Por Roberto Caldas (*)
Tema
que não sai de pauta entre os curiosos que visitam os ambientes espíritas é a
continuidade das relações entre pessoas que conviveram enquanto encarnados,
quando extinta a existência física. É compreensível que desejemos reencontrar
as pessoas queridas que compuseram o nosso grupo familiar e de amigos para
alongar a convivência feliz que nos permitimos durante a encarnação.
A
teoria desenvolvida pela Doutrina Espírita, respaldada pelos incontáveis
testemunhos daqueles que se encontram no lado invisível através das
comunicações mediúnicas, apresenta uma explicação muito simples a respeito da
extensão dos relacionamentos depois da morte. O Livro dos Espíritos trata dessa
discussão, entre outras, em seu capítulo VI, o qual inaugura a segunda parte,
cujo título é Vida Espírita.
De
pronto se estabelece que a única vinculação que consegue manter vivos os
relacionamentos no mundo espiritual é a sintonia. Libertos de todo e qualquer
verniz social, é a afetividade genuína que aproxima os seres, abandonados os
interesses enraizados nos motivos dependentes da matéria corporal. Apenas os
valores baseados na simpatia e nos objetivos a que se propuseram é que servem
de pontes para a aproximação daqueles que se reencontram depois de transpostos
os umbrais da existência.
Considerada
a multiplicidade das experiências, logo compreendemos que os papéis
desempenhados na Terra, quando nos vinculamos pelos laços do parentesco, são
bastante variáveis, pois podemos renascer como pais, irmãos, cônjuges, netos ou
até como amigos uns dos outros sem que isso perturbe a condição de Espíritos
independentes, porquanto necessitados de apoio mútuo. Não há entre os Espíritos
cargos, parentescos ou funções que se perpetuem depois da morte, quando os
relacionamentos acontecem balizados tão somente pelas afinidades que
construímos durante o processo de encarnação.
Nada
nos impede, no entanto, de lembrarmos as pessoas que nos deixaram em retorno ao
mundo espiritual naquela condição que representaram para a nossa vida, visto
que a atual condição é aquela com a qual podemos nos relacionar no momento da
saudade, não faz mal que assim seja, desde que não acreditemos que seremos
perpetuamente filho, pai ou cônjuge de alguém.
Estejamos
atentos à compreensão de que a Reencarnação conspira para a harmonização
universal entre os Espíritos e nessa finalidade coloca milhares de seres na
pista dos muitos encontros, alguns dos quais não haveremos de encontrar na
atual encarnação por estarem cuidando de interesses momentaneamente diferentes
dos nossos, mas ainda assim grandes amigos, com quem um dia nos relacionamos em
outras encarnações e que fazem parte da grande irmandade espiritual que compõe
a nossa família incorpórea.
A
morte não destrói os laços entre aqueles que se amam, ao contrário amplia-os.
Cuidemos de dar ao outro o melhor de nós, na certeza de que a rede de amigos só
se amplia, para mais além do que conseguimos imaginar.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 25.01.2015.
(*) escritor espírita, editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Caro Roberto,
ResponderExcluirMuito oportuno o editorial ora publicado. A esperança do futuro é um condicionante da vida moral, no quesito da felicidade aqui na Terra, conforme relatam os Espíritos na questão n. 922 de "O Livro dos Espíritos".
Parabéns!
Muito interessante o tema! Nossa rede de amigos é tanta que sempre encontramos aqui e acolá seres que parecem conhecidos de longa data. E são. rs Que aumentemos ainda mais essa família espiritual! :)
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