Sabemos que nem sempre os
profitentes de outros credos conseguem ter acerca do Espiritismo uma concepção
que faça justiça a sua mensagem de renovação humana emitindo juízos de valor
muito equivocados. Há quem expresse temores às mensagens de lavra mediúnica
estabelecendo conexões de suas origens com forças demoníacas
desconsiderando-lhes o caráter de profundo respeito aos princípios universais
encabeçados pela absoluta convicção da existência de Deus.
Desconhecem
esses companheiros, que a Doutrina Espírita jamais intentou competir pela
hegemonia da verdade, sequer ambiciona amealhar seguidores entre aqueles que se
encontrem plenamente satisfeitos com os fundamentos espirituais que escolheram.
Qualquer espírita, se questionado quanto à posição da Doutrina Espírita a
respeito de outras denominações espiritualistas, sabe perfeitamente que todo
fundamento que dignifique o homem, e o convide a tornar-se a cada dia uma
pessoa melhor é aquele caminho mais apropriado a seguir, vida afora,
independente de bandeiras.
Na questão 842 de O livro dos
Espíritos: Todas as
doutrinas têm a pretensão de ser a única expressão da verdade; como se pode
reconhecer a que tem o direito de se posicionar assim? A resposta dos Espíritos
é incisiva quanto ao respeito do Espiritismo às práticas que transformem o
comportamento humano: “Será aquela que
faz mais homens de bem e menos hipócritas, ou seja, pela prática da lei de amor
e de caridade em sua maior pureza e sua aplicação mais abrangente. A esse sinal
reconheceis que uma doutrina é boa, já que toda doutrina que semear a desunião
e estabelecer uma demarcação entre os filhos de Deus só pode ser falsa e
nociva”.
Fato publicado pelo teólogo (ex-padre)
Leonardo Boff, em contato com Dalai Lama, ratifica a resposta dos Espíritos à
proposição de Allan Kardec. Ele faz o seguinte relato: “No intervalo de uma
mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, na qual ambos participávamos,
eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu
inglês capenga:— Santidade, qual é a melhor religião? Esperava que ele
dissesse: "É o budismo
tibetano" ou "São as
religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo". O
Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos — o
que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia contida na pergunta —
e afirmou:— A melhor religião é aquela
que te faz melhor. Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta,
voltei a perguntar:— O que me faz melhor? — Aquilo que te faz mais compassivo
(e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), aquilo
que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais
responsável... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor
religião...Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua
resposta sábia e irrefutável.” (Citado no livro Conselhos Espirituais, Verus Editora)
Não há
dúvidas, no terreno do pensamento espiritual, as verdades universais se
encontram à disposição do Espírito, sem fronteiras ideológicas, em tornar-se
progressivamente útil ao empenho de Jesus de trazer a Paz para o planeta. O que fazer com as diferenças que nos separam?
Tratemos de saná-las e isso é tudo, SIMPLES ASSIM.
¹ editorial do
programa Antena Espírita de 23.10.2016
Que beleza de Editorial Roberto! Vale a pena ser lido muitas vezes!
ResponderExcluirParabéns!