Filólogos divergem quanto à classificação das
palavras de baixo calão e de suas acepções entre ofensivas ou populares. Uma
palavra de baixo calão (palavrão) é uma expressão que diz respeito ao grupo de
gíria e, dentro desta, apresenta reles, impróprio, afrontoso, grosseiro,
obsceno, agressivo ou depravado sob o ponto de vista de alguns conceitos
religiosos ou estilos de vida.
Uma simples palavra, quando proferida nas
ocasiões “certas”, seja ela de estímulo ou de desestímulo, provoca indícios, em
quem ouve, de que pode reagir, positivamente, e modificar a sua maneira de
pensar sobre determinada circunstância da vida. Por outro lado, a mera palavra
pronunciada em momento “inadequado” pode ser motivo de grandes dores morais.
A recente publicidade das “escutas”
telefônicas pela justiça brasileira tornou público múltiplos conteúdos
constrangedores de algumas autoridades. O que nos prendeu a atenção foram os
diálogos mantidos através de um festival de palavrões totalmente inaceitáveis
nos vocábulos de quaisquer representantes do povo (prefeitos, governadores,
ministros). Tais personagens que xingam (com palavrões) ignoram que estão transgredindo
o artigo 140 do Código Penal.
O costume do “palavrão” carrega a sua influência,
complexidade e contrassenso. Como expressão do empobrecimento moral a palavra
depravada (palavrão) é interdita em todas as instâncias ajuizadas, mas em vez
de evitá-las, como recomenda a elegância social, são usadas repetidamente. As
palavras de baixo calão são associadas à exaltação ou frustração e por vários
outros pretextos nas diferentes circunstâncias de relação social. O uso do
palavrão, ao invés de resolver crises emocionais, pode remeter às barras da
justiça e ainda trucida a saúde espiritual do seu autor. Qualquer palavra de
baixo calão é um despautério verbal e é crime. Xingar denota descompostura nas
interações pessoais e sanciona a restrição ética de quem xinga.
Muitas pessoas creem que o xingar é,
“apenas”, uma resposta instintiva para algo doloroso e imprevisto como, por
exemplo, bater a cabeça na quina do armário, uma topada inesperada em algum
obstáculo ou ainda, quando nos vemos diante de alguma frustração ou
aborrecimento. Esses são os momentos mais comuns de as pessoas apelarem para as
expressões de baixo calão, e muitos pesquisadores acreditam que eles “ajudam” a
aliviar o estresse e a dissipar energia, da mesma forma que o choro para as
crianças. Obviamente não aprovamos tal argumento que por si só é astucioso.
Que de nossa boca sejam, apenas, emitidas
palavras voltadas ao bem, à harmonia e à paz. Para esse imperativo, devemos
intensificar a disciplina e o treinamento verbal constante, pois que na vida
social estamos viciados a lidar com a expressão verbal muito levianamente.
Lembremos, porém, que sempre seremos responsáveis pelas consequências, diretas
e indiretas, das palavras que proferimos a esmo.
Pessoas sóbrias no trato com o próximo não se
expressam de forma vulgar, pois fazem uso, unicamente, do verbo elevado.
Portanto, extinguir o lixo mental é importante decisão para prosperarmos na
ciência da boa conversação. As palavras são os reflexos dos pensamentos; quando
pensamos com bondade e compreensão, é isso que nossas palavras refletirão.
(*) Articulista com textos publicados na
Revista Reformador da FEB, O Espírita de Brasília, O Médium de Juiz de Fora,
Brasília Espírita, Mato Grosso Espírita, Jornal União da Federação Espírita do
DF. Artigos publicados na Revista eletrônica O Consolador, no Jornal O Rebate,
site da Federação Espírita Espanhola, site da Espiritismogi.com.br
Gratidão pelo o post!
ResponderExcluirPrincipalmente pelo paragrafo "Pessoas sóbrias no trato com o próximo não se expressam de forma vulgar, pois fazem uso, unicamente, do verbo elevado. Portanto, extinguir o lixo mental é importante decisão para prosperarmos na ciência da boa conversação. As palavras são os reflexos dos pensamentos; quando pensamos com bondade e compreensão, é isso que nossas palavras refletirão".
Que possamos cuidar dos pensamentos, dos sentimentos e principalmente da ações e falas!
Muita luz p todos!