O dom da vida se estendia naquela noite em
meio ao desespero humano de orgulho e mesquinhez moral. Brilhava na protoforma
infantil, em configuração educacional, a servir de modelo e guia para todas as
criaturas humanas, em convite a se fazerem tal crianças para melhor assimilação
dos ensinos superiores.
A maestria intrínseca de Jesus já cintilava
ali na singeleza do ambiente, na humildade de um neonato, cujas excelsitude e
divindade não buscavam aparatos mundanos “nem ouro nem prata” nem autoridade,
para se firmarem e afirmarem, mas unicamente se expressavam silentes por sua
magnificência espiritual.
Jesus oferece-nos a lição de sua natividade,
como simbologia eterna para as nossas mais profundas e salutares reflexões, no
entendimento de tomar a vida biológica como material didático e a experiência
terrena como meio pedagógico para o desenvolver dos potenciais divinais
imanentes em cada ser humano, criado “à imagem e semelhança” da Suprema
Inteligência.
Natal é data festiva, sim, que se materializa
em nossos costumes nem sempre condizentes com sua essência de pureza e
sutilidade, mas que permanece imarcescível em seus objetivos superiores.
Natal é promessa luminosa e radiante de
renovação espiritual; é a alvissareira nota da nossa trajetória na direção da
Fonte Criadora, libertando-nos da ignorância e de todo o mal momentâneos e
ilusórios; é grito eloquente do amor de Deus.
Natal é mensagem viril e altíssona da
necessidade premente de renascimento contínuo, consciente e inamovível para o
assumir da nossa condição de filhos do Eterno, em futuro de luz.
Que esse Natal não passe desapercebido ou
desfigurado do seu vero significado entre nós, mas que seja o marco luminoso do
nosso (re)encontro definitivo com a Verdade e a Potestade Celestiais.
¹ publicado na colun a opinião do jornal O Povo, de 19.12.2015.
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