Por Sérgio Aleixo (*)
"Para Herculano Pires, ninguém fala para
não pecar e peca por não falar, por não espantar pelo menos com um grito as
aves daninhas e agoureiras que destroem a seara. (Cf. O Espírito e o Tempo, 4.ª
Parte, cap. III, item 5.) Sobre os periódicos espíritas afirmava o grande
jornalista, altissonante:
“A imprensa espírita, que devia ser uma
labareda, é um foco de infestação, semeando as mistificações de Roustaing, Ramatis e outras, ou chovendo no
molhado com a repetição cansativa de velhos e surrados slogans [...]”. (O
Espírito e o Tempo, 4.ª Parte, cap. III, item 5.)
Por força da acertada referência de
Herculano, assim como ressaltei noutro artigo alguns pontos de doutrina do
roustainguismo, vejamos algo sobre o ensino do espírito Ramatis, que, aliás, é
analisado bem a fundo no excelente livro Ramatis:
Sábio ou Pseudo-Sábio?, de Artur Felipe de A. Ferreira.
1.º — Influência
astrológica na vida e no destino dos homens, sendo que o próprio Jesus,
segundo o espírito, só pode “baixar” à Terra “sob a influência do magnetismo
suave do signo de Peixes”, para “estabelecer um novo código espiritual de
libertação dos terrícolas”. (Notemos que parece um extraterrestre falando.
Chama-nos terrícolas.) (O Sublime Peregrino, p. 32.)
2.º — Jesus
não pôde deixar de aprender com as
doutrinas dos essênios, os quais estão reencarnando para “organizar elevada
confraria de disciplina esotérica em operosa atividade no mundo profano, para a
revivescência do cristianismo nas suas bases milenárias”. (O Sublime Peregrino,
p. 278 e 294.)
3.º — Em toda a obra de Ramatis há um ecletismo sincrético travestido de falsa
holística e pretenso universalismo, com tal antilógica que sacrifica por
completo a verdadeira universalidade: a da razão crítica. Chega a dizer que o
Espiritismo vai “parar no tempo e no espaço caso seus adeptos ignorem
deliberadamente o progresso e a experiência de outras seitas e doutrinas
vinculadas à fonte original e inesgotável do espiritualismo oriental”.
4.º — Incensos
e defumadores são eficazes, pois funcionam como “detonadores de miasmas
astralinos”. (Magia de Redenção.)
5.º — Como registradas igualmente em
Roustaing, há em Ramatis a presença de mensagens
atemorizantes, cuja fixação absurda de datas revelou-se totalmente
quimérica. Afinal, o mundo sobreviveu ao ano 2000. (Mensagens do Astral.)
6.º — Esdrúxula profecia de um presidente brasileiro que elevaria o
nível de espiritualidade do povo. Em 1970, o tal já havia percorrido, segundo
Ramatis, “metade do caminho rumo ao cargo supremo do País”. (A Vida Humana e o
Espírito Imortal, p. 298.)
7.º — Referência a naves marcianas
“ultravelozes”, vindas de um planeta cuja geografia já se provou ser
inteiramente diversa da que fora descrita pelo espírito e, além disso, sem
nenhum vestígio das raças físicas que afirmara lá viverem. (A Vida no Planeta
Marte e os Discos Voadores)
8.º — Jesus
não seria o Cristo, mas um “anjo” encarnado para ser seu “médium”. Esse
outro espírito, mais elevado que o messias de Nazaré, é que seria o “cristo
planetário”, inferior, por sua vez, a outros “cristos” mais evoluídos, o
“solar”, o “galáctico”, etc. (O Sublime Peregrino, p. 62.)
(*) escritor, palestrante e blogueiro
espírita.
fonte: http://espiritismoxramatisismo.blogspot.com.br/
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