Por Paulo Eduardo (*)
O tríduo
momino chega. É a festa da carne. Carnaval. Alegria fabricada. Folia. Todo um
contexto para cair no samba. Samba no pé. Frevo. Marcha em sintonia com a
música própria. Alegoria. Tudo na cadência da harmonia. Forma de saracotear
numa religiosidade imprópria para os que se excedem. Espíritos em pânico na
tentativa de proteger os seus de origem familiar. Assim o carnaval. Tradição
que se não apaga. Aumento dos dias dessa orgia premeditada. Nada contra. Apenas
o desejo de colocar cada um em seu patamar de dignidade a fim de evitar os
exageros determinados pela turvação dos sentidos impregnados por vícios de
conduta. O certo é que a droga vem ocupando espaços preciosos na vida física.
Os espíritos no além estão realmente preocupados.
O Carnaval revela a
transitoriedade da carne quando o abençoado instrumento para o espírito
aprender na academia terrestre através do processo incessante da evolução está
sendo maculado. É preciso despertar para a realidade de que a carne, de certo
modo, não é apenas um vaso divino para o crescimento de nossas potencialidades
de vida plena. A carne é uma espécie de "carvão milagroso" capaz de
absorver os tóxicos e resíduos de sombra que trazemos no corpo substancial. Não
custa nada respeitá-lo. Tenhamos a carne como sagrada retorta em que nos
demoramos nos processos de alquimia santificadora, transubstanciando paixões e
sentimentos ao calor das circunstâncias que o tempo gera e desfaz os abusos
perpetrados pelo uso indevido do livre arbítrio. Carnaval sim. Alegria idem.
Tudo regrado pela sensatez. Equilíbrio. Permanecer atentos ao dever justo.
(*) jornalista, articulista do Diário do Nordeste e integrante da equipe do programa Antena Espírita.
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