Por Roberto Caldas (*)
Há um ditado popular que dispõe a respeito do
grito. Segundo esse ditado um grito pode
perder ou salvar uma manada. Parece que a crença popular se aplica a uma
gama de situações em que se sitia a sociedade humana. Sabedora dessa qualidade
da humanidade em formar manadas, embora tenha vencido a sua fase quadrúpede, é
que lideranças de agremiações de variadas atividades investem no cultivo da
falta de crítica presente no fermento da massa que teme ou se alimenta do
grito.
Poucas
situações são tão favoráveis à manutenção do comando, quase que por hipnose, do
que manter a excitação emocional em pico para que se possa controlar a atitude
do outro, enquanto são propostos conceitos e ideias que, sem a provocada
alteração da emoção, provavelmente não seria aceitos. Dessa maneira vimos o
mundo ser invadido literalmente pelo lixo mental que caracterizou o nazismo e o
fascismo, doutrinas espúrias que ainda possuem representantes que se escondem
sobre os escombros da maldade e da intolerância, as quais foram absorvidas por
populações inteiras durante os desastres bélicos que determinaram uma das
maiores catástrofes humanas que foi a Segunda Grande Guerra.