Por Roberto Caldas (*)
Há um dado demográfico
incontestável quando consideramos o nível da aceitação da Reencarnação: a
população mundial é, em sua expressiva maioria, de acordo quanto tal princípio.
Certo que há divergências no modo de interpretação do seu efetivo processo entre
as diversas correntes de pensamento, mas não se discute que a mesma se encontra
reafirmada na crença dos povos desde todos os tempos.
Os
relatos da crença da Reencarnação datam das épocas mais remotas das sociedades
que nos antecederam. Os povos que habitaram o planeta e tiveram a condição de
deixar registros para a posteridade são unânimes, entre eles os chineses, os
hindus e os egípcios. Coube a Pitágoras (570 AC), na Grécia ocidentalizar tal
conceito, o qual foi referendado por Platão (426 AC), dois dos mais
conceituados filósofos de todos os tempos.
Sabemos
que o Tempo, senhor de todas as intrincadas controvérsias, é o grande
catalisador das informações. A crença na reencarnação, apesar de tema polêmico
desde sempre, parece fortalecido com o passar dos séculos. Ainda não se
conseguiu uma metodologia adaptada à ciência convencional, cuja honestidade
científica não permite confirmá-la ou negá-la, razão que a impele a se manter
neutra pela completa falta de instrumentos de pesquisa, os quais se limitam ao
que possa ser medido e pesado, sofrendo de graves lacunas metodológicas quando
o mérito das pesquisas transcende aos seus métodos ainda muito cartesianos.
Apesar das limitações da ciência oficial, pesquisadores e universidades que
estudam os fenômenos da Reencarnação, citando o Dr. Ian Stevenson e o Dr.
Hernani Guimarães Andrade, lançam teses que comprovam a sucessão das vidas na
qualidade de lógica existencial irretocável, apoiados em sérios estudos de
casos.
No
contexto bíblico vemos a Reencarnação sob a tradução de Ressurreição, termo
usado de forma analógica na antiguidade. Assim se revela em O Livro dos
Espíritos, questões 1010 e 1011, nas quais o espírito São Luis reitera sem
titubeios que a crença de retorno ao corpo físico retratada nas escrituras
indica simplesmente a doutrina das vidas sucessivas. Tornada impossível a
reconstituição do corpo depois de desagregada a matéria com a morte, quando as
partículas se misturam à bioquímica do planeta, um novo corpo só é possível com
o advento do nascer de novo, conforme Jesus ensinaria a Nicodemos (João III;
3), o que substancialmente significa passar por nova gestação.
Doutrina
da transcendência, a Reencarnação é a escala com que a Grandeza Divina nos
garante a possibilidade do advento da conquista de toda a ética e toda a
ciência que cada mundo permite aos seus habitantes. Somos desafiados,
existência pós outra, ao aprendizado do amor ao próximo enquanto oferecemos ao
planeta as nossas habilidades técnicas que se refinam à medida que aprendemos a
aprimorar intelectualmente mercê das temporadas interexistenciais, quando
estagiamos no mundo invisível, findada uma temporada no corpo físico.
A
meta da Reencarnação não poderia ser menos ambiciosa, assim nos propõe a
questão 170 de O Livro dos Espíritos: “Em que se torna o Espírito após sua
última encarnação? – Espírito bem-aventurado; é um Espírito puro”. Segundo
Allan Kardec: Nascer, morrer, renascer,
progredir sem cessar, tal é a lei.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 25.10.2015.
(*) escritor, editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Muito bom!
ResponderExcluirTexto bastante esclarecedor. Parabéns!
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