domingo, 10 de maio de 2015

MATERNIDADE E EVOLUÇÃO PLANETÁRIA¹



         

 Por Roberto Caldas (*)



              Admitindo que nos falte comprovação probatória do que adiante será dito, dificilmente alguém se levantará em oposição: Provavelmente a encarnação de Jesus no nosso planeta terá sido aquela em que mais se caprichou no planejamento espiritual. Alguém duvida que tenha sido assim? Afinal tratava-se da vinda do maior entre os muitos mensageiros que vieram à Terra, aquele que pode ser considerado o modelo a ser seguido, dotado das qualidades que aspiramos e das quais ainda nos situamos distantes.
            Tal planejamento certamente antecedeu em incontáveis anos a efetivação daquela encarnação, pois as palavras que lhe são atribuídas, segundo João (VIII: 57-59), deixam muito claro: “Em verdade, em verdade, vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU.” Reconhecido como organizador do processo evolutivo do nosso orbe, Jesus certamente sabia com muita antecipação a respeito de sua vinda através do corpo físico. Sua missão havia sido prenunciada por profetas.

            Feitas tais considerações, cabe-nos imaginar sobre quem recairia a honra de permitir a confecção do corpo que lhe serviria de indumentária para a consecução de tamanha tarefa, daquela que lhe emprestaria o santuário uterino pelos 9 meses de gestação. Certamente teria que ser um Espírito, cuja formação espiritual lhe permitisse suportar o impacto de tão intensa vibração espiritual, por habituada com a mesma, de forma que não sofresse efeitos que levassem à perda do concepto. Deveria ter intimidade com aqueles que antes mesmo de sua gravidez viriam adverti-la ou lembrá-la e excelsitude da missão que estava prestes a dar acesso para a renovação de toda a humanidade.
            Sabemos sobre quem recaiu a escolha. Maria simplesmente ou Maria de Nazaré. A Mãe de Jesus. Espírito singular. Esculturada para receber “o tipo mais perfeito que Deus nos deu para guia e modelo” (LE - q. 625) travestiu-se com os caracteres de uma mulher simples a fim de que a transcendência tivesse livre passagem.
            Conduzida pelos cristãos à condição de mãe da humanidade ocupa no imaginário da população do Ocidente o espaço de singeleza e profundo amor que a sua imagem inspira. Sintetiza a personificação da mulher-mãe, responsável pela geração, provedora do alimento e protetora da criança saída de suas entranhas.
            Saudável que aprendamos a louvar na maternidade o maior dos fenômenos de renovação e evolução da humanidade. Sendo a encarnação a única forma de se atingir os graus de perfeição que todos aspiramos (Le- q. 166b) não há dúvidas de que a mãe é o grande instrumento de Deus permitindo que os seres aportem ao corpo físico no resgate de suas necessidades espirituais mais urgentes.
 Tornada excepcional pelo fruto que concebeu, Maria simboliza em sua singeleza a totalidade das mulheres que se fizeram mães no mundo e são as grandes responsáveis pelas mudanças que o planeta experimentou e haverá de alcançar doravante. Natural que as reverenciemos entre encantados e agradecidos.  

¹ editorial do programa Antena Espírita de 10.05.2015

(*) escritor, editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.

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