Um estudo inédito realizado pela consultoria
BrandAnalytics, empresa ligada à Millward Brown Optimor, um dos maiores grupos
de pesquisa do mundo, revela o que os brasileiros pensam do País. Se o Brasil
fosse “uma pessoa”, a principal característica, aquela que se vê logo de cara,
seria a desonestidade.
Segundo Dulce Critelli, professora de
filosofia da PUC de São Paulo, os resultados da pesquisa demonstram que grande
parte da população não confia nem no País nem no compatriota. No clássico
“Raízes do Brasil”, o historiador Sérgio Buarque de Holanda, ao falar do “homem
cordial” destaca igualmente o que chama de “personalismo” do cidadão
brasileiro. No Brasil, diz Holanda, as pessoas cultuam o mérito pessoal (o
“cada um por si”), em vez do trabalho coletivo. [1]
Isso realmente corresponde à realidade? Olhemos
para o lado e pensemos bem: a maioria das pessoas de nosso convívio é
desonesta? Elas querem levar vantagem sobre nós? Ou como se diz: querem nos
“passar a perna”, nos enganar, ludibriar, “dar o cano” ?
Desde a Proclamação da República, construída
sob os anseios dos valores da ordem e do progresso, até os nossos dias, ainda
não nos ajustamos rigorosamente à honradez e à honestidade.
Os brasileiros (ressalvadas as honradas
exceções) necessitamos modificar a cultura da desonestidade, a fim de que nossa
pátria progrida em ordem. Até porque, enquanto prosseguirmos conectados à
tradição do “corrompido jeitinho”, o futuro desta pátria estará comprometida
pela desordem e decadência geral.
No cinismo das vis tendências desonestas
trouxemos abaixo alguns cenários e práticas dos trágicos “jeitinhos” , a fim de
que avaliemos se nos identificamos ou não como protagonistas.
Vejamos, são os conterrâneos que furam a fila
de carros em frente do colégio para pegar os filhos ou que colocam a viatura na
vaga reservada para deficientes e idosos nos estacionamentos dos hospitais,
supermercados, shopping.
Compatrícios que furtam toalhas, roupões,
talheres e outros utensílios de hotéis, clubes, repartições públicas etc.; há
os que surrupiam sinais de Internet e tv a cabo do vizinho; que oferecem
dinheiro (propina) para subornar o policial, a fim de fugir da multa; que não
emitem nota fiscal ao cliente; que não declaram Imposto de Renda; que bolam
doenças para fraudar o INSS.
Há os conterrâneos que falsificam carteirinha
de estudante (para meia entrada); que assinam a “folha de pontos” do colega;
que compram produtos “pirateados”; que não restituem troco recebidos a maior;
que batem o ponto pelo colega; que compram diplomas falsos para participação em
concursos públicos e, mais comum ainda, há os que recorrem a falsos atestados
médicos, para justificar ausências mais prolongadas no trabalho.
Não haverá futuro promissor para um país com
uma sociedade assim estruturada. É urgente uma higienização moral, aproveitando
o momento histórico que estamos atravessando no Brasil, para que sejam
exaltados os valores da Ética Cristã e consagrada a honestidade.
É inconcebível um espírita desonesto. Um
seguidor fidedigno do Cristo e de Kardec tem que ser fiel ao Evangelho e aos
princípios que a Doutrina dos Espíritos impõem e ter noção de que honestidade é
prática obrigatória para todo ser humano, principalmente para um “espírita
cristão” (*).
Cabe-nos viver e exemplificar a honestidade
no lar, na vida profissional, nos negócios, na política, na administração
pública, bem como nas outras situações, consultando sempre a consciência, onde
estão inscritos os códigos da lei de Deus.
O Brasil será um país bem-sucedido se cada
compatriota banir da própria cultura o conspurcável “jeitinho brasileiro”.
(*).
Hão “espíritas” que não se consideram cristãos
Referência:
[1]
Disponível em http://istoe.com.br/360834_O+DESENCANTO+COM+O+BRASIL/ Acesso
23/11/2016
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