Por Roberto Caldas (*)
Moisés (1390 a 1510 a.C - estimativa) foi
adotado pela filha de um faraó e teria a vida de nobre, caso decidisse fechar
os olhos para a escravidão do seu povo. Sidarta Gautama, o Buda (563 a 483
a.C), nasceu príncipe e herdaria o trono se abdicasse de suas buscas
espirituais. Sócrates (469 a 399 a.C) era um filósofo amado e teria a sua
liberdade garantida bastaria desmentisse as suas verdades. Jesus (Ano I)
burlaria os trâmites do seu julgamento se aceitasse o convite de Herodes de
prestar-lhe favores com fenômenos de cura.
O
que a história nos remonta é que esses homens se notabilizaram e passaram à
posteridade exatamente por terem resistido aos convites da facilidade adotando
propostas que o levaram às experiências de privação de liberdade e até mesmo à
morte sem o reconhecimento do seu tempo. O legado que nos deixam é o da atitude
baseada numa crença que transcendia inabordável às negociatas que lhes exigiam
procrastinação submissa. As suas existências produziram muitas das paisagens
que fazem as nossas estradas mais floridas.
Defrontados
na atualidade pelas nossas experiências pessoais à altura das capacidades que
nos caracterizam, sem comparação com aquelas que tais biografias nos
apresentam, é importante considerarmos com que fidelidade nos lançamos aos
desafios. Chamados às providências da pessoalidade, sem programas missionários
incompatíveis com a evolução alcançada, com que atitude decidimos encarar as
mudanças necessárias que a vida em comunidade nos exige? Aceitamos os caminhos
que o mundo nos confere ou discutimos opções que nos podem catapultar para
posições de vanguarda? Buscamos o verniz social que garante condescendência ou
defendemos plataformas que enfrentam oposições? Estamos gritando sem saber o
eco de nossas vozes porque repetimos outras mentes ou sabemos o que estamos
falando?
Mormente
quando o tempo nos conclama para a reflexão da mudança, como essa que acontece
sempre que um ano nos deixa, vale a pena consultar a firmeza de propósitos com
que nos lançamos em um período que se propõe novo. Reunimos condições de
acreditar em nós mesmos naquilo que nos prometemos realizar ou planejamos sem o
compromisso de abraçar a realização dos nossos fins, apesar de todas as
dificuldades quaisquer que sejam?
Moisés,
Buda, Sócrates e Jesus sabiam o que lhes competia. O juízo dos outros não lhes
importava, caminharam a estrada dos justos, incólumes às opiniões que
destoassem. Transformaram a História do planeta. O que nos compete é a
transformação dos nossos próprios caminhos, sem soberbas de grandeza. Saber
onde pisamos e ter o conhecimento do que necessitamos para tal fim é o mínimo
que podemos fazer para homenagear a dimensão de suas obras coletivas.
Aproveitar
o ensejo de um novo ano que chega pode ser um incentivo importante para
desfraldar a bandeira da mudança em nossas vidas. Até que nos seja possível uma
existência que tenha uma finalidade universalista, que possamos ser minimamente
competentes para utilizar os exemplos desses grandes homens na transformação
pessoal que precisamos. Tudo é uma questão de atitude.
Feliz 2016!
¹ editorial do programa Antena Espírita de 27.12.2015.
(*) escritor espírita, editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Caro Roberto!
ResponderExcluirInspiradíssimo o seu artigo.
Parabéns!
Muito bom!
ResponderExcluir