Por Roberto Caldas (*)
Pintura em óleo de Allan Kardec e Amélie Boudet |
Eis uma afirmação que não nos deve causar
espanto: Lançado ao mundo em 1857, O Livro dos Espíritos demonstra inegável
atualidade quando trata de assuntos que ocupam espaço nas listas dos grandes
debates humanos contemporâneos. O fato se justifica, pelo que sabemos através
da palavra dos Mentores Espirituais, quanto à missão do Espiritismo em
reconstituir os princípios da mensagem cristã ao inserir-lhe num idioma que é
falado exaustivamente nos quatro cantos do mundo, originado no plano invisível
através da mediunidade. Dissera Jesus que apesar da temporalidade do céu e da
Terra, as suas palavras não passariam, logo precisariam ser reinterpretadas, de
sorte que viria um Consolador que relembraria o que havia sido dito e
esquecido, também traria outras informações que não seriam entendidas se fossem
ensinadas na sua época.
Essa
a razão que permitiu que fossem destacadas na apresentação dessa obra, ao
afirmar o que trazia ao mundo: “os princípios da Doutrina Espírita sobre a
imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens,
as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade –
segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns,
recebidos e ordenados por Allan Kardec”.
É
assim que o Espiritismo consegue fôlego extra em um período tão pródigo em
comportamentos, descobertas e contradições. Permite aquele estudioso de suas ideias
acompanhar de forma tranquila os desdobramentos das intercorrências que pululam
na sociedade, sem se deixar abalar pelos clamores do imediatismo, porque
reconhece que a história da humanidade passa necessariamente por períodos de
eclipses e iluminações sucessivos, vitais para a evolução obrigatória dos
Espíritos e dos mundos.
Entre
tantas questões importantes, a Doutrina Espírita, insere a discussão sobre a
importância do papel da mulher no mundo. Relativiza a questão sexual ao afirmar
que o mesmo depende do organismo físico, não existe nos Espíritos como
entendemos (LE, q 200) e que homem e mulher são iguais diante de Deus e assim
devem ser vistos diante das leis humanas para atender ao princípio de justiça
de não fazer ao outro o que não se deseje para si (LE, Q.822). Arremata que
“... a emancipação da mulher segue o progresso da civilização, sua subjugação
marcha com a barbárie...” (LE, Q. 822"a"). Reconhece a importância do gênero
feminino no mundo quando declina entra suas muitas funções, aquela que é
superior a todas as demais, que é o dar as primeiras noções de vida (LE, Q. 821), logo ter em suas mãos a condição de transformação de nossa sociedade.
Independente
de sabermos que ao espírito é obrigatória a passagem pelas duas polaridades de
gênero nada há de obstar a importância para o mundo, o olhar qualificado da
mulher tornando mais leve a existência, não somente pelo viés da estética, mas
principalmente por estabelecer a sensibilidade como canal mais direto de
resolver conflitos, anos luz à frente racionalidade, duas formas de
inteligência que conquistamos no mundo.
É
dessa forma que a Doutrina Espírita em O Livro dos Espíritos, um século antes
dos movimentos que alçaram a mulher ao lugar que lhe compete, realçava a figura
feminina pela sua grande importância na evolução planetária.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 08.03.2015.
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Que Deus continue iluminando a Doutrina Espírita para que ela chegue ainda mais longe. Feliz dia da Mulher. :) Ótimo artigo!!
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