Por Roberto Caldas (*)
A Doutrina Espírita longe de se pronunciar
como detentora da verdade, vem a público, desde idos de 18/04/1857, marco do
lançamento de O Livro dos Espíritos, com o objetivo de facilitar o entendimento
dos homens para questões que os têm afligido em toda sua história. Sua missão
não é salvacionista, é esclarecedora. Não promete recompensas nem encomenda
regiões espirituais sob qualquer hipótese ou pretexto. Simplesmente clarifica a
mente de quem a estuda, com seriedade, comprometendo a pessoa ao constante
cuidado com as próprias atitudes. No afã de colaborar com a evolução dos homens
e a consequente evolução do planeta, tem servido à humanidade com respostas
transformadoras de consciências, tais como:
1. O Cristo salva? - Jesus é o modelo de
perfeição que a Terra aspira (LE; q 625). Sua vinda ao mundo não teve o
objetivo de promover a salvação pelo seu derramamento de sangue. A sua doutrina
de amor é que representa um dos maiores caminhos para a paz de espírito e
evolução para quem a segue.
2-O céu e o inferno existem? -Não há regiões
determinadas do espaço para tal. O céu e o inferno são estados de consciência
pelos quais as pessoas se agrupam por sintonia. Fazer o bem e buscar estar em
paz com a vida é uma forma de conquistar o céu interior, o contrário é estar no
inferno. De toda forma são condições passageiras, pois eterna apenas a nossa
destinação para o progresso.
3-Por que a morte? -A morte além de ser um
processo de decomposição biológica, configura no retorno do Espírito à pátria
espiritual, onde continua seu processo de aprendizado, enquanto se prepara para
o retorno a outro corpo, em nova encarnação, num período que compreende um
tempo bastante variável, nunca menor que 10 meses sem determinação máxima.
4- Vive-se mais de uma vez? -A vida é uma só;
as existências é que são múltiplas. Cada uma das existências permite ao ser
encarnado a condição de desenvolver o intelecto e a moral, isso explica a
diversidade das inteligências, as desigualdades sociais, os exemplos de
sofrimento de uns em paralelo ao gozo de outros. Durante as diversas
encarnações o ser espiritual é a mesma individualidade, apesar dos corpos
diferentes que utiliza.
5-O que produz as diferenças e desigualdades
que vemos no mundo? -As atitudes do ser imortal em viagem pelas múltiplas
existências, no fenômeno chamado Reencarnação. O usufruto do livre arbítrio
confere ao Espírito agir como lhe aprouver, mas não o exime de responder pelas
suas práticas. Não é pela vontade de Deus que os males nos alcançam, como
muitos pensam.
6-Como considerar Deus e sua Justiça nesses
casos? -É justamente porque Deus é justo que não julga, não condena, não
absorve, nem estabelece penas. Apenas oportuniza ao ser espiritual, que ele
mesmo refaça o seu caminho, propiciando-lhe a condição de renascer. A
reencarnação é o que há de mais genuíno e comprobatório da Justiça de Deus,
cuja maior característica é ser Misericordioso, dando oportunidades iguais a
todos indistintamente.
A Doutrina Espírita é uma verdadeira centelha
de esclarecimentos contribuindo com o engrandecimento humano pelo chamado à
razão, mas também pelo apelo ao coração, as duas asas que nos permitem alçar voos
mais altos. Perguntemos a nós mesmos o que o Espiritismo tem para nos ensinar
nesse momento de nossas vidas a resposta provavelmente será:
Conhecereis
a verdade e a verdade vos tornará livres, como, aliás, dizia Jesus.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 31.01.2016.
(*) escritor espírita, editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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