Por Roberto Caldas (*)
O
nascimento de Jesus datado em 25 de dezembro não se trata de um fato histórico.
É uma presunção. Como de resto muitos relatos que se multiplicam a seu respeito
ainda carecem ser comprovados, ausentes elementos definitivos de certificação.
A sua existência se revestiu de simbologias e enigmas preservando a sua biografia
através dos tempos com toda a carga emocional que sobreviveu aos dois últimos
milênios.
Definitivamente
a vitória que alcançou sobre a morte foi o registro que o consolidou como o
maior entre todos os líderes espirituais do Ocidente, ícone que dividiu a
História em duas eras, a que o antecedeu e essa que perdura até os dias atuais.
Dados demográficos apontam uma fatia de 32% da população mundial como seus
profitentes, 86% entre os brasileiros. Natural que, depois de tantos anos de
conhecida a sua mensagem, já tivéssemos familiaridade com uma eficiente maneira
de interpretá-lo, mas infelizmente não é assim que os fatos nos sinalizam.
O
modelo do progresso humano, aquele que privilegia a forma à essência, aponta
para uma combinação de valores que se posicionam muito distante daqueles
exaltados no Sermão do Monte, quando entre tantos ensinamentos fomos convidados
à simplicidade, à mansuetude, ao amor à justiça, além de termos sido comparados
ao sal da terra e à luz do mundo. Enquanto exibimos a nossa fragilidade às
dores que campeiam no mundo parece que não conseguimos enxergar os repastos de
serenidade que as Suas palavras mapeiam em nossos cérebros ansiosos e acabamos
por responder de maneira aflita diante das aflições que nos alcançam, incapazes
do encontro com a paz interior. Reverenciamos a simbologia essencial do seu
nascimento sem que tenhamos alcançado o cerne mais profundo que o envolve.
O
homem que nasceu naquele hipotético dia, há dois milênios, é o grande amigo de
nossas vidas. Suas palavras trazem o DNA da felicidade que se aspira na Terra.
A simplicidade é a chave das conquistas que nos incentiva a alcançar. O
respeito ao outro é o roteiro que a Sua pedagogia determina. A esperança em
dias melhores a grande nutridora de Sua doutrina. A certeza do futuro a maior das ferramentas
que nos deixou à disposição.
Durante
a sua curta e inspiradora passagem pela Terra, Jesus não deixou nenhuma dúvida
de que entregara a sua existência para uma finalidade que apenas iniciava
naqueles repastos longínquos. Cumpria uma missão que ainda se encontra em
andamento e distante do seu final. Conduzir à humanidade às majestosas
planícies do autoconhecimento, única via de condução dos destinos do ser
espiritual ao grande abraço com as maravilhas da criação divina.
Cientes
das necessidades prementes que as nossas imperfeições dispõem com justiça, em
nossos caminhos, aprendamos com Jesus que a confiança em Deus é a maior de
nossas conquistas humanas e que coisa alguma, senão a Sua Vontade e que haverá
de prevalecer por todos os dias até a consumação dos séculos.
Feliz
Natal!
¹ editorial do programa Antena Espírita de
20.12.2015.
(*) escritor espírita, editorialista do
programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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