Os grandes princípios morais têm
características de universalidade e eternidade, isto é, servem para todos os
quadrantes do Universo, em todos os tempos.
O
exercício do Bem como caminho para a felicidade é um exemplo marcante, sempre
evocado em todas as culturas e religiões:
Budismo:
O caminho do meio entre os conflitos e a
dor está no exercício correto da compreensão, do pensamento, da palavra, da
ação, da vida, do trabalho, da atenção e da meditação.
Confucionismo:
Não se importe com o fato de o povo não
conhecê-lo, porém esforce-se de modo que possa ser digno de ser conhecido.
Judaísmo:
Não faça ao próximo o que não deseja para
si.
Islamismo: A verdadeira riqueza de um homem é o bem que ele faz neste mundo.
Cristianismo:
Faça ao semelhante todo bem que deseja
receber.
Espiritismo:
Fora da caridade não há salvação.
Há
uma dificuldade na vivência desses princípios, caro leitor.
Pedem
divina base altruística: a disposição para cuidar dos outros. Contraria a
humana base egoística: a vocação para cuidar de si mesmo. Todo o mal do mundo
sustenta-se na tendência humana de cada qual resolver-se. Quanto aos
outros, que se danem!
Corrupção, adultério, furtos,
assaltos, estupros, assassinatos, guerras, massacres, conflitos e todos os
demais males que afligem a Humanidade inspiram-se nessa maneira de ser.
E mais, leitor amigo: o egoísmo
individual projeta-se no comportamento das nações, que elegem por modus operandi tirar todo proveito
possível nas relações internacionais, partindo, não raro, para a agressão,
exercitando domínio sobre outras nações.
A
História é um suceder de guerras entre países, desde as tribos primitivas que
disputavam espaço e domínio com o tacape, aos países que o fazem com
sofisticados engenhos de guerra que dizimam populações e espalham o terror.
Isso,
supostamente, em nome de melhores condições de vida, em regimes totalitários,
ou em nome da liberdade, em países que se dizem democráticos.
Quando
esse desvio for corrigido, invertida essa tendência, isto é, quando aprendermos
a pensar nos outros e que se danem os
interesses pessoais, estaremos construindo na Terra o Reino de Deus.
Essa
é a regra de ouro do Cristianismo, esse é o empenho a que somos convocados
permanentemente, onde estivermos, junto à família, na vida social, na
profissão, na atividade religiosa, fazendo pelo próximo todo o bem que
gostaríamos nos fosse feito.
À
medida que se dissemine, esse altruísmo individual acabará se projetando na
consciência das nações, favorecendo o fim dos conflitos, das loucuras da
guerra.
Então
a paz reinará, finalmente, soberana no Mundo.
Certamente,
amigo leitor, isso não vai acontecer do dia para a noite. Muita água vai rolar
no rio do tempo, até que o altruísmo esteja na consciência dos povos. Mas,
enquanto isso não acontece em nível coletivo, podemos fazê-lo tranquilamente em
nível individual, sob inspiração da Doutrina Espírita, que nos oferece uma
visão muito clara dos tormentos a que estão destinados, no mundo espiritual, os
egoístas.
Conscientes
de nossas responsabilidades, sejamos, amigo leitor, os vanguardeiros dessa
transição do egoísmo para o altruísmo, cultivando o esforço do Bem.
Assim,
antes que o Reino de Deus se instale na Terra, haveremos de edificá-lo em nosso
próprio coração.
Antes
que a paz se estenda aos homens, teremos pacificado a nós mesmos.
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