quarta-feira, 22 de junho de 2016

ONDE ESTÁ O REINO DE DEUS?¹



              


          

            Ser feliz é uma atitude. Razoável que alguém em ouvindo essa afirmativa ponderasse na inflexão evangélica “o meu reino não é deste mundo”, frase que se atribui a Jesus e logo pensasse que é impossível a conquista da felicidade. Cabe, no entanto que entendamos o que o Mestre quis dizer ao proferir a sentença.
            Ao referir que “o meu reino não é deste mundo”, Jesus se dirigia ao mundo terreno, especificamente ao planeta Terra, sabidamente uma escola de aprendizados difíceis à altura dos aprendizes imperfeitos que o povoavam à época e atualmente ainda não é diferente. É importante que façamos uma reflexão que para Jesus havia uma distinção muito profunda entre o mundo externo e o mundo interior. Ao expressar o seu pensamento, Ele declarava aos que pretendiam a “construção já” do paraíso sobre a Terra, que isso não era possível.
            O fato de sua presença em carne e osso numa época tão conturbada de crueldade e escravidão no começo de nossa Era é sinal inequívoco da sua certeza na possibilidade da construção da felicidade interior, apesar das circunstâncias. Senão por que diria em Lucas (17:21) que “o reino de Deus está no meio de vós” ? Se assim não fosse qual terá o objetivo de sua vinda à Terra?
            A passagem de Jesus pelo nosso planeta, e ele o teria antecipado em tempo e experiência tendo sido o organizador das etapas bem anteriores ao seu povoamento, segundo Emmanuel em A Caminho da Luz, psicografia de F. C. Xavier, foi planejada para trazer a motivação para a felicidade interior, único caminho para que a verdadeira felicidade pudesse ser semeada e implantada no mundo. Ter conhecimento da sabedoria do Cristo e esperar que a realidade mude a partir da atitude dos outros porque a minha felicidade depende do que os outros fazem é, no mínimo, indício de cegueira existencial. Esperar a transformação do mundo aguardando em repouso que assim as mudanças se estabeleçam em nossas vidas é tão eficiente para tal propósito quanto plantar abóboras e esperar colheita de mamão, ou seja, desejar para si um resultado pelo não faz jus.
            Quando a Doutrina Espírita reconhece em Jesus o grande timoneiro da embarcação Terra, o que é considerado para tal é a capacidade que a sua mensagem tem de tornar-se nova na vida de cada pessoa independente da época em que se esteja vivendo. O Espiritismo percebe na mensagem do Mestre o convite constante para a vida plena, uma inflexão constante à compreensão interior do quanto precisamos envidar esforços para vencer as nossas más inclinações, essa a única recomendação apontada por Allan Kardec para se reconhecer o verdadeiro espírita . O médium Chico Xavier asseverou que “... nem Jesus Cristo, quando veio à Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém. Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos”.
            Permitam-nos hoje finalizar como começamos: Ser feliz é uma atitude. E por fim o arremate: Cada um de nós pode sê-lo, bastando encontrar a coragem para implantar o reino de Deus dentro de si mesmo.

¹ editorial do programa Antena Espírita de 19.06.2016.




Nenhum comentário:

Postar um comentário