segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

AMIGOS PARA SEMPRE¹



             

 Por Roberto Caldas (*)

 
Cena do filme "Nosso Lar" (André Luiz recebe a visita de sua mãe)
                              
            Tema que não sai de pauta entre os curiosos que visitam os ambientes espíritas é a continuidade das relações entre pessoas que conviveram enquanto encarnados, quando extinta a existência física. É compreensível que desejemos reencontrar as pessoas queridas que compuseram o nosso grupo familiar e de amigos para alongar a convivência feliz que nos permitimos durante a encarnação.
            A teoria desenvolvida pela Doutrina Espírita, respaldada pelos incontáveis testemunhos daqueles que se encontram no lado invisível através das comunicações mediúnicas, apresenta uma explicação muito simples a respeito da extensão dos relacionamentos depois da morte. O Livro dos Espíritos trata dessa discussão, entre outras, em seu capítulo VI, o qual inaugura a segunda parte, cujo título é Vida Espírita.

            De pronto se estabelece que a única vinculação que consegue manter vivos os relacionamentos no mundo espiritual é a sintonia. Libertos de todo e qualquer verniz social, é a afetividade genuína que aproxima os seres, abandonados os interesses enraizados nos motivos dependentes da matéria corporal. Apenas os valores baseados na simpatia e nos objetivos a que se propuseram é que servem de pontes para a aproximação daqueles que se reencontram depois de transpostos os umbrais da existência.
            Considerada a multiplicidade das experiências, logo compreendemos que os papéis desempenhados na Terra, quando nos vinculamos pelos laços do parentesco, são bastante variáveis, pois podemos renascer como pais, irmãos, cônjuges, netos ou até como amigos uns dos outros sem que isso perturbe a condição de Espíritos independentes, porquanto necessitados de apoio mútuo. Não há entre os Espíritos cargos, parentescos ou funções que se perpetuem depois da morte, quando os relacionamentos acontecem balizados tão somente pelas afinidades que construímos durante o processo de encarnação.
            Nada nos impede, no entanto, de lembrarmos as pessoas que nos deixaram em retorno ao mundo espiritual naquela condição que representaram para a nossa vida, visto que a atual condição é aquela com a qual podemos nos relacionar no momento da saudade, não faz mal que assim seja, desde que não acreditemos que seremos perpetuamente filho, pai ou cônjuge de alguém.
            Estejamos atentos à compreensão de que a Reencarnação conspira para a harmonização universal entre os Espíritos e nessa finalidade coloca milhares de seres na pista dos muitos encontros, alguns dos quais não haveremos de encontrar na atual encarnação por estarem cuidando de interesses momentaneamente diferentes dos nossos, mas ainda assim grandes amigos, com quem um dia nos relacionamos em outras encarnações e que fazem parte da grande irmandade espiritual que compõe a nossa família incorpórea.
            A morte não destrói os laços entre aqueles que se amam, ao contrário amplia-os. Cuidemos de dar ao outro o melhor de nós, na certeza de que a rede de amigos só se amplia, para mais além do que conseguimos imaginar.

¹ editorial do programa Antena Espírita de 25.01.2015.

(*) escritor espírita, editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.

2 comentários:

  1. Caro Roberto,
    Muito oportuno o editorial ora publicado. A esperança do futuro é um condicionante da vida moral, no quesito da felicidade aqui na Terra, conforme relatam os Espíritos na questão n. 922 de "O Livro dos Espíritos".
    Parabéns!

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  2. Muito interessante o tema! Nossa rede de amigos é tanta que sempre encontramos aqui e acolá seres que parecem conhecidos de longa data. E são. rs Que aumentemos ainda mais essa família espiritual! :)

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