9 de
outubro de 2017. 156 anos do Auto-de-fé de Barcelona,
episódio que culminou com a queima, em praça pública, por ordem do Bispo de Barcelona,
Espanha, de 300 obras espíritas, enviadas por Allan Kardec, para o livreiro Sr.
Maurice Lachâtre.
Allan Kardec, na Revista Espírita, dezembro
de 1863, no artigo intitulado “Período de
Luta”, afirma que o auto-de-fé de Barcelona é o sinal para o início do período de luta, terceiro período,
dos seis – curiosidade, filosófico, luta, religioso, intermediário e o da
regeneração -, que o Espiritismo experimentaria em sua trajetória de
propagação. Assim ele se refere em seus comentários:
“Desde então os ataques assumiram
caráter de violência inaudita.
Foi dada a palavra de orem: sermões
furibundos, pastorais, anátemas, excomunhões, perseguições individuais, livros,
brochuras, artigos de jornais, nada foi poupado, nem mesmo a calúnia.”
Embora o auto-de-fé tenha sido,
historicamente, sucedido pelos períodos seguintes, isso não significa que a
luta terminou. Esse período se prolonga até aos dias atuais, muito embora já bafejados pelos eflúvios do período
de regeneração. No campo das ideias, a luta é permanente, daí advém a
necessidade de se estar pronto para o bom combate, tanto
que, sabendo disso, o Codificador deixou assinalado na Revista Espírita,
novembro de 1861:
“Espíritas de todos os países! Não
esqueçais esta data: 9 de outubro de
1861; será marcada nos fastos do Espiritismo. Que ela seja para vós um dia
de festa, e não de luto, porque é a garantia de vosso próximo triunfo.”
A etimologia da palavra fastos, vem de "Fasti" é o plural do adjetivo
latino "fastus", amplamente
utilizado como substantivo. A palavra deriva do termo "fas", que significa "aquilo que é permitido", ou
seja, "o que é legítimo aos olhos
dos deuses".
A palavra fastos passou depois a denotar as
próprias listas organizadas de forma cronológica para acompanhar os dias
fastos.
Portanto, dia 9 de outubro é mais um dia
fasto para os espíritas. Dentro da classificação dos dias fastos, um fasto triunfal (fasti triumphales). Um
triunfo do bem sobre o mal. Um triunfo da verdade que liberta.
Há a necessidade dos espíritas de todos os
quadrantes da Terra resgatarem essa data, fazendo-a, merecida e justamente
constar nos anais da história do Espiritismo, conscientes de que a luta é
permanente até que as ideias espíritas triunfem no Mundo, tornando-o mais justo
e solidário.
Jorge, ótima lembrança! Esse tipo de evento nunca se deve deixar passar em branco, embora a intolerância religiosa hoje tenha mudado de lado, ela é odiosa em qualquer época principalmente nos tempos atuais! Parabéns!
ResponderExcluirAmigo Jorge, vi a sua publicação e resovi não tratar o mesmo assunto no editorial depois de sua brilhante exposição. Fa-lo-ei em minhas considerações verbais. Parabéns por manter acesa a chama que queimou em Barcelona há 155 anos e que ajudou às idéias espíritas se espalharem quais labaredas que queimaram o preconceito e carbonizaram a intolerância para sempre. Um grande abraço. Roberto Caldas
ResponderExcluirÓtima lembrança! Um ato que marcou a doutrina espírita e acabou por ter efeito contrário, pois a doutrina só avançou! Há relatos de que aconteceu algo parecido no distrito Palmeira, cidade de Beberibe/CE, com o objetivo de inibir o movimento espírita. A intolerância religiosa nunca será um caminho a se seguir. Parabéns, Jorge!!!!!!! Abçs!!!
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