Ser feliz é uma atitude. Razoável que alguém
em ouvindo essa afirmativa ponderasse na inflexão evangélica “o meu reino não é
deste mundo”, frase que se atribui a Jesus e logo pensasse que é impossível a
conquista da felicidade. Cabe, no entanto que entendamos o que o Mestre quis
dizer ao proferir a sentença.
Ao
referir que “o meu reino não é deste mundo”, Jesus se dirigia ao mundo terreno,
especificamente ao planeta Terra, sabidamente uma escola de aprendizados
difíceis à altura dos aprendizes imperfeitos que o povoavam à época e
atualmente ainda não é diferente. É importante que façamos uma reflexão que
para Jesus havia uma distinção muito profunda entre o mundo externo e o mundo
interior. Ao expressar o seu pensamento, Ele declarava aos que pretendiam a “construção
já” do paraíso sobre a Terra, que isso não era possível.
O
fato de sua presença em carne e osso numa época tão conturbada de crueldade e
escravidão no começo de nossa Era é sinal inequívoco da sua certeza na
possibilidade da construção da felicidade interior, apesar das circunstâncias.
Senão por que diria em Lucas (17:21) que “o reino de Deus está no meio de vós”
? Se assim não fosse qual terá o objetivo de sua vinda à Terra?
A
passagem de Jesus pelo nosso planeta, e ele o teria antecipado em tempo e
experiência tendo sido o organizador das etapas bem anteriores ao seu
povoamento, segundo Emmanuel em A Caminho da Luz, psicografia de F. C. Xavier,
foi planejada para trazer a motivação para a felicidade interior, único caminho
para que a verdadeira felicidade pudesse ser semeada e implantada no mundo. Ter
conhecimento da sabedoria do Cristo e esperar que a realidade mude a partir da
atitude dos outros porque a minha felicidade depende do que os outros fazem é,
no mínimo, indício de cegueira existencial. Esperar a transformação do mundo
aguardando em repouso que assim as mudanças se estabeleçam em nossas vidas é
tão eficiente para tal propósito quanto plantar abóboras e esperar colheita de
mamão, ou seja, desejar para si um resultado pelo não faz jus.
Quando
a Doutrina Espírita reconhece em Jesus o grande timoneiro da embarcação Terra,
o que é considerado para tal é a capacidade que a sua mensagem tem de tornar-se
nova na vida de cada pessoa independente da época em que se esteja vivendo. O
Espiritismo percebe na mensagem do Mestre o convite constante para a vida
plena, uma inflexão constante à compreensão interior do quanto precisamos
envidar esforços para vencer as nossas más inclinações, essa a única
recomendação apontada por Allan Kardec para se reconhecer o verdadeiro espírita
. O médium Chico Xavier asseverou que “... nem Jesus Cristo, quando veio à
Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém. Ele se limitou a nos
ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos”.
Permitam-nos
hoje finalizar como começamos: Ser feliz é uma atitude. E por fim o arremate:
Cada um de nós pode sê-lo, bastando encontrar a coragem para implantar o reino
de Deus dentro de si mesmo.
¹ editorial do programa Antena Espírita de
19.06.2016.
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