quinta-feira, 30 de abril de 2015

MÉDICO, A REMUNERAÇÃO DO OURO PELA FANTASIA





 Por Jorge Daher (*)


O website especializado em finanças da CNN (veja) destacou que os dois empregos mais rentáveis da América são os de Cirurgião Ortopédico e de Anestesista (leia aqui) com rendimentos anuais estimados em USD$410mil e USD$340mil e ouso dizer que esses valores não são diferentes dos recebidos no Brasil, com a diferença que no caso americano estes profissionais são funcionários de grandes corporações hospitalares, enquanto que no Brasil são autônomos.
            O objetivo desse texto não é falar em remuneração médica em si, mas do imaginário em torno dos valores recebidos pelos médicos, presente em toda a população, desde que os médicos existem. Montaigne, filósofo francês que viveu no século XVI tinha horror aos médicos e à Medicina. Dedica alguns capítulos de seus Ensaios a escarnecer dos esculápios e da sagrada profissão, a ponto de afirmar: “Quem jamais viu um médico confirmar simplesmente a receita de um confrade, sem nada acrescentar ou cortar? Revelam assim a inanidade de sua arte e mostram que mais os preocupam a própria fama e os lucros do que os doentes.” (REZENDE, Joffre Marcondes de. À sombra do plátano: Crônicas de História da Medicina. 2009).

terça-feira, 28 de abril de 2015

ÚLTIMAS INSTRUÇÕES DE ALLAN KARDEC AOS ESPÍRITAS



“Caro e venerado  Mestre, estais aqui presente,
conquanto invisível para nós. Desde a vossa
partida tendes sido para todos um protetor a mais,
uma luz segura, e as falanges do espaço
foram acrescidas de um trabalhador infatigável.”
(Trecho do discurso de abertura da Sessão Anual
Comemorativa aos Mortos de novembro 1869 –
Revista Espírita – dez/1869)




O discurso de Allan Kardec, proferido na sessão anual da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas - SPEE, comemorativa aos mortos, em 1º de novembro de 1868, "O Espiritismo é uma Religião?"(leia aqui) - Revista Espírita, novembro de 1868 - contêm 3.881 palavras. Nele, Kardec discorre sobre a comunhão de pensamentos, as dimensões da caridade, o verdadeiro sentido de religião e sobre a crença espírita.
Foi seu último discurso, pois cinco meses depois ocorre a sua desencarnação. Soa, portanto, como as últimas instruções aos espíritas, da mesma forma que Jesus as realizou aos seus discípulos, como relata o evangelista João (16:1-33), quando anuncia a necessidade da vinda do Espírito da Verdade, para guiar em todas as verdades e anunciar o que há de vir, que se realiza com o lançamento de O Livro dos Espíritos, em 18.04.1857.
É notória a preocupação de Allan Kardec para que o Espiritismo não se tornasse mais uma religião. Isso é fato.
É interessante notar que a Sessão Anual Comemorativa dos Mortos, em 1869, (Comemoração Especial do Sr. Allan Kardec), - Revista Espírita – dez/1869 –(leia aqui) presidida por Allan Kardec da espiritualidade, foi aberta com a leitura do mesmo discurso da sessão de novembro de 1868, reforçando o apelo de um Espiritismo não religioso.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

ENTRANDO EM CONTATO COM DEUS¹






 Por Roberto Caldas (*)


         


            Há muitas referências a respeito das formas de entrarmos em contato com Deus. Palestras e livros são disponibilizados a todo o momento. Nós mesmos somos suficientemente competentes para criar as nossas fórmulas pessoais para tal finalidade, nada nem alguém há que possa se contrapor a isso, afinal em matéria de certezas quanto à natureza de Deus somos todos nivelados por igual.
            Cientes de Sua Onipotência, Onisciência e, portanto de Sua Presença saturando o tempo e o espaço infinitos podemos admitir que Deus habite o passado, o presente e o futuro, logo Sabe de todas as coisas, até mesmas aquelas que ainda não aconteceram, ou seja, da nossa destinação, sendo a nossa mente um livro aberto para Ele.
            Se Ele nos sabe, prevê que o que há de nos acontecer nos levará, findada a longa jornada, em direção ao que há de melhor para nós, porque Ele que habita também o futuro é que nos dispensou tal destinação. Logo as instâncias intermediárias de nossa caminhada, essas entregues à própria escolha de cada um, por pior que sejam os cenários que se apresentam no momento atual, são todas passageiras.

domingo, 26 de abril de 2015

AMAR, AMAR SEMPRE





Por Gilberto Veras (*)




O amor não deve ser limitado ou cerceado,
sua essência é de liberdade,
sem fronteiras nem condicionamentos,
como motor da vida que é
não se compatibiliza com a indisponibilidade,
a finalidade imperante é revestir tudo
com a sensação maravilhosa que proporciona
e com todos compartilhar,
na fraternidade plena,
amparada pela corte de virtudes divinais,
em movimento de justiça disseminada,
conforme vontade do Criador Amoroso.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

CONCEITO DE CRIANÇA - De Platão a Pestalozzi - Um resgate do amor pedagógico¹









No mundo contemporâneo, pós-moderno, há uma aclamação geral de morte: à morte de Deus, declarada por Nietzsche, no virar do século XIX para o XX, sucederam-se várias mortes: a morte do sujeito histórico, social, moral e espiritual, a morte das utopias, das ciências… E temos o anúncio de uma outra morte: a da infância e, consequentemente, da educação. Em duas obras sucessivas O desaparecimento da Infância e O fim da Educação, o jornalista e educador americano Neil Postman sinaliza esta morte na sociedade de massa, onde a tecnologia roubou o lugar da cultura e o espetáculo tirou a reflexão de cena, pelo impacto dos meios de comunicação de massa. Segundo Philippe Ariès, que inspirou Postman em sua análise, o conceito de infância é relativamente novo na história ocidental. Durante a Idade Média, a criança era um adulto em miniatura, vivia junto aos adultos, participando de jogos de azar, de jogos sexuais, dos trabalhos cotidianos, da vida religiosa… Para Ariès, apenas no século XVII, começa a surgir o que hoje nos parece mais adequado a essa fase: uma certa proteção do mundo adulto.

terça-feira, 21 de abril de 2015

CARTAS DO ALÉM



Por Paulo Eduardo (*)



As cartas são emblemáticas na seara das comunicações espontâneas. Calculem os leitores a importância dessas correspondências vindas do além! Nilton Sousa, aqui de Fortaleza, entrou em sintonia com espíritos diversos e passou a intermediário entre desencarnados e familiares ansiosos por notícias de quem partiu no rumo do além. 
As conversas epistolares trazidas foram transformadas no livro "Cartas da Imortalidade", onde os espíritos escrevem aos seus familiares revelando não só o contexto da saudade, como o da ternura de comunicar detalhes da vida, além da vida. O autor aceitou ser o arauto entre pessoas mergulhadas na saudade da separação pelo desenlace de entes queridos. Os testemunhos trazidos nessas memoráveis cartas documentam a autenticidade que tanto conforto traz, por transpor as fronteiras dos planos de vida. 

domingo, 19 de abril de 2015

"O LIVRO DOS ESPÍRITOS" - UM GRANDE SALTO PARA A HUMANIDADE¹

                      

Por Roberto Caldas (*)



            A História da humanidade é testemunha dos grandes avanços evolucionais que alcançam a civilização, quase de sobressalto para a massa populacional. Considerando que a Natureza não dá saltos é imperioso que percebamos que todo processo de mudança sofre uma fermentação nos laboratórios de pesquisas e é posto em discussão em níveis primários até que alcance a popularização que caracteriza a sua inserção no contexto do conhecimento geral.
            O século XVIII foi o vasto campo de popularização dos fenômenos mediúnicos  a partir de eventos que trouxeram dos Estados Unidos para o coração da Europa a curiosidade em torno de movimentos de mesas e cadeiras que eram supostamente dirigidas por forças ocultas. Tais acontecimentos de imediato atraíram a atenção da aristocracia francesa, sedenta de formas diferentes de diversão, mas com o passar do tempo passaram a ser observados por inteligências críticas, aquelas mesmas que acabaram por solicitar a opinião de um homem de reconhecida capacidade de crítica científica e honestidade de propósitos. Os fatos se reportam ao espetáculo dos salões que passaram para o futuro como o fenômeno das mesas girantes e a personalidade em questão tratava-se de Hippolyte Léon Denizard Rivail, emérito pedagogo francês dotado de vasto cabedal intelectual que  incluía desde a Lingüística até o Magnetismo.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

QUANDO OS MESTRES PARTEM



Por Jorge Daher (*)


(inspirado em  “Panda S.C. (2006), Medicine: Science Or Art? In : What Medicine Means To Me (Ajai R. Singh, Shakuntala A. Singh Eds.), MSM, III:6, IV:1-4, p127-138.”)
                A Medicina é Ciência ou Arte? Hipócrates de Cós, no texto que se tornou o juramento proferido por todos os médicos, estatui a Medicina como Arte de Curar e o juramento tem início com a célebre frase: “Prometo, que ao exercer a Arte de Curar...” .
            A Medicina não é pura Ciência, como a Física, ou a Química, onde os eventos obedecem o rigor da uniformidade a ponto de serem descritos em fórmulas matemáticas. Todavia, Medicina é uma Ciência Aplicada, onde a base de seu conhecimento é toda ela científica, o conhecimento surge como conclusão de vários experimentos rigorosamente controlados.

terça-feira, 14 de abril de 2015

MOVIMENTO ESPÍRITA E CAPACIDADE CRÍTICA




Por Sérgio Aleixo (*)





Em função de nossos posicionamentos críticos (do grego kritiké: análise, apreciação), somos frequentemente acusado de intolerância e prática excludente. Porém, nenhum de nossos pronunciamentos jamais é realizado sem o devido respeito à identidade conceitual do espiritismo, sempre com superlativa importância dada à obra de Kardec, o qual fazemos questão de citar, em referendo a toda ideia que damos a lume.

Ante essas acusações, o que pensarmos? Que muitos espíritas não conhecem obra do mestre de Lyon e, assim, se equivocam em seus julgamentos; ou, então, que não fazem caso do que disseram ou deixaram de dizer o codificador e seus excelsos orientadores espirituais. Um erro dos mais lamentáveis é confundirmos o discurso viril de paz, amor e tolerância, próprio do corajoso exercício da verdadeira Boa Nova, com esse simplismo comprometedor, do qual Jesus, aliás, nunca foi partidário, que vive a dizer tão comodamente: “Vamos deixar de fofoquinhas, crianças! Vamos amar o próximo!”.

domingo, 12 de abril de 2015

BEZERRA DE MENEZES E O LIVRO DOS ESPÍRITOS¹

          
Por Roberto Caldas (*)


           Conta a história que nos idos de 1875, ao receber um exemplar de O Livros dos Espíritos, recém lançado em língua portuguesa, O Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, médico com carreira consolidada, sentiu-se temeroso com o suposto conteúdo da obra. O exemplar havia sido ofertado pelo tradutor da obra, também médico, e um dos seus grandes amigos, Dr. Joaquim Carlos Travassos. O fato de ter um longo percurso de bonde entre o local de trabalho e sua residência aliado à falta de algo para fazer nesse tempo foram os motivos para se propor à leitura. Católico fervoroso, temendo cometer algum sacrilégio, caso lesse aquele livro, tomou a decisão de lê-lo com a seguinte inflexão de pensamento, segundo suas próprias palavras: “ora, Deus! Não hei de ir para o inferno por ler isso... Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas...”. Daí em diante o que se desenrolou em sua vida é conhecido por todos os espíritas do Brasil.
            O fato que nos chama a atenção no caso relatado é que passados tantos anos desses acontecimentos e tanta popularização da obra básica de conteúdo espírita, ainda sentimos a necessidade de repetidas vezes voltarmos à discussão em torno da tônica do estudo da Codificação por parte das casas espíritas.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

ESPIRITISMO E EDUCAÇÃO







Por Dora Incontri (*)



O espiritismo, segundo Allan Kardec, pretende ser ao mesmo tempo uma ciência, que demonstra através do estudo empírico dos fenômenos mediúnicos a existência dos espíritos e sua atuação sobre o mundo; uma filosofia, que propõe uma cosmovisão evolucionista e reencarnacionista; e uma religião, sem dogmas, rituais e sacerdócio organizado, que faz uma releitura do cristianismo e prega uma prática religiosa centrada na moral e na ligação direta do homem com Deus.

Para além dessas três dimensões, porém, ou como resultante de todas elas, o espiritismo tem um caráter eminentemente pedagógico. [1] Não só porque seu fundador, Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), depois Allan Kardec, tenha sido um grande educador francês, seguidor da proposta de Pestalozzi, seu mestre. Mas porque o cerne da filosofia espírita é uma proposta de educação do espírito.

terça-feira, 7 de abril de 2015

AMOR ESPIRITUAL




Por Gilberto Veras (*)


Nós, criaturas da Terra, incipientes na caminhada evolutiva, guardamos no coração amor um tanto quanto adulterado, isso porque o sentimento áureo, em sua essência divina, é recurso poderoso da alma para impulsioná-la ao encontro do seu destino, que é a felicidade, no entanto, o uso que damos a esse instrumento precioso está muito distante daquele projetado pelo Alto. Por sermos, ainda imperfeitos, embora perfectíveis, cada qual em diferentes graus de melhoramento, direcionamos o amor, quase sempre com fins imediatistas e materialistas, amamos, aquilo que nos seduz pelo gozo e prazer propiciado pela matéria, nada mais do que natural, pois o mundo denso nos é necessário ao aprendizado promovedor do Espírito e, a Inteligência Suprema criadora, em sua Infinita Sabedoria, o dotou de encantos incentivadores como canais acessíveis a todos no desenvolvimento do poder sentimental que fecundou a vida. Com esses olhos identificamos, então, em nossa bagagem, dois aspectos do amor, um limpo, puro, o espiritual, e o outro mesclado pela matéria, o percentual de cada componente, neste caso, varia em função do avanço espiritual em que se encontra a alma observada.

domingo, 5 de abril de 2015

DOUTRINA DOS ESPÍRITOS É JESUS VIVO¹



Por Roberto Caldas (*)


Ilustração da aparição de Jesus aos Quinhentos da Galiléia
         O espanto diante da aparição de Jesus nos presumidos 3 dias após o seu desencarne era naqueles tempos uma reação completamente normal, considerando-se as condições intelectuais do povo. Então, ainda não havia sido publicado O Livro dos Médiuns, lançado em 15/01/1861. As pessoas nada sabiam a respeito da existência do Perispírito ou corpo espiritual, embora esse conhecimento já permeasse algumas culturas da época, o que podemos apreciar nas palavras do Apóstolo Paulo na 1ª Epístola aos Coríntios (XV: 44), quando afirma: “semeia-se corpo animal, é ressuscitado corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual”. Sob a visão norteadora da Doutrina Espírita, o que sucedeu naqueles dias, além da magnífica comprovação da imortalidade pelo testemunho da mais prestigiosa personalidade que pisou o solo do planeta, foram aparições tangíveis e materializadas de Jesus, fenômenos completamente explicados pela ciência espírita.

sábado, 4 de abril de 2015

ESPIRITISMO BRASILEIRO - DESVIOS À VISTA





 Por Dora Incontri (*)




Seja por conta de nossas heranças culturais ou das naturais imperfeições humanas, o movimento espírita se encontra numa encruzilhada e, se não corrigirmos certos desvios, corremos o risco de trairmos a obra de Kardec, da mesma forma que traímos, no passado, a mensagem de Jesus.

Os perigos que apontamos aqui já estão em processo de cristalização. Merecem ser analisados cuidadosamente (apesar de aqui fazermos apenas breves apontamentos), para que se tomem as devidas medidas de volta ao rumo proposto por Kardec:

sexta-feira, 3 de abril de 2015

PÁSCOA E ESPIRITISMO

“A imortalidade é tão importante que é preciso ter perdido toda a sensibilidade para lhe ser indiferente”. (Blaise Pascal)

Por Francisco Cajazeiras (*)



“O que acontece após a morte do corpo físico? Sobreviveremos?” Eis uma pergunta invariavelmente presente nas cogitações humanas de todos os tempos. A ciência materialista nega veemente a sua possibilidade; as doutrinas espiritualistas advogam sua realidade, muito embora divirjam em vários aspectos no que respeita ao seu modus operandi.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

CRIANÇAS DO ONTEM E DO AMANHù

       

Por Roberto Caldas (*)


         Alcança-nos direto da inspiração de um poeta popular a reflexão que enseja alto comprometimento de nossa parte: ”eu era criança, hoje é você, e no amanhã, nós” (Fazenda - Milton Nascimento). De princípio, nada que nos cause susto pela constatação do óbvio. Fosse uma sentença aparentemente apenas poética, ainda assim retrataria uma realidade forçosamente cada vez mais aceita pela pelo senso que se atribui ao inconsciente coletivo que norteia as buscas da humanidade.