As embalagens
plásticas substituíram amplamente o vidro e os metais como lata e alumínio no
acondicionamento de alimentos e bebidas. Mesmo as embalagens de papel grosso
são revestidas com lâminas plásticas em seu interior. O baixo custo de produção
e de reciclagem impuseram o plástico por sua viabilidade econômica. A economia
realizada ao longo dos anos hoje apresenta suas contas aos cofres de todo o
mundo.
Os resíduos plásticos já são
conhecidos poluentes de nascentes e de oceanos, representam motivo de grande
preocupação pela ameaça às sobrevivência da riquíssima fauna marinha. Por terem
tempo de degradação que se conta em décadas, os danos que ainda hoje são
produzidos terão consequências para as futuras gerações.
Um outro tipo de dano que os
plásticos oferecem é sobre a saúde humana. Substâncias liberadas pelos
plásticos funcionam como ruptores químicos do sistema endócrino, ou seja, agem
nas células como se fossem hormônios porém causam danos expressivos.
O
mais estudado ruptor químico endócrino liberado pelos plásticos é o Bisfenol-A,
ou BF-A. O BF-A é associado ao desenvolvimento de várias doenças, entre elas
diabetes e obesidade. Estudo científico realizado na China demonstrou níveis
elevados de BF-A na população daquele país e associação entre BF-A e diabetes e
obesidade. Outro estudo científico importante relacionou diminuição dos níveis
de testosterona em homens contaminados pelo BF-A e também aumento da incidência
de Câncer de Próstata.
No
dia 11 de dezembro a imprensa americana anunciou os resultados de pesquisa
científica que demonstrou que outro ruptor químico endócrino, Phtalato, durante
a gestação, causa diminuição do QI das crianças expostas. Neste estudo, foram
avaliadas 328 mulheres durante a gestação e seus bebês e os resultados
evidenciaram associação entre níveis elevados de Phtalato e diminuição do Q.I.
das crianças. (Factor-Litvak P, Insel B, Calafat AM, Liu X, Perera
F, et al. (2014) Persistent Associations
between Maternal Prenatal Exposure to Phthalates on Child IQ at Age 7 Years.
PLoS ONE 9(12): e114003.
doi:10.1371/journal.pone.0114003).
Os
resultados dos estudos científicos exigem medidas urgentes de preservação da
saúde, além das repercussões econômicas. Plásticos “saudáveis” já estão em
estudo e alguns já estão no mercado em embalagens chamadas ecológicas, mas a
segurança ambiental não significa segurança biológica, ou a preservação contra
danos ao organismo.
O
Congresso americano aprovou decreto banindo tanto o BF-A quanto os Phtalatos de
plásticos de brinquedos e embalagens. A ANVISA já proíbe o BF-A nos plásticos
de mamadeiras, brinquedos e embalagens. Talvez a melhor medida seja o banimento
do plástico por parte da população, preferindo embalagens de vidro às plásticas
e mesmo as de lata e papel, pois essas outras possuem BF-A, Phtalatos e outros
ruptores endócrinos químicos no filme plástico que envolve o interior das
mesmas. Entre o plástico, lata de alumínio, PVC, ou tetrapack, prefira as
embalagens de vidro.
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