Por Roberto Caldas (*)
Admitindo que nos falte comprovação
probatória do que adiante será dito, dificilmente alguém se levantará em
oposição: Provavelmente a encarnação de Jesus no nosso planeta terá sido aquela
em que mais se caprichou no planejamento espiritual. Alguém duvida que tenha
sido assim? Afinal tratava-se da vinda do maior entre os muitos mensageiros que
vieram à Terra, aquele que pode ser considerado o modelo a ser seguido, dotado
das qualidades que aspiramos e das quais ainda nos situamos distantes.
Tal
planejamento certamente antecedeu em incontáveis anos a efetivação daquela
encarnação, pois as palavras que lhe são atribuídas, segundo João (VIII:
57-59), deixam muito claro: “Em verdade, em verdade, vos digo: antes que Abraão
existisse, EU SOU.” Reconhecido como organizador do processo evolutivo do nosso
orbe, Jesus certamente sabia com muita antecipação a respeito de sua vinda
através do corpo físico. Sua missão havia sido prenunciada por profetas.
Feitas
tais considerações, cabe-nos imaginar sobre quem recairia a honra de permitir a
confecção do corpo que lhe serviria de indumentária para a consecução de
tamanha tarefa, daquela que lhe emprestaria o santuário uterino pelos 9 meses
de gestação. Certamente teria que ser um Espírito, cuja formação espiritual lhe
permitisse suportar o impacto de tão intensa vibração espiritual, por habituada
com a mesma, de forma que não sofresse efeitos que levassem à perda do
concepto. Deveria ter intimidade com aqueles que antes mesmo de sua gravidez
viriam adverti-la ou lembrá-la e excelsitude da missão que estava prestes a dar
acesso para a renovação de toda a humanidade.
Sabemos
sobre quem recaiu a escolha. Maria simplesmente ou Maria de Nazaré. A Mãe de
Jesus. Espírito singular. Esculturada para receber “o tipo mais perfeito que
Deus nos deu para guia e modelo” (LE - q. 625) travestiu-se com os caracteres
de uma mulher simples a fim de que a transcendência tivesse livre passagem.
Conduzida
pelos cristãos à condição de mãe da humanidade ocupa no imaginário da população
do Ocidente o espaço de singeleza e profundo amor que a sua imagem inspira.
Sintetiza a personificação da mulher-mãe, responsável pela geração, provedora
do alimento e protetora da criança saída de suas entranhas.
Saudável
que aprendamos a louvar na maternidade o maior dos fenômenos de renovação e
evolução da humanidade. Sendo a encarnação a única forma de se atingir os graus
de perfeição que todos aspiramos (Le- q. 166b) não há dúvidas de que a mãe é o
grande instrumento de Deus permitindo que os seres aportem ao corpo físico no
resgate de suas necessidades espirituais mais urgentes.
Tornada excepcional pelo fruto que concebeu,
Maria simboliza em sua singeleza a totalidade das mulheres que se fizeram mães
no mundo e são as grandes responsáveis pelas mudanças que o planeta
experimentou e haverá de alcançar doravante. Natural que as reverenciemos entre
encantados e agradecidos.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 10.05.2015
(*) escritor, editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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