Por Roberto Caldas (*)
Quando
se sintoniza uma emissora de rádio dá-se azo à imaginação. De lado a lado duas
pessoas se comunicam sem se saberem exatamente. O ouvinte só escuta a voz de
quem lhe fala coisas que transformam a sua rotina pela informação, opinião,
dica musical, comentário. Uma voz sem
rosto, hiato especial para exercitar a imaginação.
Fazendo-se uma viagem em
torno do mundo e um emaranhado de ondas faz do comunicador do Rádio um dos mais
importantes elementos de transformação planetária. Alguém que leva a história
para os rincões mais longínquos, quase inalcançáveis por outros meios. Dessa
maneira que as pessoas ficaram sabendo que os alemães entregaram as armas ao
final da 2da Grande Guerra (1945); o Brasil ficou pasmo com a notícia que um
presidente havia se suicidado (Getúlio Vargas – 1882/1954), sofremos o
Maracanaço (1950) e exultamos com o sucesso das jornadas de 54 e 58 da seleção
brasileira, emocionamo-nos que o primeiro astronauta a gravitar a Terra tenha
falecido em manobra de um simples avião (Iuri Gagarin, 1934/1968) e comemoramos
o lançamento da Apollo XI (1968). Por trás dessas notícias, apenas uma voz, uma
voz que traduzia que mudanças enormes pulsavam nos quatro cantos.
Diferente das mídias
visuais, o Rádio adentra pelo sentido da audição com a capacidade de escancarar
os fatos que nos rodeiam e desperta na mente dos que o escutam o exercício da
visão imaginativa. Mais importante que a necessária parafernália eletrônica que
lhe serve de meio, o Radialista surge como alguém que conhecemos sem conhecer, com
quem compartilhamos uma parte de nossas vidas. As suas palavras certamente vão
reverberar por muito tempo depois de refletidas pelas ondas hertzianas e
integrarão muitos diálogos, tornadas posse de quem as tenha escutado.
Muitos foram os homens e as
mulheres que tornaram o Rádio popular em nossa cidade. Nosso preito de
homenagem, quando se comemora nesse 07/11 o seu dia, aos pioneiros da Voz do
Rádio, com extensão a toda a comunidade de radialistas, nas pessoas de Adísia
Sá, Narcélio Limaverde e Cid Carvalho que fazem a emoção do Rádio e trazem a
herança dos pioneiros, aos comunicadores da atualidade.
Antena Espírita, com o seu
elenco de radialistas amadores, capitaneados por Jean Rodrigues e assessorados
por Paulo Eduardo Mendes, esses profissionais de carteirinha, tem a honra de,
em utilizando esse instrumento maravilhoso de comunicação, trazer para um
número crescente de pessoas a mensagem da Doutrina Espírita. Novamente se
repete a lição. A mensagem se torna maior que a voz que a impunha. As notícias
do outro lado da vida utilizam as nossas vozes viajando nas mentes dos ouvintes
e possibilitam uma reflexão tal que os capacitam a uma investigação que pode
tornar diferentes as suas vidas.
Rogamos aos bons Espíritos,
instruídos por Jesus, sob as bênçãos de Deus que nos invistam de condições para
que as nossas vozes reflitam, de forma progressiva, o grande ensinamento do
Mestre de Nazaré, em Mateus (XII; 34): que a nossas bocas falem do que estejam
cheios os nossos corações, clarificadas as nossas mentes pela luz da Doutrina
Espírita.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 08.11.2015.
(*) escritor espírita, editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Bela homenagem aos Radialistas. Mérito reconhecido.
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