Dá gosto de ver o ouvir. Os preceitos
espíritas passeiam pelo cinema, pela televisão, pelos quatro cantos e esquinas.
Vez por outra, como se surgisse do nada alguém se lamenta, “só posso ter jogado
pedra na cruz!” ou “na outra vida eu só posso ter sido muito ruim para merecer
isso ou aquilo”. E sabem o que está por baixo desses jargões? Reencarnação. Sem
que menos esperemos uma película, nacional ou importada, mostra uma cena em que
o personagem sofre algum acidente e se vê diante do próprio corpo, sem
conseguir falar com as pessoas próximas. Sabe do que isso trata? A realidade
espiritual depois da morte. As ficções aludem as idas e vindas de seres de
outros planetas, movidos por diversas intenções. Sabe qual é o tema que
questionam? Pluralidade dos mundos habitados. Outras vezes saltam aqueles
dramas em que alguém consciente de sua morte procura quem possa colocá-lo em
contato com as pessoas queridas na busca de contornar problemas. Sabe quais as
cogitações que levantam? A possibilidade das relações entre vivos e mortos,
denominada Mediunidade.
Seria
equívoco dissociar essa enorme onda de espiritualidade, que atinge o mundo, do
importante papel que o Espiritismo desempenha há 159 anos desde a sua
Codificação. Doutrina nascida da necessidade de Jesus em continuar a sua saga
de espiritualizar o mundo, em se constituindo na aguardada vinda do Consolador
Prometido, revestiu de informações racionais o que há dois mil anos teria sido
repassado através de parábolas “porque eles vendo não vêem; e ouvindo não ouvem
nem compreendem” (Mateus XIII; 13).
A
Doutrina Espírita não surgiu para deflagrar luta contra quaisquer outras
crenças, senão para trazer informações que pudessem ser veiculadas por todas,
sem exceção, para o seu engrandecimento e a celebração do mundo espiritual
pairando acima do mundo das materialidades, disposta a disponibilizar todo o
seu cabedal na elucidação das mais intrincadas problemáticas humanas.
A
intensidade com que os conceitos defendidos pelo Espiritismo freqüentam o
pensamento e o vocabulário das pessoas em todos os continentes não deixa
qualquer sobra de dúvida a respeito de sua inserção na massa crítica da
humanidade. Quando isso acontece não há como se antepor restrições à mudança de
senso que a humanidade haverá de provar dentro de algumas gerações. Não há
oposição que possa lhe fazer resistência, por mais que intente.
Felizmente a verdade não tem
proprietários. A Doutrina Espírita legítima continuadora do programa de Jesus
em nada lamenta ao ver os princípios que defende se tornando bandeiras sem
donos, conceitos jogados ao vento para alcançarem ouvidos que ouçam em todos e
quaisquer rincões do planeta. Essa era a destinação da obra de Allan Kardec,
saída das mãos de um homem erudito, atingir as populações mundo afora, pela
linguagem simples aliada à absoluta isenção das práticas de iniciação secreta e
das hierarquias que engessam. Sem disputas com quem quer que seja os Espíritos
Superiores que auxiliaram na Codificação do Espiritismo festejam a absorção dos
seus ensinamentos, em todos os idiomas e latitudes, no aguardo de que essa
mensagem decantada nas mentes se desloque para o coração dos homens. Aí estará
completa a missão de Jesus na Terra.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 28.08.2016
¹ editorial do programa Antena Espírita de 28.08.2016
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