comum, pois a aquisição do bem estar particular deverá, ao
menos teoricamente, respeitar a condição do outro e não ser “apesar da condição
que crie aos demais”.
O
exercício de convivência planetária, talvez seja o maior dentre todos os
desafios que precisamos enfrentar para seguir ampliando os nossos horizontes.
Os consórcios que projetamos na prática diária estabelecem humores que precisam
ser administrados de uma forma objetiva e criteriosa. Os direitos constituídos
pela individualidade pressupõem a adoção de respeito por parte da comunidade
que nos acolhe, mas isso vale igualmente quando é a nossa vez de ser
comunidade, quando diante das escolhas do outro. Gritar a própria liberdade,
direito incontestável de cada um, exige a isenção de tentar-se coibir a livre
movimentação dos demais caminhantes.
A
compreensão de sermos projetos ímpares de construção pessoal, personalidades
únicas em meio à infinidade de outros bilhões de seres, só pode ser alcançada
se decidirmos por conhecer-nos a nós mesmo. A percepção de que podemos a
qualquer momento fazer mudanças na estrutura dos nossos dias, independente da
idade, posição social e da condição de saúde em que estagiamos, é fundamental
para que nos sintamos liberados por qualquer fator de paralisação, que afinal
só existe em nossa crença e imaginação.
Somos
Espíritos imortais! A vida se estende a nossa frente para que projetemos as
existências da forma que melhor proveito nos traga. Todos os papéis que
desempenhamos estão diretamente relacionados com as nossas escolhas, logo poderiam
ser diferentes, se assim o quiséssemos, nada nos é imposto, as nossas
possibilidades são resultado de conquistas. A regra da vida, além de todos os
tratados humanos que permitem a harmonia social, está resumida na exaltação de
Jesus de uma lei que lhe antecede a presença na Terra fisicamente e permeia a
ética de todas as Religiões e Filosofia: “fazer ao outro o que considera bom
para si”.
Estamos
encarnados para ultrapassar os obstáculos e aproveitar a dor tornando-nos
vitoriosos pelo exercício da capacidade de discernimento que nos clarifica os
objetivos e pela coragem de seguir confiantes sempre que a vida nos mande
seguir adiante. Somos responsáveis sim, mas livres também. A liberdade tem
regras.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 07.12.2014.
(*) editorialista do programa Anena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário