Segundo Carl Sagan (ilustre organizador da
série Cosmos) “a ciência não é só compatível com a espiritualidade; é uma
profunda fonte de espiritualidade”. A reflexão do renomado cientista é uma
importante pista para aprofundarmos a nossa especulação na grandiosa
necessidade do ser humano em vincular o seu pensamento à busca de algo que se
encontra acima de suas realidades meramente materiais. O avanço das pesquisas
na área do invisível se torna uma quase obrigatoriedade desde que o conceito de
tangibilidade deixou de ser referência obrigatória ao que é de fato real.
Vivemos num mundo, cujas maiores descobertas do homem provêm do mergulho num
oceano que não é detectado pelos nossos sentidos. Assim funciona a Matemática e
a Física, entre as grandes protagonistas do progresso em direção ao futuro de
ineditismos científicos.
O
Espiritismo, doutrina que atrela explicitamente a espiritualidade à ciência da
observação, não aquela que se obriga à comprovação dos fenômenos apenas
materiais, lança claridade à escalada para a aquisição de um juízo que desfaz
as barreiras que limitam essas duas grandezas (ciência e espiritualidade) em
campos diferentes, juntando-as. Alerta também para que os fatos sejam
apreciados sem os subjugar aos valores restritivos da opinião, conforme
entendemos das palavras de Allan Kardec na Introdução de O Livro dos espíritos:
“Consultarei, portanto, de bom grado e com
absoluta confiança, um químico, sobre uma questão de análise; um físico, sobre
a força elétrica; um mecânico, sobre a força motriz; mas eles me permitirão,
sem que isto afete a estima que lhes devo por sua especialização, que não tenha
em melhor conta a sua opinião negativa sobre o Espiritismo do que a de um
arquiteto sobre questões de música.”
É
de muito bom grado que identificamos o número crescente de pesquisadores,
espalhados pelos quatro cantos do mundo, que utilizam as bancas das academias
com o intuito de discutir aspectos por muito tempo considerados marginais ao
pensamento científico pela sua vinculação à espiritualidade. Temas como
mediunidade, curas espirituais, ação da prece são alguns que comparecem aos
institutos do conhecimento para debate honesto e escrupuloso, mormente porque
passam a atender às exigências proclamadas pelas pessoas que enchem as ruas das
cidades, na condição de provas incontestes dessas realidades.
É
possível, por um exercício da imaginação sem fantasias, aguardarmos um tempo em
que a nossa ciência, antes materialista, possa se render ao avanço dos
potenciais de espiritualidade que alcança à sociedade. Certamente outros
mecanismos de pesquisa haverão de surgir, quiçá alimentados pela intuição do
pesquisador bem intencionado sob a ação generosa dos cientistas do além,
trazendo novas possibilidades de verificação dos fenômenos que ainda não podem
ser detectados pelos nossos instrumentos rudimentares.
Jesus
foi peremptório ao vaticinar que a sua presença na Terra não cessaria e que o
planeta mais cedo ou mais tarde alcançaria patamares mais elevados pela
espiritualização dos seus habitantes. O recado deve ser entendido e a maneira
mais prática de prová-lo é a manutenção dos nossos esforços em transformar os
conhecimentos da ciência e da espiritualidade em ferramentas de compreensão da
sua mensagem iluminativa, a mais poderosa entre tantas outras, a fim de que a
humanidade finalmente se ilumine.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 18/09/2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário