É tudo diferente nesses
tempos atuais. Os saudosistas haverão de dar suspiros ao lembrarem os tempos
passados. Aproximar-se da garota pretendida poderia render meses de cobiça e
olhares. Havia barreiras começando pelo pai da moça, cuja chance de encontro dependia
do humor daquele. Permitida aproximação, essa jamais ocorreria na condição do ‘a
sós’, alguém estaria muito próximo para avaliar as intenções e os gestos do
pretenso intruso que estava querendo ciscar em terreiro alheio. Pegar na mão,
depois de alguns dias, falar ao ouvido era pretensão de longo prazo, beijo na
boca só depois de ensaiar tímidos tocar de faces, mão além dos ombros era
ultraje a ser repreendido. Havia olhares não disfarçados que comunicava claramente:
estamos vendo tudo, não se atrevam. Não fosse confortável, parece que ajudava
no lirismo e no romantismo. Gastava-se mais tempo na sedução e se estabelecia
uma espécie de seleção natural que acabava por eleger aquele que fosse mais
persistente.
A
turma “high tech” transformou em pó todos esses preâmbulos denominados de
paquera e com a mesma facilidade que aposentou as cartas que iam e viam com os
carteiros porta a porta, deram outro capítulo para os relacionamentos e
namoros. Pula-se qualquer necessidade de curtir à distância e nada mais de
perguntar se o cachorro que passeia com a gata tem telefone. É tudo “plact
pluct zum”, simples assim. Esse modelo que iniciou os seus passos depois da
década de 60 do século passado mostra de certa forma que os casais da
atualidade estão imbuídos em experimentar diversas possibilidades antes de
adentrar em uma relação mais estável, se é que é mesmo estabilidade a palavra
certa nesse contexto.
Na
verdade não há certo nem errado nesses dois tipos de abordagem e cada pessoa
pode defender aquela que lhe é contemporânea. As épocas têm as suas regras de
tratamento da forma como nos relacionamos no amor. Naturalmente haverá de se
encontrar equívocos em ambas as maneiras de se permitir as expressões de
comportamento. Se hoje há pressa demasiada, volatilidade e desleixo nas
relações, ontem havia excesso de comprometimento, além de altas doses de
preconceitos e hipocrisia.
Vale
salientar, e é importante que não caibam dúvidas a respeito, que as relações
que envolvem sentimentos, afetos e sensualidade fazem parte das leis naturais e
são o fomento da evolução da humanidade pela manutenção da premissa básica do
multiplicai-vos bíblico com a composição necessária do senso de família. O fato
de que a escolha de gênero é tão somente uma demanda para o Espírito quando no
corpo físico, sem qualquer interferência em seu estado do mundo espiritual (LE
– q. 200 a 202), faz com que experimentemos as duas polaridades de uma para
outra encarnação. Daí o chamado importante que o Espírito Emmanuel nos faz sob
a mediunidade de Fco Cândido Xavier quando nos diz que em matéria de
relacionamento com o outro e envolvimento sexual, três recomendações se são
necessárias: “respeito, respeito e respeito”.
De
toda forma os encontros de sentimento e sensualidade provavelmente haverão de
ser unanimidade, tanto nos saudosistas quanto na turma do whatsapp, como a mais gratificante recompensa que Deus ofereceu aos
homens e mulheres da Terra, pois se há outra possível, Ele ainda não nos terá
revelado. Feliz dia dos namorados.
¹ editorial do programa Antena Espírita de
12.06.2016.
Eu gostaria de ter vivido a época do romance "quase impossível". hahaha.... Ainda peguei a época das cartas e bilhetinhos e posso dizer que a época de hoje é um pouco sem graça, para mim. As pessoas através do facebook conseguem construir uma imagem que, muitas vezes, pessoalmente é bem diferente. Aconte ce de alguém se apaixonar por alguém que simplesmente é uma pessoa que pertence ao mundo virtual. E agora? hahahaha...... Que os tempos passem e tragam novos modelos de romance porque esse atual está é desconstruindo / destruindo os pobres casais. :) Muito bom o artigo! :)
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