Por Alkíndar de Oliveira (*)
Quando uma empresa implanta, por exemplo, o ISO-9000, ela
passa – durante o processo de implantação – por uma saudável efervescência. Uma
boa liderança sabe aproveitar do objetivo comum a ser alcançado e energizar
todo o seu pessoal. Nessa fase a motivação costuma estar presente. É um momento
de saudáveis, e às vezes ásperas, discussões, é o momento da visão
compartilhada, é o momento de desafiar o estabelecido, é o momento em que todos
sabem qual foi o caminho apontado, é o momento da motivação contínua. Até que,
num dado momento, o processo se completa, o objetivo foi atingido, o ISO-9000
foi implantado.
A partir daí haverá um certo esmorecimento
por parte do pessoal. A motivação desaparece, pois não há mais caminho sendo
apontado. O objetivo já foi atingido.
Se a liderança não ater-se à essa questão, a
tendência é a empresa começar a descer os degraus da competência, da
criatividade e da produtividade.
O processo citado é semelhante ao ato de
fazer polenta (ou angú, como a polenta é conhecida em alguns estados do nosso
país).
É preciso colocar os ingredientes na panela,
e então começar a mexer, mexer e mexer sem parar. Mexer a polenta é, de forma
análoga, aquele momento em que a empresa está tendo todo o seu pessoal sendo
energizado pelo fato de estarem unidos para atingir um objetivo comum.
Aí a polenta fica pronta.
O cozinheiro não tem mais o que mexer.
É o momento de aproveitar do que foi feito. É
o momento de comer a polenta. Esqueça o que foi feito e coma a polenta. Pois se
não comê-la, seis horas depois já não mais estará tão saborosa. No dia seguinte
começara a azedar.
De forma semelhante, quando um determinado
processo findar no seu Centro Espírita, coma-o, isto é, saboreie-o e esqueça-o.
Não fique cantando os louros da vitória. É passado.
E invente alguma outra coisa.
Se não fizer isso, em pouco tempo sua
instituição começará a ficar insossa e logo-logo irá azedar.
Faça uma nova polenta.
Seu Centro Espírita não pode deixar de fazer
polenta. Ao acabar uma polenta, comece a fazer outra.
E agora, faça bastante polenta. E que seja
numa panela bem grande. Assim você passará muito mais tempo tendo que mexer. Em
outras palavras estabeleça uma meta audaciosa para seu Centro Espírita. Assim o
seu pessoal ficará energizado muito mais tempo.
(*) consultor de empresas, professor de comunicação verbal, palestrante e escritor espírita.
Sempre saímos ganhando - nós espíritas -, quando pessoas como o Profº Alkíndar, capacitadas para o mundo lá fora, contribuem com nosso movimento, trazendo suas ricas ideias, criatividade e leveza. Kardec, que prezava tanto as ciências, também tiraria largo proveito da Administração, se essa ciência fosse desenvolvida de tal forma, em meados do séc. XIX. Aliás, ele soube gerir como poucos.
ResponderExcluirEveraldo
Viçosa do Ceará
Caro Everaldo,
ResponderExcluirIsso é gestão. Escrevi artigo recente sobre a gestão espírita. Estamos tentando requentar uma polenta feita há cerca de 60 anos atrás. Há a necessidade de repensarmos a gestão espírita urgentemente.
Blog. esta ficando cada dia melhor....Parabens!!!!!
ResponderExcluirOlá, Fransé!
ExcluirValeu pelo estímulo!
Forte abraço!