Por Dora Inontri (*)
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) |
“Não se pode esconder: escolas e institutos
de educação estão de muitas maneiras distantes da vivacidade da influência
natural do meio doméstico para o despertar de um estado de ânimo positivo e de
uma participação ativa em tudo o que é educativo.” (Ein
Wort über Schulen und Erziehungshäuser – Band 27)
“A educação moral não deve ser trazida de
fora para dentro da criança, mas deve ser uma conseqüência natural de uma
vivência moral.” (Ein
Wort über Schulen und Erziehungshäuser)
“A meta para o qual o método tende
constantemente e em todas as coisas, é de atingir, vivificar e fortificar o que
há de verdadeiramente humano, espiritual e moral na criança. Em outros termos,
ele considera e trata a criança, desde o primeiro momento, como uma natureza
humana, espiritual e moral e reconhece nele principalmente esta existência e
esta atividade. O fundamento de sua confiança na criança é a primeira revelação
divina a respeito do homem, que é na realidade uma imagem de Deus. Longe de
considerá-la como uma tábula rasa, sobre a qual é preciso escrever, como um
vaso vazio que deve ser preenchido, ela o vê ao contrário como uma força real,
viva, ativa por si mesma, que desde o primeiro momento de sua existência,
opera, organizando, como um corpo orgânico sobre seu próprio desenvolvimento e
extensão…(…) A natureza externa, os cuidados maternos, o entorno doméstico
despertam e determinam, regulam e dirigem entretanto, por sua influência, a
atividade dessa força, mas eles nada podem sobre a sua natureza.” (Méthode théorique et pratique)
“A educação moral nada mais é que o
desenvolvimento da vontade humana pelos sentimentos mais elevados do amor, do
reconhecimento e da confiança; desenvolvimento que se funda sobre a perfeição
na qual esses sentimentos se manifestam, desde sua primeira aparição, nas
relações que se estabelecem entre mãe e filho.” (Méthode
théorique et pratique)
“Embora a força da Natureza conduza
irresistivelmente à verdade, não há constrangimento nessa condução. O som do
rouxinol que ecoa na escuridão e assim todas as coisas da natureza flutuam em
refrescante liberdade, sem a mínima sombra de uma inoportuna ordem em série.
Se houvesse uma ordem em série, constrangedora e forçada, no modo de ensinar
da natureza, também ela formaria de modo parcial, e a verdade não preencheria
doce e livremente a plenitude do ser humano.” “O homem perde o equilíbrio de
seu poder, a força da verdade, se o seu espírito for conduzido com violência e
parcialidade para um objeto. Por isso, o modo de ensinar da natureza não é
violento.” (Die Abendstunde
eines Einsiedlers)
“A criança não é como uma tabula rasa, um
recipiente vazio, que deve ser preenchido com matéria estranha, mas sim uma
força real, viva e autônoma, que já no primeiro instante da sua existência age
coordenando organicamente sobre seu próprio desenvolvimento e expansão… A
Educação deve recorrer espontaneamente à vontade da criança, ao seu impulso
para a Verdade, ao seu gosto pelo Belo e à sua ânsia pelo Bem. A Educação não
deve caminhar no sentido negativo de entravar o mal, mas no sentido positivo de
vivificar o Bem.” (Lenzburger
Rede)
(*) paulistana, nascida em 1962. Jornalista,
educadora e escritora. Suas áreas de atuação são Educação, Filosofia,
Espiritualidade, Artes, Espiritismo. Tem mestrado, doutorado e pós-doutorado em
Filosofia da Educação pela USP. É sócia-diretora da Editora Comenius e
coordenadora geral da Associação Brasileira de Pedagogia Espírita.
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