Por Roberto Caldas (*)
A
História da humanidade é testemunha dos grandes avanços evolucionais que
alcançam a civilização, quase de sobressalto para a massa populacional.
Considerando que a Natureza não dá saltos é imperioso que percebamos que todo
processo de mudança sofre uma fermentação nos laboratórios de pesquisas e é
posto em discussão em níveis primários até que alcance a popularização que
caracteriza a sua inserção no contexto do conhecimento geral.
O
século XVIII foi o vasto campo de popularização dos fenômenos mediúnicos a partir de eventos que trouxeram dos Estados
Unidos para o coração da Europa a curiosidade em torno de movimentos de mesas e
cadeiras que eram supostamente dirigidas por forças ocultas. Tais
acontecimentos de imediato atraíram a atenção da aristocracia francesa, sedenta
de formas diferentes de diversão, mas com o passar do tempo passaram a ser
observados por inteligências críticas, aquelas mesmas que acabaram por
solicitar a opinião de um homem de reconhecida capacidade de crítica científica
e honestidade de propósitos. Os fatos se reportam ao espetáculo dos salões que
passaram para o futuro como o fenômeno das mesas girantes e a personalidade em
questão tratava-se de Hippolyte Léon Denizard Rivail, emérito pedagogo francês
dotado de vasto cabedal intelectual que
incluía desde a Lingüística até o Magnetismo.
O
resultado dessa associação foi o lançamento de O Livro dos Espíritos, em
18/04/1857, que completa exatos 158 anos nesse mês de abril. O período de
amadurecimento desse trabalho que chegava ali nas livrarias havia sido de dois
anos de longa e exaustiva pesquisa, desse o primeiro contato do professor
Rivail com aqueles fatos estranhos. A
obra se constituía num tratado de filosofia espiritualista que lançava ao mundo
a Doutrina dos Espíritos, mas simplesmente revolucionou de forma irreversível
os conceitos de espiritualidade no planeta, dispondo na atualidade de uma
aceitação crescente entre as pessoas.
O
Tratado em questão, O Livro dos Espíritos, foi o sintetizador de um processo de
espiritualização iniciado desde a partida de Jesus e contou com inúmeras
personalidades históricas nas Artes, na Política e na Ciência, as quais
sofreram perseguições e algumas vezes foram exterminadas corporalmente por
exibirem poderes mediúnicos, até então desconhecidos e combatidos pela
ortodoxia. O seu surgimento na Terra abria o caminho para a compreensão
pacífica da relação dos ditos vivos com aqueles que povoam o mundo daqueles
considerados mortos. A maior das conseqüências da época que iniciava quando da
sua publicação, e avança à medida que ampliamos o nosso entendimento, é a
percepção da falta de limites, senão pelo pensamento, entre o mundo dos
encarnados e o mundo espiritual, pois os tornou mundos solidários.
Atenção!
Holofotes acesos! Tapete vermelho estendido! Aplausos! O Livro dos Espíritos
pede passagem. Alcança a pós modernidade e traz uma mensagem que se torna cada
dia mais necessária, apesar dos avanços da tecnologia em todos os segmentos que
o conhecimento comporta. Resta-nos agradecer humildemente aos esforços de Allan
Kardec, pseudônimo do Sr. Rivail a dedicação e inteligência, valores que
sabiamente dispôs nas mãos de Jesus, servindo de instrumento hábil para que o
Mestre retornasse completamente restaurado no cumprimento da promessa do
advento do Consolador. Salve O Livro dos Espíritos!
¹ editorial do programa Antena Espírita de 19.04.2015.
(*) escritor, editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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