Foto dos destroços do acidente com a aeronave que transportava o time da Chapecoense
Embainha a tua
espada, pois todos os que lançarem mão da espada à espada perecerão.”
(Jesus – Mt,
26:52)
“Deus tem as
suas leis, que regulam todas as vossas ações. Se as violardes, a culpa é vossa.
(...) Mas ele traçou um limite, as doenças e por vezes a morte são
consequências dos excessos. Eis a punição: ela resulta da infração da lei:
assim se passa em tudo.”
(O Livro dos
Espíritos, questão nº 964)
O mundo e o Brasil foram surpreendidos por
mais uma tragédia aeroviária com a queda da aeronave que transportava a
delegação da Chapecoense, do Estado de Santa Catarina, time brasileiro que
disputaria o primeiro jogo da decisão título da Copa Sul-Americana de Futebol,
com o Nacional de Medelin, na Colômbia e que culminou com a morte de 71
passageiros e 6 feridos. A aeronave transportava jornalistas, dirigentes,
comissão técnica e tripulação. A maioria dos mortos são jogadores e integrantes
da comissão técnica da equipe de futebol.
Situações da espécie são sempre fontes dos
porquês. Partindo sempre da compreensão de um Deus de amor, justiça e bondade,
há de se admitir que deve existir uma causa.
O Espírito Emmanuel, pela psicografia de
Francisco Cândido Xavier assinala que
“cada sofrimento é uma sombra que se estende ao passado e que volta ao presente
a fim de que a transformes em luz.” Sem a compreensão das vidas sucessivas é
difícil se entender tais fatos e a vida se tornaria tremendo labirinto.
Tragédia
do Circo em Niterói
Em novembro de 1961, ocorreu um incêndio de grandes
proporções no Circo Norte- Americano, que provocou as desencarnações de 503
expectadores.
Em Cartas
e Crônicas, (saiba mais - cap. 6) o Espírito Irmão X, recua no tempo, precisamente no ano de 177
quando foram lançados na arena e ateado fogo mais de mil cristãos, juntos com
cavalos velhos e deixando apenas passagens estreitas que favoreciam à fuga dos
mais fortes.
Leia-se como conclui o relato o Espírito
Irmão X:
“Quase
dezoito séculos passaram e sobre o tenebroso acontecimento... Entretanto, a
justiça da Lei, através da reencarnação, aproximou todos os responsáveis, que
em diversas posições de idade física, se reuniram de novo para dolorosa
expiação, a 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, em
comovedora tragédia num circo.”
Expiações
coletivas
O Espírito Clélia Duplantier, explica que o
Espírito encarnado responde pelas faltas individuais, as da família, as da
nação; e cada uma, qualquer que seja o seu caráter, se expia em virtude da
mesma lei. Nos casos de crimes cometidos solidariamente por um certo número de
pessoas, como no caso acima, as expiações também serão solidárias, o que não
suprime a expiação simultânea das faltas individuais.
O Espírito Emmanuel, na questão nº 250 da
obra O Consolador, responde:
“Como
se processa a provação coletiva?
- Na
provação coletiva verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados,
participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro.
(...) razão por que, muitas vezes, intitulais “doloroso acaso” às
circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que
lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro
dos seus compromissos individuais.”
Os propósitos
divinos
Em O
Livro dos Espíritos – Lei de Destruição – Allan Kardec faz uma análise desses
acontecimentos e interroga aos Espíritos Reveladores sobre os propósitos
divinos com essas tragédias coletivas. Os Benfeitores espirituais respondem que
servem para o progresso da Humanidade, da mesma forma como acontecem com os
fenômenos naturais, epidemias, tsunamis, etc. Exemplo prático dessa
consideração dos Espíritos é a teia de solidariedade que se forma em
decorrência dessas tragédias, favorecendo e estimulando a vivência entre os
povos dos princípios de caridade, fraternidade e a solidariedade que
assegurarão no futuro o bem estar moral.
No caso em comento, não seria um sinal ante
as nuvens pesadas que pairam sobre o Brasil, provocadas pelas crises, ética,
política e econômica?
Não há inocentes nesse tipo de tragédia, bem
como nos flagelos naturais, atestam os Espíritos. A Lei de Causa e Efeito
estabelece não só os parâmetros para essas desencarnações como também das
técnicas que induzem os indivíduos a esses resgates calamitosos.
Na questão nº 738-b, de O Livro dos Espíritos, os Benfeitores da humanidade de forma
consoladora e racional, afirmam:
- Se
considerássemos a vida no que ela é, e quanto é insignificante em relação ao
infinito, menos importância lhe daríamos. Essas vítimas terão noutra existência
uma larga compensação para os seus sofrimentos, se souberem suportar sem
lamentar.”
O
fulcro da Lei
O Espírito André Luiz, na obra Evolução em Dois Mundos ensina que
dentre os Centros Vitais (Centros de Forças) que compõem o Perispírito,
identifica-se o centro coronário, localizado na região central do cérebro, sede
da mente, centro que assimila os estímulos do Plano Superior. Ele orienta toda
a dinâmica do metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou
desencarnada nas cintas de aprendizado que lhe corresponde no abrigo planetário.
Ora, se sabe que o perispírito tem toda a sua
estrutura eletromagnética, relacionando-se com o magnetismo e eletricidade. O
Espírito Emmanuel, na obra Pensamento e
Vida explica que: “A eletricidade é
energia dinâmica. O magnetismo é energia estática. O pensamento é força
eletromagnética.” Conjugando-se em
todas as manifestações da vida universal, criam a gravitação e afinidade,
assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à
romagem do Espírito para as metas, traçadas pelo Plano Divino, sempre sobre a
égide da vontade (livre-arbítrio).
Toda essa energia se torna coesa, construída
pela lei de causa e efeito, em um processo mais ou menos mecânico comparável à
famosa lei de Newton de que “para cada ação há uma reação igual e oposta”. O
Centro Coronário de cada indivíduo é o ponto de interação entre as forças
determinantes do Espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas. Nessas
tragédias, a conexão dessas forças formam um campo energético vinculado ao
Plano Superior que se pode chamar de “alma
coletiva” (1) , como bem descreve André Luiz na obra citada: “A mente elabora as criações que lhe fluem
da vontade, apropriando-se dos elementos que a circundam, e o centro coronário
incumbe-se automaticamente de fixar a natureza da responsabilidade que lhes
diga respeito, marcando no próprio ser as consequências felizes ou infelizes de
sua movimentação consciencial no campo do destino.” Não há como usurpar a Lei. É como adverte
Kardec: “Quer a morte se
verifique por um flagelo ou causa ordinária, não se pode escapar a ela quando
soa a hora da partida: a única diferença é que no primeiro caso parte um grande
número ao mesmo tempo.”
A
nova geração
A nova geração, para muitos transição
planetária, foi tratada por Allan Kardec em A
Gênese, (saiba mais - cap 18) oportunidade em que ele adverte sobre a transição que se opera,
quando os elementos das duas gerações se confundem. As disposições morais são a
“pedra de toque” dessas gerações; a
que parte e a que chega. A nova geração deverá fundar a era do progresso moral,
expurgando da terra a propensão instintiva às paixões degradantes, aos
sentimentos antifraternos do egoísmo, do orgulho, da inveja, do ciúme; enfim, a
preferência a favor de tudo quanto é material: a sensualidade, a cupidez, a
avareza.
No tocante às mortes coletivas, Kardec
afirma: “As grandes partidas coletivas
não só têm como finalidade ativar as saídas, mas transformar mais rapidamente o
espírito da massa, desembaraçando-a das más influências, e dar mais ascendência
às ideias novas.” Muito Espíritos, embora maduros para tal transformação,
partem para se retemperar numa fonte mais segura. Permanecendo aqui no mesmo
meio e sob as mesmas influências, teriam persistido em suas opiniões nas
maneiras de verem as coisas. Uma temporada no mundo dos Espíritos lhes é o
suficiente para enxergarem o que não enxergariam estando na Terra.
Desastre
e desencarnação
É sabido que no Plano Espiritual tem amigos
espirituais abnegados e valorosos que amparam os desencarnados, principalmente
em tragédias coletivas. O Espírito André Luiz, na obra Ação e Reação, (saiba mais - cap. 18) relata o
socorro prestado a um acidente aéreo com quatorze vítimas. O que lhe
surpreende, no entanto, é que o auxílio rogado foi apenas para seis dos
desencarnados. Indagado, o mentor espiritual explicou: “- O socorro no avião sinistrado é distribuído indistintamente,
contudo, não podemos esquecer que se o desastre é para todos os que tombaram, a
morte é diferente para cada um. No momento serão retirados da carne tão-somente
aqueles cuja vida interior lhes outorga a imediata liberação.”
A desencarnação é uma experiência individual,
solitária e marcada pelos atos distribuídos na vida corpórea.
São tantas as dores e lágrimas que é
impossível falar sobre elas. Dores de mães, pais, irmãos, esposos e esposas,
amigos, enfim...
É natural, entretanto, que os órgãos que
regulam os meios de transportes busquem de forma técnica e científica a
responsabilidade pelos causadores desses eventos, até para que se possa
diminuir os risco de que outros aconteçam. Ouve-se especialistas, constrói-se
os meios de transporte mais avançados e seguros, capacita-se o homem para as
viagens siderais, contudo, a Lei de Causa e Efeito é uma lei universal da
Harmonia e só há uma forma de superá-la: O
AMOR. Leia-se o que diz o Espírito Emmanuel na obra Diálogo dos Vivos: “Nos
eventos difíceis, reverenciemos os princípios de causa e efeito que nos regem
os destinos, mas não nos esqueçamos da lei de renovação em bases de amor aos
semelhantes, capaz de superá-los.”
A consternação atinge a todos!
Muchas gracias, Colômbia! (2)
(1) a
utilização do termo “alma coletiva” é uma forma didática para identificar esse
“campo energético” que é formado pelas forças eletromagnéticas do perispírito,
constituído pela sintonia e afinidade, cuja resultante é vetorial das
repercussões do determinismo causal dos envolvidos na tragédia. Interessante
notar, nesse contexto, os contratempos nos embarques, as desistências, o temor
da viagem, os sonhos premonitórios.
Embora André Luiz não assinale,
compartilhamos do pensamento do Dr. Paulo Beazorti, no Boletim Médico-Espírita
nº 5 – Ciclo de Estudos da Obra Evolução em Dois Mundos - editado pela
Associação Médico-Espírita de São Paulo, onde ele considera: “cremos
que esse registro automático feito pelo centro coronário é responsável pelo
tribunal interior consciencial que todos nós possuímos” André Luiz, em
Ação e Reação torna esse compreensão mais sustentável, quando afirma: “(...) é indispensável atender à justiça, e
a Justiça Divina está inelutavelmente ligada a nós, de vez que nenhuma
felicidade ambiente será verdadeira felicidade em nós,, sem a implícita
aprovação de nossa consciência.”
(2) agradecimento do piloto
brasileiro, da primeira, das três aeronaves que transportaram os corpos dos nossos irmãos que ultrapassaram o portal do além-túmulo. Emocionante!
Referências:
BEAZORTI, Paulo. Boletim médico espírita nº 5. São
Paulo. AME-SP. 1997;
HANSON, V. & STEWART. R. Karma. São Paulo. Pensamento. 1981
KARDEC, Allan. A gênese. São Paulo. Lake. 2010;
_____________ Obras póstumas. Rio de Janeiro. FEB. 1987.
_____________O livro dos espíritos. São Paulo. Lake. 2000;
XAVIER, F. C.
Ação e reação. Rio de
Janeiro. FEB. 1991
____________ Cartas e crônicas. Rio de Janeiro. FEB. 1996
____________ Evolução em dois mundos. Rio de Janeiro. FEB. 1991;
____________ O consolador. Brasília. FEB. 2009;
____________ Pensamento e vida. Brasília. FEB. 2013;
XAVIER. F.C. & PIRES, J. HERCULANO. Diálogo dos vivos. São Paulo. Grupo Esp. Emmanuel S/C
Editora. 2002.
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
EXPIAÇÕES COLETIVAS
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Muito bom... texto bastante elucidativo. Oremos por todos que fazem parte desse episódio tão doloroso e que para tantos é totalmente incompreensível.
ResponderExcluirRegene,
ResponderExcluirO Espiritismo, o Consolador Prometido por Jesus, explica de forma racional e lógica que não estamos entregues "às baratas".
MUITO BOM!
ResponderExcluirSÓ ACHO que nós devemos ser atenciosos conosco mesmo. O ser humano faz coisas que acho que nem DEUS têm a ver... só ver estradas no Brasil e por aí vai!
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