terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

NÃO HÁ DIREITO SOBRE A VIDA; HÁ DIREITO À VIDA¹









A concepção é o momento comprovado cientificamente da formação da pessoa, com direito absoluto à vida, sem nenhuma relativização. A vida humana é um bem anterior ao direito; logo, não existe licitude em qualquer ato que possa ceifar esta vida.
A afecção pelo zika vírus é uma calamidade e há décadas convivemos com o mosquito, sem gestão adequada da situação; e eliminar os bebês doentes não é a solução.

Na visão de mundo hedonista pragmático utilitarista, o ser humano é uma coisa indesejada quando não é útil à sociedade. Reivindicar o abortamento de um bebê microcefálico é uma cruel e degradante insânia coletiva. É transformar a criança indefesa, inocente, deficiente e vulnerável, em um sub-humano sem direito a cuidados especializados; aborto eugênico para eliminar bebês defeituosos, um holocausto. Isto é uma nefasta ruptura constitucional, discriminar um bebê deficiente, impondo pena de morte para um réu sem direito de defesa. Homicídio uterino pelo peso emotivo e econômico? Vamos eliminar o drogado, o senil e outros deficientes? O que é perfeição? A criança normal tem mais direito à vida? A medicina passará a exterminar deficientes físicos ou mentais, ao invés de curar, aliviar a dor, confortar? E as consequências biológicas e psicológicas do aborto, autêntica violência contra mulher?
O ser humano sempre será um fim em si mesmo; a criança não precisa ser perfeita, mas ter uma vida digna de ser vivida. O Estado existe em função da pessoa, sua principal atuação deve ser de acabar com a pobreza, prover educação integral, informação, condições sanitárias dignas, acesso a cuidados de saúde de qualidade e orientar o planejamento familiar. Urge amparar, proteger e respeitar a vida humana intra ou extrauterina, acolher a família. Não há direito sobre a vida; há um direito à vida.
Vamos eliminar o drogado, o senil e outros deficientes? A criança normal tem mais direito à vida?

*Eliane Oliveira é médica e professora doutora da Universidade Federal do Ceará (UFC)

¹Artigo publicado originalmente no jornal
O Povo, em 15.02.2016

4 comentários:

  1. Francisco Castro de Sousa16 de fevereiro de 2016 às 22:28

    Parabéns à Dra. Eliane Oliveira pelo excelente artigo em defesa da vida, principalmente a vida de quem ainda não pode se defender. Nesse momento em que muitos oportunistas aproveitam essa questão momentânea em relação à epidemia com o ZIK vírus, para defender suas ideias abortistas, vem a Profª Doutora Eliane com argumentos irrefutáveis que fazem calar o mais extremado, porque são argumentos de quem conhece a fundo a matéria que ela está tratando, não só pelo lado científico como também pelo lado espiritual. Repito, parabéns Profª Doutora Eliane Oliveira!

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  2. Parabéns Dra. Eliane Oliveira pelo excelente artigo!

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  3. Justos argumentos de quem entende do assunto.
    De pleno acordo com Francisco Castro de Sousa. Somente o "oportunismo" dos defensores do aborto - os de carteirinha, como é o caso do ex-ministro Temporão, que está em campanha - pode querer associar a epidemia à prerrogativa de matar inocentes.


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  4. Francisco Castro de Sousa26 de setembro de 2016 às 20:50

    O momento não poderia ser mais apropriado para reprisar esse artigo da Dra. Eliane Oliveira! Concito aos leitores deste site que repliquem esse artigo, façam o máximo de divulgação com o fim esclarecer pessoas que estejam abrigando ideias abortistas!

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