Francisco Castro (*)

O autor, desejoso de dar
uma contribuição, ainda que pequena, para que, no futuro, a situação de seu
país possa ser diferente, em suas leituras e reflexões, interessou-se pelas
ideias de um estudioso da área da educação no século XIX, o qual afirma que “os problemas da humanidade provém da
imperfeição dos homens”.
Lembramos que a afirmação
acima foi feita na segunda metade do século XIX, na França, e que esse pensador
cujo verdadeiro nome era Hippolyte Léon Denizard Rivail o qual, apesar de
publicar várias obras na área da educação, veio a se tornar mais conhecido pelo
pseudônimo, ALLAN KARDEC.
Os estudos de Allan Kardec
sobre certos fenômenos surgidos naquela época em toda a Europa e nos Estados
Unidos resultaram na publicação de várias obras, dentre elas, e a que mais
chamou a atenção de estudiosos e opositores, publicada em abril de 1.857, em
Paris, sob o título de “O Livro dos Espíritos”.
O Livro dos Espíritos
representa um marco importante na história da Humanidade, pelas suas conclusões
de que o ser humano é formado de uma parte material, o corpo, e uma imaterial,
denominada Alma ou Espírito.
Importante considerar que,
todos os seres humanos, independente de nacionalidade, condição socioeconômica,
e do tipo de doutrina que professe, é em si a união desses dois elementos:
Corpo e Espírito (Alma)!
A análise desses fenômenos
o levou Allan Kardec a concluir que o Espírito sobrevive à morte do corpo, o
qual pode voltar para uma nova existência física em outro corpo, ou seja,
reencarnar tantas vezes quantas forem necessárias para progredir, entendendo-se
o termo progredir no sentido de evoluir, de melhorar-se.
A partir das observações
dos fenômenos e através dos diálogos que mantinha com os seres que se
autodenominaram Espíritos de pessoas que haviam habitado corpos como o nosso,
em várias épocas da história da humanidade, o levaram a várias conclusões,
dentre elas a de que “os problemas da
humanidade provêm da imperfeição dos homens e de que, quando os homens forem
bons organizarão boas instituições que serão duráveis, pois todos terão
interesse em conservá-las”.
Allan Kardec concluiu
também, que a questão social não tem por ponto de partida a forma de tal ou
qual instituição; que ela se encontra toda no melhoramento moral dos
indivíduos; vindo a afirmar que é aí que reside o princípio e a verdadeira
chave da felicidade do gênero humano; para concluir que “é pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a
humanidade”.
Essa afirmação
impressionou bastante ao autor desse texto, a ponto de fazê-lo ficar meditando por
algum tempo: se a chave do problema seria reduzir as imperfeições do indivíduo,
pensou, então somente o próprio indivíduo é que deve empreender essa tarefa,
levando-o a concluir que é nesse ponto que se encontra a solução do problema, ou
seja, que só a educação pode fazer com que o ser humano possa, conscientemente,
mudar o seu comportamento e dar solução aos seus problemas.
Fazendo-se uma análise dos
graves problemas enfrentados nos dias de hoje, a começar com a desigualdade das
riquezas, concentrada nas mãos de poucos, enquanto muitos, apesar do esforço
realizado, carecem do essencial para sua própria sobrevivência, embora deva se
entender que a concentração em si, de uma maneira geral, não é ruim, tendo-se
como exemplo os reservatórios tipo caixas d’agua, os açudes, as lagoas, os oceanos
e as florestas.
A concentração dos
recursos econômicos só se torna um mal, quando conduz à exploração do homem que
depende do trabalho para suprir as necessidades próprias e da família; pelos
baixos salários percebidos; condições de
trabalho desumanas e às vezes até degradantes; ausência de benefícios sociais;
tudo isso associado à sonegação de impostos e encargos sociais e trabalhistas,
em benefício do incremento das margens de lucro, tendo como consequência uma
maior concentração da riqueza nas mãos de poucos, enquanto falta o necessário
para a grande maioria.
Outra questão importante a
ser citada é a alta carga de tributos imposta pelo Estado, sem a devida
contrapartida de benefícios sociais às classes menos favorecidas, aliada à
falta de programas de distribuição de renda, ausência de modernos projetos de formação
profissional, e de programas de remuneração justa do corpo docente das escolas
e universidades públicas, bem como a falta de investimentos na agricultura, que
resultem na produção de alimentos de qualidade e em quantidades suficientes a
custos acessíveis.
Adicione-se ao exposto
acima os problemas políticos, dentre os quais a profissionalização dos que se
dedicam a esse tipo de atividade, levando à formação de todo tipo de manobra a
fim de manter o status quo, sempre
regado a muitos privilégios e mordomias e a um distanciamento das reais
necessidades da população como um todo, principalmente da camada menos
favorecida, tudo isso aliada a uma aproximação sempre crescente das faixas
sociais mais aquinhoadas e propensas a serem favorecidas pelas benesses
destinadas àqueles que exercem a militância política como profissão, onde
poucos são os que se excluem desse grupo.
A questão da violência
urbana cada vez mais se agrava devido à proliferação e consumo de drogas e de
bebidas alcóolicas, somado ao despreparo do aparelho do estado para lidar com
esse tipo de problema, sistema prisional inadequado em quantidade e qualidade,
ausência de instrumentos legais e judiciais, sendo que a soma desses fatores
leva a um favorecimento daqueles que desejam burlar a estrutura legal vigente e
tirar proveito ainda maior do despreparo do Estado, esse é, em rápida síntese,
o quadro geral no início do III milênio.
(...)
Continua na 2ª Parte.
Sugerimos
ao leitor fazer comentários, interagir com o autor dizendo o que pensa,
apontando falhas e sugerindo abordagens.
(*) escritor, membro da AMLEF, expositor espírita, integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Estão muito bem contextualizados:
ResponderExcluir- Os problemas deste início de milênio.
- A EDUCAÇÃO (não enquanto serviço que o poder público oferece e que as entidades privadas comercializam): que aprimora a consciência e faz o homem melhorar-se, e assim melhorar o mundo em torno de si.
- A solução dos problemas já referidos, através da também definida educação.
- A solução de melhoria do mundo que o Espiritismo apresenta: Através da melhoria do mundo, através da educação.