Agradeçamos o grande
presente de Deus que é a nossa atual encarnação. Ancorada em nossas experiências
do passado, essa existência é a grande oportunidade de acerto e reajuste
patrocinado pela seleção de eventos que se apresentam em nossas rotinas.
Fundamentando a importância de nossas
encarnações em O Livro dos Espíritos (q.166)
(Como a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corporal, pode acabar
de se depurar?) os Espíritos nos respondem: “Submetendo-se à prova de
uma nova existência.” Lógico que a nova existência terá um caráter aproximado
daquela que a antecedeu e não se obteve em seu transcurso os resultados
satisfatórios. Depreende-se daí que os aprendizados quando não completos exigem
um retorno para lhes dar continuidade e retificação.
Sem exceção estamos sintonizados com
as condições exatas que precisamos para exercitar as conquistas que a nossa
consciência indica. Apesar das grandes discussões em torno do conceito de
consciência, lembremos que os Espíritos respondem a Allan Kardec que é na
consciência onde está escrita a lei de
Deus (LE - 621). O que significa que todas as pessoas encarnadas,
excetuando-se aquelas em avançado estado de perturbação psíquica e emocional,
sabem exatamente o que precisam realizar para atingir os objetivos da
encarnação presente. Se pairar alguma dúvida basta olhar para as situações que
se repetem em nossa rotina e será possível avaliar quais as mudanças que
precisam ser empreendidas no nosso caminho.
O fato de termos frustradas as
muitas tentativas de organização no nosso mundo psíquico ao longo das muitas
encarnações se deve, entre outras razões, ao fato de ignorarmos a possibilidade
do pensamento reflexivo em cada oportunidade em que somos chamados a decidir em
relação às questões mais graves da estrada. Desvalorizamos que cada desafio
novo que surge é uma opção que se abre e exige a coragem de abandonar os
antigos conceitos para outros serem aprendidos. Desconhecemos que estamos muito
longe do que precisamos para alcançar a elevação espiritual apropriada, logo
cometemos o erro de afirmar que “é assim que sou e é assim que faço”, sendo
essa postura conservadora uma das grandes responsáveis por permanecermos onde
não queremos, com quem não desejamos em uma situação de contínuo desconforto.
O que essa encarnação propõe é o
desafio de tornar-nos novo todos os dias, com total abertura mental para a
valorização das lições que podem fazer a grande diferença na conquista de
paisagens que tragam mais satisfação, leveza e harmonia aos dias a serem
vividos. Não há obrigatoriedade no sofrimento, apenas a real necessidade de
superação de dificuldades que quando mal compreendidas geram o sofrer.
Toda encarnação nova sobre a Terra
tem os seus objetivos e o seu planejamento. Ambos levam à efetivação de uma
caminhada em direção à lucidez de Espírito. Ambos são destituídos de qualquer
ranço de castigo ou punição, pois a Bondade Divina não pune nem castiga. Cabe
aos Espíritos encarnados no planeta, especialmente aos espíritas, pararmos de
evocar desculpas e fazermos dessa existência aquela definitiva para a aquisição
de nossas credenciais para a conquista de uma condição espiritual superior. Esse
alcance é desejável, é possível, é exequível. Basta o nosso empenho em iluminar
a própria escuridão utilizando a mensagem de Jesus rediviva pelo Espiritismo.
¹
editorial do programa Antena Espírita de 03.07.2016.
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